Uma prova de amor
Por: Letícia Do Valle • 30/11/2015 • Abstract • 695 Palavras (3 Páginas) • 1.781 Visualizações
O filme “Uma Prova de Amor”, trás como foco uma adolescente com câncer terminal, e foca o drama de uma garotinha de 11 anos que começa a questionar sua existência, uma vez que tem conhecimento de que foi concebida na esperança de ser a salvadora de sua irmã mais velha, a qual tem anemia desde criança. Ao longo dos seus 11 anos, Anna foi submetida a vários procedimentos e cirurgias, fazendo doações desde células do cordão umbilical até medula para sua irmã. Chegando a um ponto crítico, ela se vê obrigada pelos pais a doar um rim para a irmã, mas decide, ao invés disso, contratar um advogado para defender os direitos sobre seu próprio corpo. No desenrolar do filme, a doença de Kate vista por vários ângulos, pois os conflitos e problemas causados pela doença afetam toda a família. Embora Anna se sinta usada, o irmão do meio, Jesse, tem seus problemas ignorados, o relacionamento de seus pais está desmoronando e em meio a tudo isso, Kate tenta apenas sobreviver. O filme é ótimo, comovente. Porém com ele podemos tirar algumas explicações e mesmo reflexões sobre o que é ético ou não. E diante dele surge a pergunta: Até que ponto pode ser ético? E até que ponto a ética pode interferir? Visto que ao analisar o filme percebemos que se trata de uma menina menor de idade, a qual os pais são seus tutores legais e por isso tem todo o poder de decisão, decide por doar o seu rim para a irmã na tentativa de salvar esta. Porém, Anna parece ter uma missão desde seu nascimento, pois vem fazendo doações e cirurgias em prol da irmã Kate, desde o embrião. No entanto, agora cansada da e afetada pelas cirurgias que já fizera ela decide negar fazer a doação do rim. Será ético o amor de uma mãe por uma filha a ponto de sacrificar a outra? Ou mesmo serão éticos os profissionais da saúde fazer essa cirurgia mesmo sabendo que não é do agrado e consentimento da paciente “doadora” em questão? O Principio da Beneficência segundo os termos da Resolução da Bioética, significa fazer o bem visando o maior benefício para o paciente. Um dos princípios éticos dos profissionais da saúde é o de não causar prejuízo ou dano a alguém quando da execução de seus atos profissionais. Portanto, ao fazer uma analise critica e reflexiva sobre o que trata o filme “Uma prova de amor”, percebe-se que a intenção do autor era abordar o assunto ético no ambiente profissional, no caso, no ambiente hospitalar e científico. O principio de autonomia significa autodeterminação, autogoverno: a própria pessoa toma suas próprias decisões; e isso pressupõe que a pessoa deve ser livre de coações para que possa realizar suas escolhas livremente. Ao observarmos o grau de autonomia de Anna, podemos dizer que era zero, não existia autonomia, nem se quer o livre arbítrio de decisão e escolha, é como se ela não tivesse direito, e fosse condenada ao único propósito de salvar a irmã. Tendo que contratar alguém para defendê-la. Isso porque, seus pais tomavam a decisão por ela. O principio de Justiça parte da idéia de que uma sociedade só será justa se “todos possuírem os mesmos direitos, os de liberdade e oportunidades.” Portanto, o principio de justiça é a equidade na distribuição dos benefícios. Para que uma pesquisa seja considerada ética deve atender aos princípios de autonomia, beneficência, não maleficência, justiça e equidade. Para tanto, o filme não contempla esses princípios de que trata a resolução 196/96, e sim a determinação de uma mãe que queria salvar sua filha mais velha a qualquer custo, ainda que fosse à custa das condições psicológicas de outra filha. È claro que salva a vida de Kate era importante, mas é necessário acima de tudo o respeito à Anna, e reservado a ela o direito de decisão sobre o que deveria fazer. O filme “Uma prova de amor” trás uma abordagem importantíssima para mim enquanto na condição de acadêmico, pois instiga a reflexão sobre o que é moral e ético; acima de tudo, sobre como deve ser nossa postura como futuros profissionais na área da saúde.
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