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Resenha de O triunfo da vontade

Por:   •  14/3/2017  •  Resenha  •  744 Palavras (3 Páginas)  •  2.376 Visualizações

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Título: O poder da obediência às cegas

Bibliografia: LENHARO, Alcir. Nazismo: “O triunfo da vontade”. São Paulo: Átila, 2003

A problemática catastrófica do nazismo causa uma série de questionamentos ainda hoje: Como tantas atrocidades podem ter acontecido? Por que a sociedade alemã se submetia a idolatrar a figura do Hitler? E como o poder de influência se tornou tão hostil? Em seu livro “Nazismo: O triunfo da vontade”, o historiador Alcir Lenharo, professor do Departamento de História da Universidade de Campinas, busca explicar a célebre ascensão nazista, através de sua força de organização e apresentando Hitler como forjador da vontade coletiva, a quem se subordinava de forma flexível devido aos seus métodos de envolvimento e atuação.

Lenharo deixa claro, por meio da narração dos fatos, que a população estava ciente dos acontecimentos e consentia sua presença dentro desse sistema de delírio que estava à tona. Jornais denunciavam as práticas de violência extrema e fotos eram expostas, ou seja, a informação existia mas o povo fazia parte de tal conjutura, ajudando a fiscalizar e denunciar os indivíduos ou ações que violassem a ordem hitleriana, sendo assim invalidada qualquer possibilidade de mudança.

Em “A escalada nazista” o autor narra toda a trajetória dessa sólida política de direita que se formou na primeira metade do século XX, desde a formação do partido nazista, em 1919; a prisão de Hitler e a consequente redação do Mein Kampf, em 1924, o qual é ainda utilizado nos dias hodiernos para explanar os ideais totalitários e antissemitas existentes; a Noite dos Punhais, que eliminou a oposição dentro do partido, em 1934, até a morte do presidente Hindenburg no mesmo ano, com a posterior assunção de Hitler ao título de Führer.

No exemplar, a narrativa ocorre de modo a evidenciar a função do líder: incentivar o povo a se mobilizar, em qualquer circunstância, para a criação de uma Alemanha pujante, mesmo com a degradação que o pais sofreu após a Primeira Guerra Mundial e com o tão conhecido Tratado de Versalhes. Com isso, cresce o espírito patriota e o nacionalismo passa a reger os ditames da sociedade alemã, tornando-se palpável a razão pela qual o nazismo fez da população um corpo só, que buscavam um mesmo objetivo e tinham Hitler como conciliador e mediador de todas as causas.  28

O historiador traz de forma precisa os principais meios utilizados pelo Estado hitlerista para se atingir o êxito: a arte e a propaganda. Tomando como alicerce algumas exemplificações citadas, nota-se que qualquer evento poderia ser utilizado como instrumento de movimentação política das massas, o que acabava deixando a agenda dos alemães bem organizada a fim de completar todo o ano com festividades, atraindo, dessa maneira, o olhar das massas para o domínio da êxtase e da veneração. Em tais ocasiões, estavam presentes templos e edificações construídos pelo nazismo para criar cerimônias a sua forma, juntamente com os soldados das S.S e S.A, todos uniformizados, carregando ao desfilar o estandarte nazista marcado pela suástica, símbolo nacional-socialista que representava a energia e insinuava um ato sexual (duas figuras entrelaçadas) fazendo referência ao seu poder de “excitação” da psique. Além disso, Lenharo evidencia o uso de uma política estetizada com base em uma dinâmica propagandista que dava credibilidade às promessas de um regime totalitário. De acordo com o autor, presume-se que 1350 filmes foram produzidos durante o governo de Hitler, todos vinculados ao heroísmo e valores nazistas ou à crueldade inimiga. 43

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