A Engenharia Genética E A Revolução Das Revoluções

A engenharia genética e a revolução das revoluções

Ainda estamos a sofrer as instabilidades processuais consequentes à última revolução em que pela primeira vez na história a mente humana passou a ser uma força direta de produção. A história da vida é uma série de situações estáveis, mas de tempos a tempos passa por raros períodos de eventos importantes que ocorrem com grande rapidez e ajudam a estabilizar a vida de uma nova era.

Dos vários acontecimentos no seio desta revolução pego hoje no exemplo da engenharia genética. A engenharia genética faz parte de um conjunto mais amplo de inovações mentais no campo daquilo a que se costuma chamar Paradigma Informacional. Nele convergiram várias áreas tecnológicas da informação das quais se pode mencionar a computação, a microeletrónica e nanotecnologia.

Porque é que é uma revolução na mente humana? É na medida em que os sistemas de comunicação, a descodificação e programação genética são para todos os efeitos extensões da mente humana.

Hoje, a biologia, a eletrónica e a informática interagem nas suas aplicações para fazer coisas impossíveis até há muito pouco tempo. A engenharia genética caracteriza-se pela descodificação, manipulação e consequente reprogramação dos códigos de informação da matéria viva, que é digital, a linguagem comum na qual a informação é criada, arquivada, recuperada, processada e transmitida.

A engenharia genética consiste na manipulação de fragmentos de ADN, programando assim a transmissão de informação genética que se quiser. Reproduz-se a mensagem genética de um gene numa outra célula. Isto é feito através de vetores que contêm sequências de regulações importantes para que a maquinaria celular possa ler corretamente a informação contida no gene. Plasmídeos e vírus, que são sequências de ADN que se reproduzem de forma autónoma, podem ser vetores, também manipulados geneticamente.

Alguns biólogos acreditam que esta mentalidade de engenharia passa por cima da complexidade da interação biológica, uma vez que os órgãos vivos se adaptam aos diferentes ambientes e modificam os comportamentos previstos. A finalidade última da terapia médica baseada na genética é a prevenção. Em poucas gerações, se quisermos, poderemos banir muitos males produzidos pela mente humana. Por, exemplo, poderia ser banida da face da terra tudo aquilo que hoje está encerrado em prisões. Isso mesmo, quem diria que a solução do crime, e consequentemente o fim do sistema prisional está na engenharia genética?

Atingimos um tal ponto de desenvolvimento intelectual que muita gente, seja qual for o resultado, se sente muito assustada com tudo isto. Por agora, os investigadores na área da medicina estão a fazer experiências com lipossomas desenhados para conduzir os genes que suprimem tumores. A terapia genética começa a mostrar aqui bons resultados.