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A ANÁLISE DOS CASOS DE INÊS ETIENNE ROMEU E ANDOR STORN

Por:   •  16/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  923 Palavras (4 Páginas)  •  72 Visualizações

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CAMILA MANHOLER CARVALHO

ANÁLISE DOS CASOS DE INÊS ETIENNE ROMEU E ANDOR STORN

Trabalho Final apresentado ao(à) Professor(a). ITACIR JOÃO PIASSON, como requisito avaliativo da disciplina de “Humanidade, Sociedade e Ética”, no 3º Módulo de 2020, no curso SERVIÇO SOCIAL.

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2020

                                                

                                                 “O nazismo, intrinsecamente, é um fato moral, um despojar-se do velho homem, que está viciado, para vestir o novo”.

Otto Dietrich zur Linder, personagem nazista de “Deutsches  Requiem” em El Alepfh (1949), de Jorge Luis Borges.

Ao estudar e analisar ambos os casos e me sentir extremamente comovida e chocada com a crueldade, o sadismo, a estupidez e a capacidade do ser humano em infligir dor e tamanho sofrimento em seu semelhante, me vem à cabeça a teoria filosófica de Thomas Hobbes, onde ele diz que o homem é egoísta e mau por natureza e está sempre em busca de poder e que o seu estado natural é lutar para impor a sua vontade sobre os outros. Mas, ao mesmo tempo o homem tem medo de não sobreviver e por isso, Hobbes sugere a implantação de um governo forte que forneça segurança e evite a destruição do indivíduo. Para ele, os homens deveriam submeter as suas vontades a uma autoridade que restabelecesse a ordem e deveriam respeitar essa autoridade como estratégia para sobreviver. Ele apelava aos impulsos egoístas para fazer as pessoas entenderem que obedecer ao governo era melhor para elas, assim evitaríamos retomar àquele estado de guerra permanente no qual o homem é o lobo do homem.

 Lembro que me indaguei: Mas o que aconteceria se esse governante “forte”, também fosse um “lobo”? Eis que ao me aprofundar nos casos de Inês e Andor obtive a resposta. Esses governos fizeram pessoas acreditarem na ideia de que a sua sobrevivência dependia da destruição do “Outro”, isto é, pessoas que não integravam seu ideal de civilização ou humanidade.

Tanto o Brasil quanto a Alemanha experimentaram um processo de inversão moral que, combinados com outros fatores, como o nacionalismo e o racismo, levou esses países a cometerem crimes hediondos e bárbaros que ficaram marcados na história. Essa inversão moral foi tão completa e abrangente que tornou a violência um valor positivo e transformou o assassinato numa tarefa como outra qualquer, transformou homens e mulheres comuns, pais de família, professores, médicos e advogados em cumplices e até protagonistas de crimes bárbaros.

A experiência da ditadura e do nazismo nos mostra que é a sociedade que torna a conduta imoral possível, pois, embora seja à consciência que o indivíduo deve prestar contas de seus atos, é em relação aos demais integrantes da sociedade que esses atos são qualificados. A dimensão da inversão moral depende do quanto a organização da sociedade é capaz de eliminar as objeções de consciência, de modo a fragilizar as relações humanas, das quais a moral depende sem sombra de dúvida.

Nesse contexto os conceitos filosóficos nos permitiram iluminar uma estrutura constitutiva da condição humana, o ser – com – outros.

O filósofo francês Emannuel Lévinas nos apresenta princípios éticos e lições práticas para a nossa atualidade quando diz que o outro se mostra a partir da sua fragilidade e nos invoca a uma resposta responsável. Pois quando acolhemos o outro na sua alteridade nasce o ato ético. Para Lévinas a alteridade tem uma importância decisiva na ética.

O primeiro passo surge quando nós nos ocupamos de nós mesmos, nossa sobrevivência, nossa permanência no mundo, o que não significa que somos humanos, nossa humanidade surge quando nos tornamos capazes de nos responsabilizarmos perante o outro, quando nos sensibilizamos com a sua fragilidade. Antes da razão temos a sensibilidade e antes da liberdade, temos a responsabilidade.

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