A Educação Básica no Brasil Atual: Desafios e Perspectivas.
Por: Julio Moroti • 30/3/2017 • Trabalho acadêmico • 2.030 Palavras (9 Páginas) • 1.276 Visualizações
BEATRIZ PROMETI CARDOSO
RA: 1185966
TURMA: DGHIS1502BTTA0S
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Projeto de Prática – A educação básica no Brasil atual:
Desafios e perspectivas.
SOLANGE APARECIDA BISPO DOS SANTOS
BATATAIS 26 DE ABRIL DE 2016
A educação básica no Brasil atual: Desafios e perspectivas.
Ao longo dos anos tivemos muitos avanços na educação brasileira, tanto nas leis formuladas quanto na criação de novos órgãos para auxiliar na evolução da mesma como o ECA, por exemplo, que segundo notícia divulgada pela Unicef no dia 13/07/2015, informa que nas últimas duas décadas e meia, o Brasil reduziu em 88,8% a taxa de analfabetismo na faixa etária de 10 a 18 anos, passando de 12,5% em 1990 para 1,4% em 2013. Podemos perceber pelos estudos feitos até agora que as reformas que foram realmente significativas para a educação básica brasileira se iniciaram no ano de 1995 com o mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso, foi em seu governo que o foi implementada a LDB nº 9.394/96, o acesso ao ensino básico aumentou 25% e o analfabetismo diminuiu de 14,7% para 11,9%, tais reformas continuaram no governo de Luiz Inácio Lula de Silva, onde o aumento foi no ingresso de jovens em universidades, 40% a mais de matrículas em universidades graças ao PROUNI(fonte INEP). Houve também a obrigatoriedade da educação de jovens e adultos, para suprir as necessidades daquelas pessoas que não tiveram oportunidade de estudo na idade adequada para tal. Todas essas medidas seriam realmente muito proveitosas e úteis se colocadas em prática, porém sabemos que a realidade não é bem essa e hoje em dia ainda há falhas quanto ao seu cumprimento.
Como nos mostra João Jardim no Documentário “Pro Dia Nascer Feliz”, ele inicia o documentário mostrando um dado estatístico da educação do ano de 1992 onde de 14 milhões de jovens em idade escolar, apenas a metade chega a frequentar aulas e aprender a ler, e ele segue nos mostrando a realidade de 44 anos depois, 1 ano antes ao lançamento do filme, a realidade se alterou mas não se mantem pois, 97% das crianças em idade escolar entram na escola mas, com o passar dos anos, muitos abandonam a escola e 41% deles não concluem os estudos nem do ensino fundamental.
João Jardim nos leva em uma viagem ao redor do Brasil para ilustrar a realidade da educação nas escolas, tanto públicas quanto privadas e quais são as maiores dificuldades encontradas em tais escolas, vemos logo no início do documentário, em uma escola do nordeste do país, um professor falando qual a renda voltada para a manutenção da escola, que é muito abaixo do que deveria ser repassado, para manter tanto a estrutura física quanto os materiais necessários para aulas, essa mesma escola está com o prédio físico bem danificado, possui banheiro mas a descarga não funciona e não tem papel higiênico para alunos e professores, muitas das escolas nem tem banheiro. Vemos também que a maioria das escolas tem um limite de vagas que não atendem as necessidades da região, muitos alunos buscando instrução vão em escolas nas cidades próximas (que não são tão próximas assim) e dependem de transporte fornecido pela prefeitura da cidade para chegarem a escola onde estão matriculados, muitos desses ônibus quebram várias vezes na semana e os alunos ficam dias sem chegar a escola por falta de infraestrutura frequentando as aulas somente uma ou duas vezes na semana, o que acaba ocasionando a evasão desses alunos da escola que se desmotivam pelas dificuldades encontradas para manter um direito que foi decretado pela constituição de 1988 como um direito de todos, considerado um direito básico e que deve ser fornecido pelo estado com o auxílio da família, mas infelizmente vemos tanto no documentário quanto em nosso dia a dia que a realidade ainda é bem distante da letra morta da nossa Constituição Federal.
O ensino em si é muito precário, faltam muitos recursos como materiais didáticos, lousa, giz e etc., e com isso muitos professores também se encontram desmotivados justamente pelas más condições de trabalho (algumas escolas não oferecem merenda, ou mesmo papel higiênico nos banheiros como descrito acima) há a falta de material para todos os alunos, o salário também não condiz com a necessidade do professor, e os alunos também muitas vezes não se esforçam nos estudos, pois muitos estudam mas também trabalham para sustentar suas casas, muitos ainda nem tem idade suficiente para o trabalho mas devido as condições da família, que precisa de uma renda, acabam entrando para o trabalho infantil. A constituição visa que a educação é um direito de todos e dever do estado e da família, porém muitas vezes as condições econômicas das cidades mais pobres do Brasil priva esse direito a muitos estudantes, dos estudantes que realmente frequentam as aulas há aqueles interessados em realmente aprender e progredir mas também há aqueles que vão a aula para ter algum tipo de distração da vida real, meninas vão com roupas inadequadas (à procura de um namorado talvez) e não de educação, com isso os professores se desestimulam pois os alunos que muitas vezes enfrentam dificuldades para chegar a escola, quando chegam não demonstram o interesse e nem o nível de conhecimento necessário para a série que se encontra, com isso podemos concluir que mesmo com todas as leis estipuladas tanto na LDB tanto na CF de1988 não são suficientes por si só para fazer valer o que está escrito, ou seja, pôr em prática o que foi previamente estipulado.
João Jardim nos apresenta a estória de Valéria, uma estudante do nordeste brasileiro que sofre com as suas diferenças na escola, o que mais surpreende é que ela é uma das únicas alunas realmente instruídas e letradas em sua série, mas muitos professores não aceitam as suas atividades alegando que não fora ela que escreveu, por estar muito bem feita. Valéria gosta muito de ler, lê Manoel Bandeira, Vinicius de Moraes, uma estudante que realmente tem gosto pela leitura e se mostra tão culta que escreve seus próprios poemas e declama lindamente, uma jovem com esse grau de instrução sofrer preconceito sendo que a LDB estipula que alunos, digamos, mais avançados que os colegas terá direito de cursar séries adequadas ao seu nível de conhecimento e receber a educação adequada, é muitas vezes marginalizada na escola por não crerem no seu verdadeiro potencial, Podemos perceber com a situação pela qual Valéria passa que a instrução desses professores formados para dar aula nessas regiões também é muito falha quanto as leis e a psicologia na educação, não sabem reconhecer um aluno bom de um ruim já que a maioria nem é completamente alfabetizado. Em outros casos como nas escolas de São Paulo e do Rio de Janeiro, a realidade violenta dos jovens os leva a serem violentos em suas escolas, apenas alguns alunos demonstram real interesse no conteúdo passado em sala de aula. Os professores também sofrem com a violência nas escolas muitos faltam por medo de ameaças feitas a eles, ou aprovam um aluno somente para não tê-lo como um aluno problema para o próximo ano, essa aprovação não é benéfica nem para o aluno e nem para escola pois o aluno avança uma série muitas vezes sem ter o conhecimento necessário para tanto, todos esses fatores somados acabam por desmotivar tanto alunos quanto professores, esses por sua vez não tem apreço pelo que fazem o que acaba virando um ciclo vicioso.
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