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Resumo varig

Por:   •  4/11/2015  •  Resenha  •  588 Palavras (3 Páginas)  •  558 Visualizações

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A Varig, fundada no Rio Grande do Sul da década de 20 (sob o nome de Viação Aérea Rio Grandense), cresceu e se destacou como uma sólida empresa nas mãos de Rubem Berta. Os pilares desse crescimento foram o respeito (e a fartura) para com o cliente e, com os funcionários, o intenso treinamento técnico e humano, fornecendo todos os subsídios necessários para trabalhar. O serviço de bordo era impecável, na primeira classe, o serviço de caviar da Varig virou uma grande sensação”, conta Cláudia Vasconcelos, ex-comissária de bordo da Varig, onde trabalhou por 30 anos. “Mas, mesmo na classe econômica, a refeição era servida em louça e o passageiro recebia talheres de metal e copo de vidro.” Ao fim da refeição, um café quente devidamente acompanhado por chocolate suíço.

Por maior que fosse o custo, não havia problema para a empresa, pois a realidade tarifária compensava os patrocínios feitos pela Varig. Além disso, a estratégia de agradar poderosos garantia empréstimos estatais. Ruben Berta foi um exímio articulador político: conseguiu ser amigo de Getúlio, Brizola e, depois, dos militares. O padrão da Varig era uma excelente propaganda para os militares.

No governo Collor isso foi por água abaixo. Concorrência faz o preço baixar e a demanda diluir. E por falar em governo, é bom lembrar a terrível década de 80, com inúmeros planos econômicos e inflação a 60 mil pés. Quem se arriscaria a viajar assim?

O colapso financeiro da Varig é devido a uma mistura de disputas políticas internas, uma relação de altos e baixos com o governo, mudanças no cenário internacional, decisões erradas de negócio e simples desperdício.

As dividas e balanços negativos começaram a se acumular na década de 90 (muito em função, como dito, dos custos crescentes e do preço congelado de passagens) e, com isso, a decadência se tornou mais obvia: os atrasos de salário (ou pagamento em parcelas) minavam o maior patrimônio da Varig: os funcionários. Como se não bastasse, tinham que usar mais do que criatividade para suprir a carência de objetos a bordo..

A Varig dispunha de um modelo de gestão ultrapassado. Nos anos 90, a Fundação Ruben Berta, entidade sem fins lucrativos formada sobretudo, por funcionários e dona da Varig, caiu nas mãos de um conselho de sete curadores. A continuidade desses curadores nos cargos depende de eleições, campanhas, promessas e brigas. Sem um comando central claro, é impossível gerir qualquer empresa.

A estratégia de crescimento buscando favorecimento junto ao governo, numa época em que as coisas não funcionavam mais assim não foi adequada. Isso tem a ver com a grande autonomia que os diretores sempre tiveram e não com a participação dos funcionários, que foi sempre nula.

Em termos de produtividade, a empresa fica muito atrás da média do setor. A Varig tinha quase 26 pilotos por avião, o dobro da TAM. Segundo o balanço de 2005, eram ao todo 200 funcionários por aeronave. Na TAM, são 88. Na Gol, 85. Cada assento em um vôo costuma custar para a Varig 30% a mais que na concorrência.

Houve uma mudança no paradigma dos serviços de bordo. Hoje nos surpreendemos com “amendoim e bolacha” à vontade. E só. O espaço entre as poltronas foi diminuído. O avião deixou de ser uma ocasião especial, um luxo, e passou a ser rotina para muita gente. Um outro modelo de negócio, no qual tudo é mais pratico e rápido. Antes, o ápice era a viagem. Hoje, é partir e chegar. De preferência sem atrasos.

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