Resenha A Carne é Fraca

Brasil, terceiro maior criador de bovinos e primeiro exportador de carne do mesmo. Motivo de orgulho? Pelo contrário, a carne daqui só é valorizada pelo preço barato. As pessoas não parecem perceber o quanto perdem por essa prática absurda. O filme, além de render alguns enjôos e uma breve vontade de ter uma alimentação exclusivamente vegetariana, mostra bem essa realidade até então escondida da criação desenfreada de bovinos, suínos, galinhas e etc.

Nina Rosa, o jornalista Washington e o professor da UFSC Cristiano com alguns colaboradores alertam: em sete anos a produção de carne dobrou. Produção que se torna direta e indiretamente o principal responsável por problemas como o desmatamento, da fome, da falta de empregos, da poluição, da falta de água e até do aquecimento global. No mundo existem em média, seis bilhões de cabeças desses animais. São mais porcos e bois do que pessoas. É um triste fato.

A idéia dos autores da produção em deixar os telespectadores inconformados começa a ganhar força. Para cada quilo de carne, são precisos quinze mil litros de água. Um dos principais causas do desmatamento na Amazônia é esse espaço que se precisa para a criação. O preço ambiental não é incluso quando a carne é exportada. O gás metano, liberado pelos dejetos dos animais de criação, apesar de ficar em menor tempo na atmosfera, é considerado muito mais agravante do que o próprio gás carbônico. Eu particularmente não sabia que a agropecuária gerava menos empregos que a agricultura familiar.

As cenas incrivelmente fortes, apelam para o lado sentimental das pessoas que assistem. Mostrando a fragilidade desses animais comparada com a falta de consideração ao bicho. A começar pelas galinhas que desde cedo, ainda quando são apenas pintos, são separados sendo que os defeituosos são triturados vivos. Cortam-se os bicos dos sobreviventes evitando o canibalismo e colocando na alimentação antibióticos gerados pelo stress da vida passageira.

A verdade nessa altura do filme já começa a doer. Ou melhor já começa a enjoar (no sentido de vomitar mesmo).

Assim que a vaca pari um lindo bezerro, o mais novo filho é retirado do lugar e máquinas começam a retirada do leite. As vacas leiteiras produzem dez vezes mais leite do que teriam que produzir, provocando dores insuportáveis. Talvez, esse líquido diário que tomamos seria ao alimento de um novilho que ser for macho, terá o destino de ser trancado, de forma tão apertada que não produza músculos. A carne de vitela, por exemplo, é branca por causa da anemia que os bois adquirirem durante a sua vida. Eles se quer ficam direito em pé na hora do abate. Outros podem ter mais “sorte” e serem castrados, queimados, terem chifres cortados, tomarem banhos de agrotóxicos e terem uma morte “simples” com um furo no cérebro esfolando o animal, até então vivo, para escorrer o sangue.

Foi provado que os animais ficam em pânico nas últimas horas de vida. Assim, contraindo doenças cardíacas. Os porcos, são presos de maneira que não possam se mexer, tendo dor e sofrimento.

Vale a pena lembrar, que cenas como estas são feitas diariamente em lugares propriamente para isso. Em fazendas, os animais não são abatidos de tal forma. Também é bom ressaltar que a carne é um alimento nutritivo que contém grande quantidade de proteínas, vitaminas do