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Resumo - Madame Bovary

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Por:   •  9/11/2014  •  2.373 Palavras (10 Páginas)  •  880 Visualizações

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Parte 1

Charles Bovary é um homem sossegado com sua própria vida. Desde criança, se via como aquele que não era excepcional naquilo que fazia e muito menos era ordinário. Não era nem o melhor e nem o pior. Era sempre imparcial ao tomar decisões e era também introvertido.

Desde pequeno, fora educado e acostumado assim. Não tomava decisões e não se rebelava quando ordens lhe eram concedidas. Apesar de tudo, Charles não fazia o tipo estudioso. Enquanto todos os outros estudavam, Charles ficava vagando pelos campos do interior.

Seu pai, Charles-Denis-Bartholomé Bovary, pouco ligava para Charles. Não fazia questão dos estudos do filho, tampouco o obrigava a ir à escola. A educação dada para o filho consistia em seguir o modelo másculo, definido pela sociedade. Isso consistia em beber grandes doses de rum e a insultar as procissões. Mas como era por natureza pacífica, o miúdo correspondia mal aos seus esforços. Porém, quando completa doze anos, sua mãe finalmente conseguiu colocar Charles numa escola, isso pela motivação de querer vê-lo se tornar alguém.

Em seu primeiro dia de aula, Charles é questionado por sua professora quanto ao seu nome. Timidamente, Charles balbucia “Charbovari” e tal resposta é correspondida com balbúrdia pela sala, que por sua vez fez a professora criar uma má impressão de Charles.

Sua mãe também foi a responsável por sua iniciação religiosa, apoiada pelo pai, talvez por vergonha ou até cansaço.

Passaram-se mais seis meses; e, no ano seguinte, Charles foi definitivamente enviado para o colégio de Ruão, aonde o próprio pai o foi levar, no fim de Outubro, na altura da Feira de Saint-Romain. Seria impossível que agora algum de nós o tivesse já esquecido completamente. Era um rapaz de temperamento moderado, que brincava nas horas de recreio, se aplicava nas horas de estudo, estava atento nas aulas, dormia bem no dormitório e comia bem no refeitório. Tinha como encarregado de educação o dono de um armazém de quinquilharias da Rue Ganterie, que o levava a passear uma vez por mês, ao domingo, depois de fechar a loja, indo com ele até ao porto para ver os barcos e acompanhando-o de novo ao colégio, às sete horas em ponto, antes da ceia. Todas as quintas-feiras à noite escrevia uma longa carta a sua mãe, com tinta encarnada, e fechava-a com três obreias; depois relia os seus cadernos de História, ou então lia um velho volume de Anacharsis deixado por cima das mesas da sala de estudo. Quando havia passeio, conversava com o criado, que, como ele, também era do campo.

À força de ser aplicado, conseguiu manter sempre notas médias na classe; uma vez obteve até uma distinção em História Natural. Mas, no fim do 3º ano, os pais retiraram-no do colégio para mandá-lo estudar Medicina, convencidos de que ele poderia chegar sem auxílio até ao bacharelato.

O programa afixado com a lista das cadeiras a estudar deixou-o atordoado: Anatomia, Patologia, Fisiologia, Farmácia, Química, Botânica, Clínica, Terapêutica, sem contar Higiene e Matéria Médica, tudo nomes cuja etimologia ignorava e que se lhe apresentavam como outras tantas portas de santuários cheios de augustas trevas.

Não compreendia nada; por mais que escutasse, não apreendia. No entanto, aplicava-se ao estudo, tinha cadernos cosidos com capas, assistia a todas as aulas, não faltava a uma única visita. Cumpria a sua tarefa quotidiana como um cavalo de picadeiro que gira no mesmo lugar, com os olhos vendados, ignorando o que está a fazer.

Porém, o destino o fez conhecer uma Taverna e foi lá que passou a frequentar seu tempo. Começou a faltar às aulas, pois era lá o local pelo qual tinha se apegado, assim como criara uma paixão pelo dominó. Graças a esse seu novo vício, falhou em seu teste de graduação em medicina, e ainda era esperado no dia do exame em sua casa, para festejar seu suposto triunfo. Em seu retorno, confessou a mãe sua falha. Ela o perdoou e aceitou que os culpados fossem os professores. Só cinco anos depois o senhor Bovary soube a verdade, como já era coisa passada, aceitou-a, não podendo, além disso, supor que um homem da sua descendência fosse parvo.

Charles pôs-se então novamente a estudar e se preparou para todas as matérias do seu exame, aprendendo de cor todas as perguntas que lhe poderiam ser feitas. Conseguiu passar com uma nota razoável. Que feliz dia para a sua mãe! Deu-se um grande jantar.

Mas não bastava ter criado o filho, tê-lo feito estudar Medicina e descobrir Tostes para ele a exercer: era preciso arranjar-lhe mulher. Encontrou-lhe uma: a viúva de um oficial de diligências de Dieppe, que tinha quarenta e cinco anos.

Embora fosse feia, seca como um cavaco e com espinhas sempre a rebentar como os botões na Primavera, o certo é que a senhora Dubuc não tinha falta de pretendentes a quem escolher. Para atingir os seus fins, a mãe Bovary foi obrigada a escorraçá-los todos e conseguiu até desfazer com toda a habilidade as intrigas de um salsicheiro que era protegido dos padres.

Charles entrevira no casamento o acesso a uma melhor condição de vida, imaginando que seria mais livre e poderia dispor da sua pessoa e do seu dinheiro. Mas a mulher dominou-o, na frente das pessoas, ele devia dizer isto, não devia dizer aquilo, tinha de jejuar todas as sextas-feiras, vestir-se como ela entendia, espicaçar à sua ordem os clientes que não pagavam. Abria-lhe as cartas, vigiava tudo o que ele fazia e punha-se a escutar, atrás do tabique, o que dizia no consultório quando os doentes eram mulheres.

Não dispensava todas as manhãs o seu chocolate e uma infinidade de atenções. Queixava-se continuamente dos nervos, do peito, de má disposição. O ruído de passos incomodava-a, se as pessoas a deixavam só, não suportava a solidão, se voltavam para junto dela, era como que para vê-la morrer. À noite, quando Charles voltava, tirava de debaixo da roupa os longos e descarnados braços e passava-lhes em volta do pescoço. Obrigando-o a sentar-se na borda da cama, punha-se a falar-Lhe dos seus desgostos: que ele a esquecia, que amava outra! Bem lhe tinham dito que ela seria infeliz, e terminava pedindo-lhe um xarope qualquer para a saúde e um pouco mais de amor.

Conhece Emma quando presta serviços ao pai Sr. Rouault de Les Bertaux, que havia quebrado a perna. Emma, uma jovem camponesa educada em um convento com a cabeça cheia de fantasias românticas e ideais, está disposta a fazer qualquer coisa para sair fazenda de seu pai. A mãe falecera há 2 anos, governa a fazenda do pai, que Charles acreditava ter posses. Pouco conhece do mundo e do pouco que conhece, aprendeu lendo livros - romances, para ser mais precisa. Achava Charles inteligente, por ser médico e

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