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A Educação Básica no Brasil Atual: Desafios e Perspectivas

Por:   •  23/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.466 Palavras (6 Páginas)  •  693 Visualizações

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DIAN CRISTIANO SONNTAG (8022212)

        ATIVIDADE DE PORTFÓLIO / PRÁTICA

11ª SEMANA

Avaliação feita pelo Centro Universitário Claretiano, para verificação parcial do desempenho na disciplina Políticas da Educação Básica.

PORTO ALEGRE – RS

2017

TEMA: A Educação Básica no Brasil Atual: Desafios e Perspectivas.

Conforme diretrizes e bases da educação nacional, garantida pela LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, que foi inspirada nos princípios de liberdade e ideais de solidariedade humana e é dever da família e Estado que o educando seja preparado para exercer sua cidadania e ser qualificado para o trabalho. Para iniciar a dissertação proposta, analisemos alguns parágrafos do Art. 3º dessa mesma Lei, que diz o ensino deve ser ministrado com: Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (Parágrafo I), valorização do profissional da educação escolar (Parágrafo VII) e garantia de padrão de qualidade (Parágrafo IX). Notemos que a palavra qualidade é frisada, porém, basta olharmos para algumas escolas brasileiras que veremos a distância gritante entre a realidade e a proposta desses princípios e fins da educação nacional.

O filme “Pro Dia Nascer Feliz” (2007), dirigido por João Jardim, mostra as diferentes situações de algumas escolas no Brasil. Algumas parecem estar esquecidas, outras imprimem a presente violência das comunidades em que estão inseridas e apenas uma, que é particular e pelo visto, consegue manter seus padrões de aprendizagem.

Na Escola Estadual Cel. Souza Neto da cidade de Manari, em Pernambuco, notamos a grande dificuldade de aprendizagem das crianças em simplesmente analisarmos as condições de higiene e alimentação em que são expostos, isso é claramente expresso no depoimento da aluno Clécia, de 13 anos:

“Os banheiros não tem descarregamento e também não tem pia de lavar as mãos, não tem papel higiênico... Quando é merenda, eles (alunos) jogam nas salas, jogam nas paredes, jogam na terra, dizem que é podre, não querem... Acho que eles estão desvalorizando eles mesmos, na escola que eles estudam. Como vocês viram, aqui a situação das paredes, do mato na escola... A mulher que vem lá de Recife vem dizer que o colégio não presta, não sei o que... Que os professores ensinam errado, acho que ela fez uma coisa muito errada, por que aqui eles ensinam, é por que muitos alunos não prestam atenção...

Na verdade, há uma pequena probabilidade de um aluno nessa idade, ter interesse em aprender com condições, diga-se de passagem, menores que as mínimas. Ainda assim, existem alunos como Clécia, que fazem do estudo sua esperança e com o apoio da família continuam na luta diária para que, no futuro, haja esperança e um provável sucesso como cidadã e profissional, pois só assim sua qualidade de vida e a de sua família, poderá vir a desenvolver positivamente.

Segundo o CENSO Escolar (MEC/FNEP) de 2004, ano em que a equipe de produção desse documentário visitou a escola de Clécia, haviam mais de 300 alunos necessitando de Ensino Médio na cidade e a nível nacional, das 210 mil Escolas Brasileiras que existiam na época, 13,7 mil não possuíam banheiro, 1,9 mil não tinham água. Em julho de 2006 a Escola de Manari foi reformada e a cidade possui Ensino Médio. Um fato interessante sobre o Estado de Pernambuco é que, segundo o INEP, o número de estabelecimentos diminui de 10.583 (2008) para 9.631 (2014) e a diminuição ocorre em toda a região Nordeste. Qual a principal razão dessa ocorrência? Infelizmente o Inep não disponibiliza nenhum dado relevante o suficiente para responder tal questão, entretanto, podemos ver que o número de matrículas também diminui nesta região, onde havia 16.619.605 em 2008 e em 2014 foram de 14.806.714, o que leva a algo lógico, mas não esclarecedor.

Tomando como exemplo a região Sudeste, onde o aumento significante dos estabelecimentos cresceu e as matrículas diminuíram, no Estado de São Paulo, o número de estabelecimentos variou de 26.234 (2008) a 28.220 (2014) e no mesmo, temos realidades diferentes no âmbito escolar, inclusive retratadas no filme. Primeiramente pudemos conhecer a realidade de Ronaldo de 16 anos, que estuda em uma Escola de Itaquaquecetuba, que segundo a Diretora, os alunos e comunidade gostam do ambiente escolar, pois é integradora e tem bom índice de desempenho no Enem e aprovações em vestibulares, porém, Ronaldo ainda se declara insatisfeito com a atual situação do ensino:

“Não só o governo, mas a escola em si, passa uma imagem de que o ensino está melhorando, mas não está... Se tivesse melhorando, a gente não precisava de Pró Universitário, de cotas nas Universidades Públicas, se tivesse melhorando você não precisava fazer isso.”

O que de certo modo é uma realidade, infelizmente há muitos fatos que descontentam grande maioria dos envolvidos com a educação, principalmente os professores, que têm um grande índice de faltas e que é rebatido pela diretora como algo errado, permitido pela Legislação e que não acarreta em nenhum percalço na carreira dos mesmos. Mas será que os professores faltam apenas por que a legislação permite? Segundo o depoimento da Profa. Celsa, os professores faltam por cansaço, pois na sua visão, ser professor, estar realmente envolvido com a profissão e a vida dos alunos causa uma carga física e mental muito grande, mais do que o ser humano pode suportar, é muito psicológico, pois os professores acabam se envolvendo com os problemas dos alunos e nem sempre se tem um retorno. Muitas vezes ao entrar numa sala de aula o professor é mal recebido, pois é visto pela maioria dos alunos como inimigo, portanto, ainda existe um abismo muito grande entre aluno/professor e professor/diretor.

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