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A DIDÁTICA COMO MEDIAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO PROFESSOR

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Por:   •  27/3/2015  •  875 Palavras (4 Páginas)  •  451 Visualizações

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A DIDÁTICA COMO MEDIAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO PROFESSOR UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO E PESQUISA EM LICENCIATURA

Selma Garrido Pimenta

Neste trabalho, Selma Garrido Pimenta pretende realizar uma balanço crítico da Didática e de seu ensino, apontando a relevância da disciplina diante das necessidades sociais postas à educação. Ela é professora da disciplina de Didática na Faculdade de Educação da USP e neste texto também apresentará os objetivos que pretende alcançar especialmente com os alunos da graduação.

A autora elenca 5 tendências sobre a Didática atualmente:

Paulatina substituição dos conteúdos ditos psicologizantes e tecnicistas por fundamentos históricos, sociológicos e políticos da educação.

A construção de um programa crítico analítico dos temas tradicionais da Didática: finalidades do ensino, relação professor-aluno, conteúdos e métodos do ensino.

Abordagem cultural da Didática.

Tendência a aliar ensino e aprendizagem

Tomar a sala de aula como objeto de estudo.

Experiência enquanto professora da USP

Desafios na disciplina de Didática na licenciatura: colocar os alunos em contato com a realidade de que serão futuros professores, promovendo a construção de sua identidade enquanto professor.

Na pós-graduação: desafio de formar pesquisadores.

Enquanto pesquisadora: além da produção de conhecimento, desafio da autoformação contínua.

COLABORANDO COM A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOS PROFESSORES

A partir do questionamento de que tipo de professor se faz necessário para as necessidades formativas em uma escola que colabore para os processos emancipatórios da população, a autora analisa a construção da identidade dos professores no curso de licenciatura.

Selma Garrido Pimenta trabalha com alunos de diferentes áreas todos juntos, para que se percebam enquanto professores trabalhando de maneira integrada.

A identidade dos professores é analisada pela autora enquanto um processo em construção através de uma reflexão constante acerca dos significados sociais da profissão. Essa identidade também constrói-se com base nos valores, visão de mundo, história de vida, saberes, angústias e anseios de cada professor.

“Mobilizar os saberes da experiência é, pois o primeiro passo no nosso curso de Didática que se propõe mediar o processo de construção de identidade dos futuros professores.” p. 42

OS SABERES DA DOCÊNCIA: A EXPERIÊNCIA

Levando em conta a experiência individual dos alunos, que analisam os diferentes professores que encontraram em sua formação, estes são convidados a tentarem ver-se enquanto professores. Mas para isso essa experiência não basta.

OS SABERES DA DOCÊNCIA: O CONHECIMENTO

A partir da compreensão de que ter informação e sobre um determinado assunto não significa conhecê-lo, a autora aponta para a necessidade de a escola contribuir para que os alunos tenham condições de operar com as informações de forma crítica. A educação é colocada então como um processo de humanização, com a finalidade de tornar os indivíduos agentes transformadores. A escola seria o local de preparação técnica, científica e social, onde os alunos têm contato com conhecimentos e possuem condições de reconstruí-los, revê-los, analisá-los, confrontá-los e contextualizá-los.

OS SABERES DA DOCÊNCIA: SABERES PEDAGÓGICOS

A autora aponta a falta de articulação entre experiência e conhecimentos específicos e os saberes pedagógicos e didáticos. Houssaye aponta como caminhos de superação para esse problema “construir os saberes pedagógicos a partir das necessidades pedagógicas postas pelo real.”

A prática seria, portanto, o ponto de partida e de chegada, os saberes pedagógicos seriam então reinventados a partir da prática.

De acordo com Cornu e Vergioux, seriam as seguintes as possibilidades da Didática contemporânea:

Racionalização e eficiência: reflexão sobre os resultados e sobre a Didática enquanto possibilidade de melhorar a prática.

O sentido: questionamento de como resignificar a Didática no trabalho escolar.

Abertura: necessidade de manter aberto o programa didático.

O saber-fazer: a ação como referência

“...limite do pensar didático: ele não é ação educativa. Mas o refletir sobre a ação. Um refletir que terá significado para a ação se partir da prática e a tiver como sentido.”

“O futuro profissional não pode constituir seu saber-fazer senão a partir de seu próprio fazer.”

“A especificidade da formação pedagógica, tanto a inicial quanto a contínua, não é refletir sobre o que se vai fazer, nem sobre o que se deve fazer, mas sobre o que se faz.”

Já nos cursos de formação tem-se praticado o que Houssaye chama de ilusões: os professores ou futuros professores em alguns momentos iludem-se com as ideias de que se já sabem o conteúdo já sabem ensinar.

Relevância de estar no chão da escola desde a licenciatura. A autora atenta para a diversidade de escolas e para a peculiaridade de cada uma.

Formação e prática reflexiva: o professor enquanto um ser reflexivo e autônomo, um intelectual em contínuo processo de formação e de autoformação.

A formação de professores reflexivos compreende um projeto humano emancipatório, de profissionais capazes de praticar o discurso da liberdade e da democracia.

Constituição de saberes na e sobre a prática.

UM CURSO DE DIDÁTICA NA LICENCIATURA: A EXPERIÊNCIA EM MOVIMENTO

Os seguintes temas são enfatizados no curso de Didática:

o conhecimento;

o ensino;

a construção da atividade docente;

a escola como local de trabalho do professor.

Ensino é visto enquanto uma prática social, sendo influenciado, portanto, uma série de determinantes: subjetivas, familiares, de grupos sociais, escolares, relacionais, relação entre professores e alunos, alunos e alunos.

Para atuar nessa realidade que se modifica é necessário que os futuros professores compreendam então a sociedade em que estão inseridos.

Possibilidade de acesso à “vivência didática”, já que a professora se preocupa em analisar junto com os alunos os procedimentos didáticos utilizados em cada aula.

Reflexão de que ser um bom professor é um processo em permanente construção com um permanente exercício de reflexão na ação.

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