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A Capacidade De Brincar

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Por:   •  7/7/2014  •  312 Palavras (2 Páginas)  •  795 Visualizações

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A capacidade de brincar possibilita às crianças um espaço para resolução dos problemas que as rodeiam. D. W. Winnicott, psicanalista inglês, estudioso do crescimento e desenvolvimento infantil, considera que o ato de brincar é mais que a simples satisfação de desejos. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprios; um fazer que se constitui de experiências culturais, que é universal e próprio da saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo (a criança) e com os outros (1975, p.63).

Vygotsky (1989) também atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. A criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem, ainda segundo Vygotsky, tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança, à medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento.

A ludicidade e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são, por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem à criança comportamentos além dos habituais. “Nos jogos ou brincadeiras, a criança age como se fosse maior do que a realidade, e isso, inegavelmente, contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento.”

Em seus jogos, as crianças reproduzem muitas situações vividas em seu cotidiano, que, por meio da imaginação e do ‘faz-de-conta’, são reelaboradas criativamente. Citando ainda Vygotsky, percebemos que essa representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretação e representação do real, de acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Essas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem.

Fonte: D.W.Winnicott – O Brincar e a Realidade, Imago, RJ, 1975 e Vygotsky, A Formação Social da Mente, SP, Martins Fontes, 1988.

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