A Danação do objeto: O museu no ensino de História Francisco Régis Lopes Ramos
Por: Yasmin Dias • 23/4/2018 • Resenha • 688 Palavras (3 Páginas) • 867 Visualizações
A danação do objeto: O museu no ensino de História
Francisco Régis Lopes Ramos
O campo museal dialoga diretamente com outras áreas de conhecimento, como a educação, a antropologia, a sociologia, a história, sendo desta forma um amplo campo que para mim não pode ser entendido isoladamente, tendo também uma posição educativa a qual é preciso ser percebido como tal, sendo possível a partir deste olhar construir aspectos que o torne mais didático e lúdico de forma que os visitantes tenham uma outra relação com esse espaço, que pode ter diversas funções, porém o intuito não é que seja feita uma “escolarização” do museu.
Sendo o museu o local que se expõe objetos, é necessário perceber que isso implica no momento de sua constituição que seja feita escolhas desses elementos, assim como a forma que isso será organizado e disposto. Existe portanto pessoas que estão por detrás dessa construção, que precisa ser entendida sim como uma construção de pessoas as quais tem um direcionamento de pensamento especifico, e uma ideologia, e “em outros termos: não há museu inocente”. É importante saber qual é esse direcionamento e como a prática pedagógica se encaixa, se é um caminho para que seja feito um movimento de reflexão crítica, pois a visita a um museu se pressupõe do exercício de atividade educativa, sendo de grande importância os programas educativos.
Quando um objeto é colocado como parte expositiva do museu, sua função inicial se perde, pois é colocado de forma a ter outra importância tendo imbricando um outro valor. O que se tem comumente é que os objetos escolhidos para ficar em exposição era de forma geral aqueles que retratam e representavam as elites. O que faz parte do “discurso figurativo de glorificação da história de heróis e indivíduos de destaque”, ou seja, a história dos grandes vencedores.
Alguns pontos colocados no texto entendo como de grande importância destaca-los e levar a discussão assim como o que é chamado de “museu-templo” e “museu-fórum”, o que acho que explicita a mudança que rodeia o debate com relação ao papel educativo do museu onde os objetos mudam de “função” e não são mais para a “celebração de personagens ou a classificação enciclopédica da natureza” como nos museus naturais, pois tomam o papel de reflexão crítica. Entendo como “museu-templo” a mesma imagem que levei por muito tempo de um museu, que era um lugar que tem objetos que se “cultua” e servem como uma ilustração para aquilo que se vê na sala de aula, ou seja, seria apenas uma “segunda página do livro”. Já o museu-fórum eu interpreto como a mudança dessa visão, pois seria um lugar aberto à discussão, onde não se vai apenas para responder perguntas, e não se tem repostas dadas mas se pode questionar e está aberto a reflexão, tanto do espaço em si quanto do que se pode trabalhar a partir dele.
Nos encontramos cercados de objetos os quais não nos damos conta, devido a naturalização desse fato. A partir do estudo das relações desses objetos que se transformam com o tempo o museu recebe um fundamento educativo, pois existe relação do que passou, o que está passando e o que pode passar.
Existe a necessidade de se “ler objetos”, e para isso diria que o olhar precisa também ser educado pois
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