SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES DE GONÇALVES DE MAGALHÃES
Trabalho Universitário: SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES DE GONÇALVES DE MAGALHÃES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luizene • 3/12/2014 • 1.758 Palavras (8 Páginas) • 2.084 Visualizações
SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES DE
GONÇALVES DE MAGALHÃES
Rio Maria – PA
Abril/2013
Sumário
• Introdução -------------------------------------------------------- 4
• Suspiros Poéticos e Saudade ------------------------------ 5
• Prefácio aos Suspiros Poéticos e Saudades ---------- 6
• Referências bibliográficas ----------------------------------- 10
Introdução
Suspiros Poéticos e Saudades é o título do livro poético de Domingos Gonçalves de Magalhães, tido como a primeira obra do romantismo no Brasil. O livro traz o sentimento de antilusitanismo do autor, muito popular no país nos momentos que sucederam à sua emancipação política de Portugal.
A obra Suspiros Poéticos e Saudades, publicada em 1836, foi considerada a obra inaugural do Romantismo no Brasil. O autor procurou criar e consolidar uma literatura nacional para o país. É dividida em duas partes: "suspiros poéticos" e “saudades”.
SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES DE
GONÇALVES DE MAGALHÃES
A primeira parte é constituída de 43 poemas sobre os mais diversos temas, tais como a própria poesia, o cristianismo, a mocidade, a fantasia, ou ainda diversas impressões sobre lugares, fatos e figuras da história. Em grande parte dos poemas há indicações de onde foram escritos, fazendo com que possamos relacionar a partir daí os diversos países nos quais o poeta esteve: Brasil, Bélgica, Suíça, França, Itália. É uma espécie de literatura poética de viagens, que, na época, deve ter fascinado muito aos jovens brasileiros. Estes, em sua grande maioria, não podiam fazer o que fizera o autor dos Suspiros Poéticos, isto é, escrever em Waterloo um poema sobre Napoleão, em Roma um poema sobre as ruínas daquela cidade, em Ferrara uns versos sobre o cárcere de Tasso.
O livro de Magalhães, se não primava pela qualidade dos versos, unia a poesia e a experiência, a arte e a vivência, sendo, enfim, o exemplo maior do versejar ao gosto da aventura, do novo, do exótico, ao mesmo tempo em que expressava a experiência do Eu em contato direto com a cultura erudita européia, sacralizada aos olhos dos românticos brasileiros.
Também a experiência pessoal, o contato com os amigos, faz-se presente no livro. O poema A meu amigo D. J. G. de Magalhães provavelmente não foi escrito pelo próprio Magalhães, já que foi a ele endereçado. Teria sido composto, possivelmente, por Manuel de Araújo Porto Alegre, pois, no livro, o poema que se segue intitula-se Em resposta a meu amigo M. de Araújo Porto Alegre, sugerindo um diálogo entre os dois textos. Mas nada aí está muito claro, principalmente para o leitor leigo, que desconhece o hábito de os românticos trocarem esse tipo de “correspondência” poética nas próprias obras. Teria sido bem-vinda uma nota explicativa, por parte de Sousa da Silveira ou mesmo da parte dos editores posteriores, sobre a autoria do poema.
A segunda parte é dedicada, como o próprio título declara, à saudade, evocando em 12 poemas a pátria, a família, os amigos, enfim, pessoas, fatos e lugares caros ao poeta e dele apartados. Todavia, segundo Antonio Candido, o saudosismo de Magalhães não transcende à saudade do “menino manhoso longe da mãe”. De qualquer modo, o tema ganhou larga aceitação no romantismo brasileiro, e muitos irão chorar a falta da mãe genitora, da mãe pátria, da amada, do amigo, etc.
O primeiro manifesto teórico do nosso Romantismo é o Prólogo de Suspiros Poéticos e Saudades:
(Prefácio aos Suspiros Poéticos e Saudades)
Pede o uso que se dê um prólogo ao Livro, como um pórtico ao edifício; e como este deve indicar por sua construção a que Divindade se consagra o templo, assim deve aquele designar o caráter da obra. Santo uso de que nos aproveitamos, para desvanecer alguns preconceitos, que talvez contra este Livro se elevem em alguns espíritos apoucados.
É um Livro de Poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço, ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do Cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da Pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São poesias de um peregrino, variadas como as cenas da Natureza, diversas como as fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade do pensamento, e se ligam como os anéis de uma cadeia; poesias d'alma, e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser julgadas.
Quem ao menos uma vez separou-se de seus pais, chorou sobre a campa de um amigo, e armado com o bastão de peregrino, errou de cidade em cidade, de ruína em ruína, como repudiado pelos seus; quem no silêncio da noite, cansado de fadiga, elevou até Deus uma alma piedosa, e verteu lágrimas amargas pela injustiça, e misérias dos homens; quem meditou sobre a instabilidade das coisas da vida, e sobre a ordem providencial que reina na história da Humanidade, como nossa alma em todas as nossas ações; esse achará um eco de sua alma nestas folhas que lançamos hoje a seus pés, e um suspiro que se harmonize com o seu suspiro.
Para bem se avaliar esta obra, três coisas releva notar: o fim, o gênero, e a forma.
O fim deste Livro, ao menos aquele a que nos propusemos, que ignoramos se o atingimos, é o de elevar a Poesia à sublime fonte donde ela emana, como o eflúvio d'água, que da rocha se precipita, e ao seu cume remonta, ou como a reflexão da luz ao corpo luminoso;
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