A Angustia Na Vida Executiva
Pesquisas Acadêmicas: A Angustia Na Vida Executiva. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jonas130608 • 18/10/2014 • 763 Palavras (4 Páginas) • 685 Visualizações
or Sílvio Celestino*
Não é muito comum falar sobre a solidão no mundo executivo. Festas, networking e reuniões em locais sofisticados são os temas mais frequentes na vida dos líderes empresariais. Por outro lado, nossa cultura organizacional ainda privilegia o desenvolvimento da pessoa por sua própria conta. Damos poucos feedbacks, isso é notório, e, acima de tudo, ouvimos muito pouco os profissionais. Por essas razões, a retenção de talentos e a motivação são assuntos sempre lembrados em rodas de profissionais de recursos humanos.
Entretanto, surpreendeu-me que, ao receber o prêmio da revista Você RH de Melhor Profissional de Recursos Humanos de 2013, Fernando Salinas, diretor da Johnson & Johnson Medical, tenha mencionado, ainda que brevemente, a necessidade de o RH ser um bom ouvinte, principalmente para auxiliar na questão da solidão dos executivos. E ele tem razão, esse é um fator estressante e presente durante toda a carreira executiva.
Em primeiro lugar, o mundo de negócios somente pode existir com base no sigilo. Experimente comentar em uma rede social que você está saindo para comprar um carro de R$ 100 mil que encontrou por R$ 80 mil, e verá por que o segredo é importante. Pense em com quantas informações sigilosas um executivo tem de lidar. Isso já é motivo suficiente para muito estresse.
Agora, quando acrescentamos a isso angústias pessoais que se entrelaçam com o mundo dos negócios, podemos imaginar o que é a solidão executiva. Por exemplo, uma CEO que sente uma dor no corpo, em uma região na qual há histórico de câncer na sua família. E ela tem medo de ir ao médico fazer um exame. Além disso, está em meio à compra de uma empresa e teme que o negócio não seja concluído se souberem que ela pode estar doente. Ou um diretor que está sendo preparado para presidir a empresa, mas que não deseja assumir esse papel, pois entende que o cargo o tirará do convívio com a família. Ou, ainda, um executivo que deseja sair, mas não pode comentar esse assunto com os acionistas, pares e nem ao menos com a esposa, pois seu padrão de vida depende da composição com o salário dela.
Há também os temas que não podemos conversar com ninguém, por sua abrangência e por nos fazer parecer fracos e inseguros. Uma causa dessas angústias é que fomentamos que a pessoa deve construir sua carreira sozinha. Essa é uma tarefa complexa em todas as idades, mas, quanto mais o tempo passa, mais a solidão das decisões pesa sobre a pessoa. Além disso, a velocidade e a complexidade do mundo atual colocam as empresas em uma permanente luta de vida ou morte pela própria existência. Querer que elas sobrevivam e salvem alguns empregos é pedir muito. Querer que elas o façam e ainda ofereçam um plano de carreira completo para todos é pedir o impossível. Nesse contexto bastante agressivo, tentar lidar com todos os temas da vida empresarial e pessoal sozinho é um risco muito grande. Além disso, o indivíduo leva muito mais tempo para se desenvolver, quando o faz por conta própria. Sem método e com pensamentos nem sempre produtivos, os resultados são lentos e incertos.
Um departamento de recursos humanos que se preocupa em ouvir seus executivos tem mais chances de ser bem-sucedido em sua árdua tarefa de motivar e desenvolver pessoas. Além disso, pode oferecer,
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