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Identidade do professor

Por:   •  14/5/2015  •  Resenha  •  791 Palavras (4 Páginas)  •  351 Visualizações

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Desde a antiguidade, o homem busca o conhecimento de si mesmo, ou seja, de sua identidade.

O texto aprofunda-se, mediante revisão bibliográfica dos mais citados autores elaborada pelas professoras da UFMS Maria Gladis Sartori Proença e Neide Araújo Castilho Teno, no sentido de pertença e de identificação do professor, profissional dedicado à arte de ensinar a outros a encontrarem suas próprias identidades.

A construção da identidade do professor, embora única e pessoal, reflete aspectos de ordem social e de escolha de profissão. Interdisciplinar, a identidade permeia os campos da Biologia, da Psicologia Educacional e Social, da Sociologia, da Antropologia e da Filosofia.

Numa abordagem inicial, a consulta ao dicionário conceitua a identidade como “os caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa: nome, idade, estado civil, profissão, etc.”. A psicanálise aprofunda o conceito de identidade imprimindo-lhe um dinamismo processual: a formação do Ideal do Ego e do Superego como sendo instâncias que internalizam no indivíduo normas e regulações culturais.

“Quem não conhece o passado, não entende o presente e não pode perscrutar o futuro” ─ a máxima de Olavo Bilac também se aplica na formação da identidade que certamente é muito mais que um simples retrato estático do indivíduo. Há que se estudar, também, as relações entre o sujeito com o grupo e com o meio em que ele vive.  O fenômeno da construção da identidade não é apenas biológico, mas também social e cultural iniciado desde o nascimento do indivíduo.

A inserção do indivíduo em círculos sociais cada fez mais amplos que a inicial relação materno-filial desenvolve um processo de identidade onde a sucessão de formas perceptíveis é muito maior que o simples somatório dessas formas. O fenômeno é explicado pela Teoria da Gestalt (forma, em alemão) que estuda a percepção e a sensação do movimento e dos processos psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como este é percebido pelo sujeito.

O sentimento de pertença evolui ao sabor das experiências individuais, da sua história de vida e dos seus papeis exercidos, onde diferenças são percebidas e similitudes reconhecidas nos diversos grupos: família, escola, trabalho, amigos, desafetos. A metamorfose é constante e dinâmica sob quaisquer aspectos: científica e acadêmica, social e política. O nome do indivíduo é apenas uma representação, um aspecto da identidade. Para estudá-lo integralmente é preciso considerar sua atividade, sua consciência e sua identidade, sempre num contexto histórico.

A profissão do professor e sua formação são voltadas para a coletividade, para a autonomia do indivíduo em formação, para a busca de saberes e para a construção de valores destacando-as das demais atividades humanas. No entanto, o avanço tecnológico e a globalização cada vez mais fragmentam e desalojam a identidade. Além da própria experiência de vida, muitas outras instâncias surgem a cada dia (opção sexual, gênero, etnias, moda, valores, etc.) de maneira real ou virtual influenciando a construção da identidade.

A forma de interação com esse turbilhão de informações e de experiências constrói a identidade profissional ao longo da história de vida do professor. Seu status sofre contínua desvalorização, tornando-a quase uma semiprofissão, uma simples ocupação, do tipo “sou engenheiro, mas estou dando aulas de matemática, enquanto não arranjo emprego” (sic). O professor não é um ator, pois não separa o eu professor do eu pessoa: ensina o que pensa, vive e acredita, conforme se formou historicamente sua identidade. Diversas escolas de formação (mecanicista, escolanovista, rogerianas, construtivistas, etc.) tentam impor valores e métodos aos professores em formação, como se fosse possível torná-los como simples reprodutores e executores de manuais técnicos de ensino. A sociedade se torna cada vez mais dependente da educação, enquanto a quantidade e a qualidade do ensino pedagógico vêm diminuindo. A identidade do professor não lhe é imposta, mas é por ele construída conforme o sentido que ele confere ao seu trabalho. O estudo se aprofunda na dimensão profissional durante a construção da identidade do professor, em que pesem existirem, também, o desenvolvimento pessoal e institucional.

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