A Circuncisão Feminina

Circuncisão Feminina

        O procedimento da circuncisão feminina, também denominado por excisão ou mutilação genital feminina, consiste na remoção total ou parcial da parte externa da região genital feminina, que, geralmente é de origem cultural ou religiosa. Este tipo de processo é praticado em todo o mundo, mas, naturalmente, está mais fortemente concentrado no continente africano. Nesta prática, o que mais espanta e chama a atenção do resto da população e a mim própria é o seu caráter desrespeitador, perigoso e polémico, em que defendo que esta deva ser abolida de qualquer parte do mundo.

         Na realidade, este desumano mecanismo de preservação da virgindade  feminina está normalmente associado a problemas e complicações na saúde das mulheres circuncidadas, pela falta da anestesia e de higiene do espaço onde é praticado e dos “instrumentos de corte e costura”. Os efeitos mais frequentes devido á infibulação, ou seja, à pequena abertura do orifício genital incluem dor, hemorragia, retenção de urina, infeções, febre e também tétano. Como é óbvio, a morte não está excluída da equação, se, principalmente, a criança ou jovem vive longe do atendimento médico; e, ao longo da vida, a mulher pode sofrer de infeções pélvicas, de tal maneira fortes e graves que possam bloquear as trompas de Falópio e, consequentemente, causar a infertilidade da mesma.

        As consequências que mais saltam à vista são definitivamente as que estão relacionadas com a parte física, mas decerto que as psicológicas são bastante mais devastadoras e muito mais difíceis de serem entendidas e avaliadas. Alguns dos pais acreditam que ao recorrerem a serviços médicos, o que implica a toma da anestesia e a segura higiene dos materiais e do meio envolvente, estão a proteger e salvaguardar as suas filhas das consequências prejudiciais da circuncisão. De facto, estão a impedir os riscos de saúde resultantes da inexistência dos cuidados médicos, no entanto, o objetivo desta prática é a implementação de uma “modéstia e subordinação forçadas” no comportamento feminino, ou seja, os danos no seu psicológico permanecem e, provavelmente, irão gerar uma frustração sexual severa, medo do desejo sexual e um contínuo sentimento de culpa, humilhação e vergonha.

        Em conclusão, no meu entender, penso que a circuncisão feminina deveria ser extreminada de qualquer tipo de cultura ou religião, pois nenhuma delas deveria ter o poder de lhes retirar os direitos, enquanto seres humanos, mas principalmente enquanto mulheres e, consequentemente, fazerem-nas passar por todo um sofrimento incalculável, tanto físico como emocional e psicológico.