A Avaliação Formativa No Ensino Superior

A AVALIAÇÃO FORMATIVA E A AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO NO ENSINO SUPERIOR: UMA PARCERIA QUE DÁ CERTO.

Deile Rosa de Almeida

Ana Lúcia Martins Kamimura

RESUMO

A avaliação sempre foi uma prática usada pelos professores como mera medição do conhecimento adquirido. Hoje se sabe que ela pode e deve ser utilizada como um recurso para se construir conhecimento de forma produtiva e duradoura, contudo essa realização ainda se encontra distante da realidade escolar vivida no ensino superior brasileiro. Redefinir o papel da avaliação tem sido uma atividade bem difícil para os docentes, uma vez que tal atitude contraria tudo o que até agora era considerado como certo. Abolir o caráter coativo da avaliação certamente será uma das condições para transformar e redimensionar esta importante ação proporcionando assim de fato uma aquisição eficiente e duradoura de conhecimento.

PALAVRAS – CHAVE: AVALIAÇÃO – ENSINO SUPERIOR – CONSTRUÇÃO – CONHECIMENTO.

ABSTRACT

The assessment has always been a practice used by teachers as mere measurement of acquired knowledge. Today we know that it can and should be used as a resource to build knowledge in a productive and durable, yet this achievement is still far from reality school lived in Brazilian higher education. Redefining the role of evaluation has been a very difficult activity for teachers, since such an attitude against everything that until now was regarded as certain. Abolish the coercive nature of the evaluation will certainly be one of the conditions to transform and resize this important action thus providing in effect a lasting and effective acquisition of knowledge.

KEYWORDS

EVALUATION - HIGHER EDUCATION - CONSTRUCTION - KNOWLEDGE.

INTRODUÇÃO

Há algum tempo é possível perceber que a educação vem passando por diversas mudanças. Uma delas tem chamado muita a atenção dos operadores do processo educação, a redefinição do papel da avaliação.

A avaliação tem perdido o seu caráter coativo e se vem se tornando uma forte ferramenta para a auxiliar na construção do conhecimento no ensino superior: afinal também aprende-se com os erros.

Nesse sentido buscamos por meio de uma revisão bibliográfica levantar de que forma a avaliação tem ocorrido no meio educacional do ensino superior brasileiro, traçando assim um breve histórico de sua ocorrência bem como as consequências positivas de tal mudança.

AVALIAÇÃO: conceito e problematizações.

O ensino superior é uma etapa do conhecimento que tem como objetivo maior a formação profissional e a inclusão do cidadão no mercado de trabalho. É nesta etapa que há a concatenação de todo um processo de ensino aprendizagem iniciado lá na educação básica.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) o ensino superior tem o seguinte fim:

Art. 43. A educação superior tem por finalidade:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. (...)(LDB, 1996)

Pela leitura da prerrogativa vê-se claramente que um dos grandes objetivos desta etapa de ensino é a transformação da realidade social por meio da ampla formação cultura e a inserção destas pessoas no mercado de trabalho.

É possível também perceber que o Ensino Superior é de fato um processo de ensino que congrega todos os conhecimentos até então adquiridos.

Para que a construção do conhecimento se dê de forma eficiente é necessário acompanhar, gerir de forma pedagógica sua ocorrência, nesse sentido, aparece uma estrutura de suma importância, a avaliação, tema central deste texto.

Avaliação é o processo pelo qual o docente consegue identificar e analisar as modificações surtidas em seus alunos devido à sua atuação pedagógica.

Sant’anna (1997) define avaliação com o processo pelo qual se procura identificar, aferir e investigar e analisar as modificações do comportamento e atendimento do aluno, do educador, do sistema, confirmando se a construção do conhecimento se processou, ou seja, se as intervenções propostas pelo docente de fato suscitaram alguma construção significativa.

Vasconcellos (2005) define o processo avaliativo como:

A avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços,suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar obstáculos. É a forma de acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudá-los em suas eventuais dificuldades. (VASCONCELLOS, 2005)

Segundo Luckesi (1995), a avaliação direciona o objeto numa trilha dinâmica enquanto a verificação o “congela”. Isso quer dizer que, para desenvolvermos o processo avaliativo, necessariamente temos que verificar, mas posteriormente precisamos tomar uma atitude no sentido de modificar a situação verificada, aí sim estaremos avaliando.

A avaliação segundo seus objetivos apresenta atualmente três classificações: avaliação diagnóstica, somativa e formativa.

A avaliação diagnóstica é segundo Sant’anna, 1997, aquela que visa identificar e avaliar o conhecimento que o aluno traz, tanto antes de iniciar o curso, como ao iniciar uma nova prática. Este tipo de avaliação é usual em inícios de cursos, treinamentos, momentos em que é necessário traçar um perfil do público alvo para o estabelecimento de metas de trabalho pedagógico.

Já a avaliação somativa tem como fim medir o conhecimento adquirido. Na opinião de Sant’anna (1997) sua função é meramente classificatória, sendo utilizado ao final de unidades ou semestre para verificar o aproveitamento adquirido.

Infelizmente esta tem sido a modalidade de avaliação mais utilizada no âmbito escolar, quer na educação básica, superior ou concursos públicos. Nesta tipologia, o processo de ensino assume mais importância, cedendo lugar a tabelas meramente classificatórias.

A avaliação formativa, por sua vez, é aquela que considera