A FONOAUDIOLOGIA E A CIRURGIA ORTOGNÁTICA
Artigo: A FONOAUDIOLOGIA E A CIRURGIA ORTOGNÁTICA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: fonodionisio • 8/10/2014 • 892 Palavras (4 Páginas) • 617 Visualizações
Características: o que observar?
Como dissemos anteriormente, raramente o paciente com desproporções esqueléticas
vem em primeiro lugar ao fonoaudiólogo. Isso tem ocorrido com maior frequência quando o
indivíduo adulto tem queixas claras em relação à articulação da fala. As vezes a queixa é
simplesmente por que o padrão de fala não o agrada, outras vezes porque interfere em seu
trabalho ou mesmo em seu convívio social. Quando isto acontece, e o fonoaudiólogo entende
que estas alterações de fala são consequência de alterações nas bases ósseas, o paciente é
encaminhado ao cirurgião para que este forneça seu parecer e conduta. Informamos ao
paciente que a correção da fala muitas vezes não será possível ou não alcançará os resultados
desejados sem a correção da forma.
Na maior parte das vezes, o paciente com desproporções maxilo-mandibulares chega
ao fonoaudiólogo encaminhado pelo ortodontista ou cirurgião, já com o diagnóstico e
procedimentos definidos. Na verdade a grande maioria dos casos avaliados e tratados pela
fonoaudiologia são pacientes pós cirúrgicos, em geral encaminhados por recidivas.
Previamente à cirurgia, quando necessário a avaliação fonoaudiológica, consiste em
relacionar as características crânio faciais e suas correspondentes adaptações funcionais, assim
como a qualidade neuro muscular.4
Esta avaliação inicial parece-nos importante no sentido de verificar a atual situação
miofuncional e prever as possibilidades de adequação espontânea ou necessidade de
reavaliação pós cirúrgica. Dentre as características funcionais observadas, preocupa-nos
principalmente a respiração e o posicionamento mandibular, dos lábios e cervical. A postura de
língua, variável de indivíduo para indivíduo, sofre a influência da postura mandibular e cervical e
da passagem aérea já que estas são interrelacionadas (Simões 2).
Claramente, nos casos de desproporções esqueléticas, se constata uma nítida alteração
da musculatura dos lábios, bochechas, do mento e até língua, cuja função e postura de repouso
depende, em grande parte da posição da sínfise mentoniana.
Passaremos agora a descrição dos problemas mais frequentes da clínica
fonoaudiológica: face longa, retrognatismo e prognatismo onde são comuns queixas em relação
à fala com ou sem desvio de mandíbula, dificuldades com o processo mastigatório e
respiratório. O odontólogo também encaminha estes pacientes preocupado com as alterações
das funções orais e as assimetrias faciais.
As características miofuncionais orais observadas são no geral, peculiares ao tipo de
desproporção.
FACE LONGA
Na face longa, onde exista excesso vertical da maxila (1, 4, 5, 6), observamos déficit
de vedação labial, com significativa distância interlabial e excessiva exposição dos incisivos
superiores com lábio superior em hipofunção ou utilização excessiva do músculo mentoniano
acompanhado de eversão de lábio inferior e hiperfunção do lábio superior na tentativa de obter
selamento labial. Alguns casos mostram uma depressão na ponta do nariz ou movimento
excessivo desta concomitante ao movimento do lábio superior especialmente na fala, pela ação
do músculo depressor do septo nasal (1) e fibras oblíquas do músculo orbicular dos lábios.
O sorriso expõe as gengivas, já que existe excesso vertical da maxila. A postura de
repouso lingual é variável. Depende principalmente do padrão respiratório e da posição
mandibular. Na ocorrência de rotação póstero-inferior da mandíbula, a parte anterior da língua
encontra-se mais baixa e o dorso alto devido à redução do espaço funcional póstero - anterior.
Durante a função, aparece predomínio de movimento de anteriorização da língua tanto em
mastigação como deglutição e fala, especialmente nos casos de mordidas abertas anteriores.
A articulação da fala encontra-se prejudicada quanto ao ponto de articulação,
especialmente nos fonemas plosivos
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