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Variação Linguística: As Variedades Do Português Brasileiro/ Preconceito Linguístico: O Que é E Como Combatê-lo.

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Por:   •  12/10/2013  •  1.928 Palavras (8 Páginas)  •  969 Visualizações

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Etapa 3- Variação Linguística: As variedades do português brasileiro/ preconceito linguístico: o que é e como combatê-lo.

Língua e fala também são diferentes para Saussure. Para ele, língua é o sistema, é o todo, é o conjunto de signos de que uma comunidade se vale para se comunicar e também as regras que delimitam esse conjunto. Logo, língua é uma coisa coletiva, social. Saussure também chama língua de “langue”. Já a fala é o uso individual, é a escolha de cada um. É a “parole”. Saussure, porém, sempre deixou bem claro que o objeto de seus estudos era a língua e não a fala.

Temos a língua portuguesa como uma entidade social, que todos nos brasileiros, adquirimos como falantes nativos e que a nos pertence, que nos faz cidadãos de pleno direito neste país.

Fatos Linguísticos é uma tendência de nos brasileiros afirmarem que falamos a mesma língua e que não existem dialetos no Brasil.Bagno ( 2005) descreve uma série de mitos presentes e frequentes sobre a língua portuguesa. “ A escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os [.] milhões de brasileiros, independentemente de idade, origem geográfica, e situação socioeconômica, e grau de escolarização” (Bagno, 2005, p.15). Embora Saussure, já no inicio do século XX, admitisse a necessidade de uma área de estudos que se preocupasse com a individualidade, e multiplicidade da fala. A partir de1960, nasceu a sociolinguística, com o modelo de pesquisa de Willian Labov (Tarallo, 1997, p, 7).

No Brasil, projetos são realizados para analisar as variedades linguísticas em cidades e comunidades linguísticas. Contribuindo para compreensão da língua, por meio da sociedade, que muda. Os fatos linguísticos são demonstrados: as línguas servem para a comunicação; estão estritamente ligadas aos seus usuários.

A variação linguística pode ocorrer em todos os níveis da língua, e fatores também: geográficos sociais e socioculturais e de contexto. A variação fonética é a que caracteriza os diversos sotaques existentes no Brasil, que pode acontecer no nível dos segmentos, como na silaba da palavra ex: coração com o fechado pela maioria dos brasileiros e aberto em alguns estados do Nordeste. O outro parâmetro para diferenciar as variedades linguísticas está relacionado com a identidade com a identidade dos falantes e também com a organização social e cultural de sua comunidade. Variantes: são maneiras de dizer a mesma coisa em um mesmo contesto e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes chamamos variável. (Tarallo, 1997).

Agora vamos falar de outra diferença de linguagem entre a falante, que é a faixa etária. E o conhecimento geral dos jovens que caracteriza uma marca e os torna capazes de participar de um grupo. O falar do jovem é considerado pelo uso de gírias especificas da idade, do grupo em que se insere e da época. Outro fator de variação é a linguagem da mulher em relação à do homem. Aqui também o preconceito se faz presente, pois pesquisa tem apontado para certa crença de que a fala das mulheres reflete fraqueza e insegurança. Lowe e Graham (1988, p.89) listam uma série de resultados de pesquisa a respeito da linguagem de mulheres falantes de inglês que apontam para o só de certos itens lexicais, estruturas gramaticais ou até mesmo uma entonação diferente. Algumas das conclusões das conclusões de uma dessas pesquisas ( Lakoff, 1975, citado por Lowe; Graham, 1998) sugerem o seguinte:

• A escolha de vocabulário indica posição inferior da mulher no âmbito de tomada de decisões e de posições de poder;

• A mulher usa mais formas polidas, como obrigadas e, por favor; é menos direta em seu discurso dizendo, por exemplo, esta fria aqui querendo dizer por que não fechamos a janela? E usa mais eufemismos para evitar indelicadeza.

O circulo vicioso do preconceito: A mulher é o sexo frágil, sua linguagem, por consequência, será mais fraca. As características da linguagem usada p ela mulher demonstram fraqueza. A mulher usa mais formas do que o homem. Um exemplo dessas conclusões diferentes p Ra um mesmo resultado é que as mulheres usam mais perguntas ao final de uma afirmação( as tag questions) porque são mais preocupadas em manter a interação.

As pessoas, em geral, têm formas diferentes de falar, Isto é, vocabulário diferente, estrutura gramatical diferente e até ritmo de fala diferente, dependendo, principalmente, da formalidade da situação. Quando estão em situações mais formais, em ambientes que exigem um determinado comportamento linguístico, monitoram sua fala para se adequar aquele contexto. O que importa, nesse caso, é a aceitação pelos interlocutores.

Diante de tudo isso, é incrível dizermos que falamos toda a mesma língua, não é mesmo? E, nesses contextos todos, o que você considera falar “errado”? “Você acha que alguma das formas de falar que analisamos é errada”? Muito bem, para discutirmos essa questão, vamos falar muito importante pra o professor, principalmente o professor de língua: o preconceito linguístico.

O preconceito linguístico é fruto de uma história de prescrição da gramática normativa, que nos acostumou a achar que toda forma diferente das regras gramaticais contidas nos livros que estudamos são “erradas”. È fruto de uma tradição de tratamento da língua como um sistema rígido de leis a serem cumpridas, e aquele que não cumpre é “julgado e condenado” por isso. Só que essa concepção de certo e errado é muito relativa. Como já dissemos anteriormente, o que é certo hoje pode não sê-lo amanha. Isso demonstra o preconceito. Uma pessoa normalmente é julgada pela forma como fala, mas principalmente, pelo papel que representa na sociedade. È o velho ditado em ação: dois pesos, duas mediadas. O importante aqui é que você compreenda o conceito, e não terminologia. Podemos, então, concluir que não existe o errado, mas o diferente. E regra, nesse caso, não significa prescrição, mas uma sistematização linguística.

E o preconceito linguístico, através do julgamento, da valorização, da desvalorização de uma pessoa pela forma como fala, não acontece só no Brasil e não é recente. Stubbs (2002, p.105) cita uma fala do famoso escritor irlandês George Bernard Show”: “ Toda vez que um inglês abre a boca, ele faz outro inglês despreza-lo”.

A norma e o conceito de erro Saussure separou a linguagem em duas partes: a língua, que é o sistema linguístico, e a fala, que é a execução do sistema pelas pessoas. Embora esses conceitos,

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