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A Cibercultura a Cultura da Internet

Por:   •  14/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.538 Palavras (15 Páginas)  •  457 Visualizações

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Resumo de Ciber – P1

A CULTURA DA INTERNET – CASTELLS

Os sistemas tecnológicos são produzidos pela sociedade, que é estruturada culturalmente. Assim sendo, tal estrutura cultural se reflete nos produtos sociais, tal qual a Internet. A cultura dos produtores da Internet moldou o meio. Esses produtores, aliás, foram seus primeiros usuários. Mas, atualmente, com a grande difusão da Internet, devemos diferenciar os tipos de usuários:

  • Produtores/usuários: a prática na internet é reintroduzida no meio. Usam o sistema e criam sobre ele. Ou seja, podem criar e alterar códigos. É o que será analisado no texto de Castells.
  • Consumidores/usuários: não interagem diretamente com a criação e desenvolvimento da Internet.

Tendo isto como base, chegamos ao ponto que pode ser afirmado que a cultura da Internet é a cultura dos criadores da Internet, como dito no começo. E essa cultura virtual se caracteriza por ser dividida em quatro camadas: a cultura tecnomeritocrática, hacker, a cultura comunitária virtual e a cultura empresarial. Juntas, elas contribuem para uma ideologia de liberdade. Afinal, o software de fonte aberta é a característica tecnológica crucial no desenvolvimento da Internet. Além disso, deve-se frisar que uma cultura é dependente de outra. Nenhuma existiria, de fato, sozinha.

Tecnoelites

A tecnoelite, ou camada tecnomeritocrática, é um grupo de pessoas que tem como objetivo construir e desenvolver um sistema eletrônico de comunicação global. Acredita que o desenvolvimento científico e tecnológico é um elemento decisivo no progresso da humanidade.

Ele se especifica dentro da cultura virtual, pois exige o reconhecimento dos outros profissionais próximos. Nessa cultura, o mérito resulta da contribuição para o avanço de um sistema tecnológico e que deve ser aprovado pelos pares (colegas de profissão, pertencentes à tecnoelite). Ou seja, exige exame de descoberta pelos pares, pelas pessoas da área, atribuindo uma relevância para a descoberta.

Vale ressaltar que as tecnoelites possuem uma figura de autoridade (coordena tarefas e projetos) em seu meio, que deve ser respeitada, obrigando-os a seguirem regras formais e informais da comunidade.

Exemplo: Tim Berners Lee, criador do WWW, a interface gráfica da internet.

Hackers

A cultura hacker desempenha um papel fundamental na construção da Internet por duas razões: cria novos códigos para as criações da tecnomeritocracia, fazendo a ponte entre a tecnoelite e a cultura empresarial; e por ser o ambiente fomentador de inovações tecnológicas capitais mediante cooperação e comunicação livre.

ATENÇÃO: hacker não é a mesma coisa que cracker, como difundido pela mídia. Cracker é aquele que se utiliza de seus conhecimentos virtuais para quebrar códigos, penetrar em sistemas.

Ao contrário da cultura tecnomeritocrática, os hackers possuem autonomia nos projetos em relação às instituições. O hacker é mais solto, por fazer por gosto.

Em suma, a Internet foi criação da sociedade tecnomeritocrática. Porém, depois se tornou base para sua própria atualização tecnológica, grande parte por causa da cultura hacker, que a desenvolveu. A cultura tecnomeritocrática é o código-fonte da cultura hacker.

Um dos valores primordiais da cultura hacker é a liberdade. Liberdade para criar, liberdade para apropriar todo conhecimento disponível e liberdade para redistribuir esse conhecimento sob qualquer forma ou canal. Afinal, o hacker cria sobre a criação do outro. E esta nova criação é aprimorada por outros integrantes da cultura hacker. Tudo isso ausentando os direitos de propriedade, direitos autorais, etc. O que o hacker recebe é a satisfação de ser reconhecimento por sua comunidade.

Exemplos: sistema Linux ou, num âmbito de exemplos editoriais, a Wikipédia.

Comunidades Virtuais

É a cultura que, ao utilizar criações das camadas tecnomeritocrática e hacker, atribui regras e valores sobre a utilização. Surgiu após a popularização da internet junto com os leigos. Deram contribuições na configuração e evolução na Internet decisiva. Afinal, os usuários tendem a adaptar novas tecnologias para satisfazer seus interesses e desejos.

Enquanto a cultura hacker forneceu os fundamentos tecnológicos da Internet, a cultura comunitária moldou suas formas sociais, processos e usos.

Apesar da comunidade, hoje, ser esparsa e diversa, já que não há mais uma comunidade virtual unificada, ela possui duas características fundamentais: a primeira é o valor da comunicação livre e horizontal num livre expressão global. O segundo é a formação autônoma das redes. Ou seja, a possibilidade de cada pessoa achar sua própria destinação na rede e, não a encontrando, criar e divulgar sua própria informação.

Exemplo: a convenção de que o uso do Caps Lock, numa conversa, significa estar gritando [acho esse exemplo ruim, mas foi o único dado pelo Sandano em aula].

Empresários

A difusão da Internet a partir de círculos fechados de tecnólogos para a sociedade em geral foi levada a cabo pelos empresários. Aconteceu apenas na década de 1990, mas com a velocidade de um raio. Assim, a internet como conhecemos foi moldada em grande parte em torno desses usos comerciais. Afinal, ela precisa ficar facilmente acessível ao público.

Assim, após o surgimento da Internet e a promoção dos tais empresários, cria-se uma nova economia, baseada em bens intangíveis, serviços, trabalhos em rede, etc.

É uma cultura em que a soma do dinheiro a ganhar e a velocidade em que isso ocorrerá são os valores supremos.

Exemplo: Bill Gates após abrir a Microsoft. Fechou os sistemas e pensou apenas na venda dele para o público em geral.

Cultura Virtual

Em resumo, a cultura da internet é uma cultura feita de uma crença tecnomeritocrática no progresso dos seres humanos através da tecnologia, levado a cabo por comunidades hackers que prosperam na criatividade tecnológica livre e aberta dentro de redes virtuais e materializada por empresários movidos a dinheiro na nova economia.

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