Romantismo Segunda Geração
Artigos Científicos: Romantismo Segunda Geração. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: leticia_mariis • 3/9/2014 • 1.973 Palavras (8 Páginas) • 474 Visualizações
1- Contexto Histórico Europeu
A época representada culturalmente pelo Romantismo – das duas últimas décadas do século XVIII até a metade do século XIX – é o resultado das transformações que já vinham ocorrendo desde o início do século XVIII nos planos econômico, social, político e ideológico.
Economicamente, a Europa presenciava a euforia e as consequências da Revolução Industrial na Inglaterra, como os novos inventos para a indústria, a divisão de trabalho e a maior produtividade, a formação de centros fabris e urbanos, o surgimento de um operariado, entre outros.
Social e politicamente, tendo a burguesia alcançado o poder na França, com a Revolução Francesa (1789), iniciava-se nesse país um longo período de luta pela solidificação do poder burguês, liderado por Napoleão Bonaparte, e de combate ao movimento contra-revolucionário e conservador conduzido pelas principais monarquias europeias.
Ideologicamente, o celeiro de ideias que impulsionava a burguesia e o povo e sua causa histórica era o Iluminismo, com propostas de um governo democrático, eleito pelo povo, de igualdade e justiça social, de direitos humanos e de liberdade.
O Romantismo nasceu na Alemanha e na Inglaterra e, depois de chegar à França, espalhou-se por toda a Europa. Suas origens, portanto, estão diretamente relacionadas às profundas transformações políticas e econômicas vividas pela Inglaterra e pela França, trazendo as contradições e marcas próprias de uma revolução: otimismo e reformismo social, decepção e pessimismo, saudosismo e contra-revolução. Os românticos rebelaram-se contra as rígidas normas da tradição clássica, não estando propensos a seguir regras, unindo-se por princípios gerais de liberdade de expressão e anticonvencionalismo e, às vezes, sendo contraditórios entre si.
Na arte romântica, nota-se uma forte valorização do indivíduo, onde o eu lírico busca retratar com profundidade seu mundo interior e suas dificuldades em relacionar-se com o mundo externo. Assim, nota-se a valorização do homem emotivo, intuitivo e psicológico, desprezando o racionalismo dos iluministas e supervalorizando Estados de pureza e inocência, como a natureza, a infância, o índio e países e povos do Oriente distantes da “velha e decadente” Europa.
1.1- Contexto Histórico Brasileiro
A história do Romantismo no Brasil confunde-se com a própria historia política brasileira da primeira metade do século XIX. Com a invasão de Portugal por Napoleão, a Coroa portuguesa mudou-se para o Brasil em 1808 e elevou a colônia à categoria de Reino Unido, ao lado de Portugal e Agarves.
As consequências desse fato foram inúmeras. A vida brasileira alterou-se profundamente, o que de certa forma contribuiu para o processo de independência política da nação. A dinamização da vida cultural da colônia e o surgimento de um público leitor (mesmo que inicialmente somente de jornais) criaram algumas das condições necessárias para o florescimento de uma literatura mais consistente e orgânica do que a representada pelas manifestações literárias dos séculos XVII e XVIII.
A independência política, ocorrida em 1822, despertou na consciência de intelectuais e artistas nacionais a necessidade de criar uma cultura brasileira identificada com suas próprias raízes históricas, linguísticas e culturais.
O Romantismo, além de seu significado primeiro – de ser uma reação à tradição clássica –, assumiu na literatura brasileira a conotação de movimento anticolonialista e antilusitano, ou seja, de rejeição, à literatura produzida na época colonial, em virtude do apego dessa produção aos modelos culturais portugueses.
Portanto, um dos traços essenciais do Romantismo no Brasil é o nacionalismo, que, orientando o movimento, lhe abriu um rico leque de possibilidades a serem exploradas. Entre elas se destacam o indianismo, o regionalismo, a pesquisa histórica, folclórica e linguística, além da crítica aos problemas nacionais – todas posturas comprometidas com o projeto de construção de uma identidade nacional, mas, ao mesmo tempo em que o sentimento de nacionalidade aflorava nos corações dos brasileiros, parte da população permanecia na miséria e/ou em situações de escravidão, sem acesso a emancipação e aos direitos humanos básicos.
1- As gerações do Romantismo
Tradicionalmente são apontadas três gerações de escritores românticos. Essa divisão, contudo, engloba principalmente os autores de poesia. Os romancistas não se enquadram muito bem nessa divisão, pois suas obras podem apresentar traços característicos de mais de uma geração.
• Primeira Geração: nacionalista, indianista e religiosa. Destacam-se os poetas Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
• Segunda Geração: marcada pelo “mal do século”, apresenta egocentrismo exacerbado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Seus principais representantes são Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.
• Terceira Geração: formada pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de cunho político e social. As maiores expressões do grupo são Castro Alves e Fagundes Varela.
2.1 – Segunda Geração: O Ultra-Romantismo
Durante o Romantismo, nas décadas de 50 e 60 do século XIX, jovens poetas universitários de São Paulo e do Rio de Janeiro reuniram-se em um grupo que deu origem a poesia romântica brasileira conhecida como Ultra-Romantismo. Essa geração caracterizava-se pelo espírito do mal do século, uma onda de pessimismo doentio que se traduzia no apego a valores decadentes, como a bebida e o vício, na atração pela noite e pela morte.
Os ultra-românticos desprezaram certos temas e posturas da primeira geração, acentuando traços como o subjetivismo, o egocentrismo e o sentimentalismo, ampliando a experiência da sondagem interior e preparando o terreno para a investigação psicológica que, três décadas mais tarde, caracterizaria o Realismo.
Quanto ao amor, as obras apresentam uma visão dualista que envolve atração e medo, desejo e culpa e, segundo alguns autores, os românticos temiam a realização amorosa. Por isso, o ideal feminino é associado a figuras incorpóreas ou assexuadas, como anjo ou criança e as referências ao amor físico se dão apenas de modo indireto, sugestivo ou superficialmente.
3. Poetas
3.1 – Álvares de Azevedo
Poeta romântico por excelência, Álvares
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