A GEOMETRIA NO COTIDIANO DE ALUNOS DA EJA COM ENFOQUE ETNOMATEMÁTICO
Por: Franciele Crestani Aguiar • 8/3/2020 • Trabalho acadêmico • 2.339 Palavras (10 Páginas) • 140 Visualizações
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SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................................3
PALAVRA-CHAVE......................................................................................................3
INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................5.a.6
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS..............................................................7.a.9
CONCLUSÃO............................................................................................................10
REFERÊNCIAS..........................................................................................................11
resumo
Em todos os lugares é possível encontrar a matemática, e neste artigo vamos analisar a Geometria existente no dia a dia de alunos da EJA (Educação de Jovens e Alunos) com enfoque etinomatematico.
As inspirações teóricas deste artigo são decorrentes de leituras e reflexões sobre educação matemática, etnomatemática e a perspectiva do ensino da Geometria no sistema da EJA. Assim, refletir sobre a abordagem etnomatemática na perspectiva de que um ensino pautado nos conhecimentos prévios dos alunos, valorizando sua cultura e seus modos de matematizar, será fator agregador de conhecimento, dando um caráter mais humano para a disciplina.
Enfim, pretende-se contribuir na constituição do professor pesquisador de sua prática, despertando-o a aprender de maneira continuada a ser professor, segundo as atuais necessidades educacionais, transformando a sala aula num ambiente de aprendizagem democrático de troca de saberes, resgatando conhecimentos histórico-socialmente construídos pela humanidade.
PALAVRA-CHAVE: Etinomatematica, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Geometria.
INTRODUÇÃO
Nas palavras de D’Ambrósio (1993) a “Etnomatemática é um programa que visa explicar os processos de geração, organização e transmissão de conhecimentos em diversos sistemas culturais e as forças interativas que agem no e entre os três processos” (p.7).
Nesta tendência de ensino o currículo é dinâmico, contextualizado, reconhece a pluralidade cultural e social dos alunos, possibilita que o educando se torne sujeito ativo, participativo no processo de transformação do seu ambiente local, regional e global.
Trata-se, de acordo com o autor, de uma tendência do ensino onde o conhecimento se manifesta de maneira holística, isto é, possibilita que os diferentes grupos culturais possam conhecer, entender e explicar o seu mundo, utilizando-se da matemática, desenvolvendo habilidades de manejar e interferir, através dela, na sua realidade. Acena para a possibilidade da construção de um currículo escolar que incorpore a vida sociocultural dos alunos nas práticas pedagógicas, como uma das formas de inclusão social.
Assim, este artigo tem como objetivo desenvolve-se em torno da vertente dos saberes profissionais de alunos da EJA, que se podem relacionar com o conhecimento matemático. Neste sentido, pretende recolher e descrever a Geometria encontrada nas práticas profissionais da construção civil que ilustrem o saber matemático embutidas numa comunidade de prática.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A ideia da Etnomatemática foi evidenciada pela primeira vez pelo brasileiro Ubiratan D’Ambrosio, no Terceiro Congresso Internacional de Educação Matemática em Karlsruhe, na Alemanha, em 1976, a partir de uma análise de relações entre o conhecimento e o seu contexto cultural. Contudo, já na década de 60 do mesmo século, o autor se debruçava sobre a Etnomatemática, no entanto iniciou a publicação dos seus trabalhos na década seguinte. Este movimento da Etnomatemática surgiu em força no Brasil.
Podemos notar a existência da matemática no dia a dia e considerando uma turma do EJA, onde há profissionais de carpintaria, de construção e instalação residenciais, cozinheiro, comerciantes, agricultores, jardineiros, entre outros, mesmo que ele não perceba, faz cálculos da forma que aprendeu com o passar dos tempos no seu ambiente de trabalho. Segundo D’Ambrosio, esta prática cultural pode ser descrita como etnomatemática.
[...] Indivíduos e povos têm, ao longo de suas existências e ao longo da história, criado e desenvolvido instrumentos de reflexão, de observação, instrumentos materiais e intelectuais [que chamo de ticas] para explicar, entender, conhecer, aprender, para saber e fazer [que chamo de matema] como respostam as necessidades de sobrevivência e de transcendência em diferentes ambientes naturais, sociais e culturais [que chamo de etnos]. Daí chamar o exposto acima de Programa Etnomatemática. [...] (D’Ambrosio, 2001, p. 60).
O mundo em que vivemos, embora não nos percebamos disto, sempre dependeu fundamentalmente da matemática. Ela sempre esteve e está presente em praticamente tudo que nos rodeia. Sua aplicabilidade é relevante até em outras Ciências, como afirma D’Ambrósio (1996, p. 31). “a tendência de todas as ciências é cada vez mais de se matematizarem em função do desenvolvimento de modelos matemáticos que desenvolvem fenômenos naturais de maneiras adequadas.”
Trabalhar a etnomatemática no espaço escolar, segundo D’Ambrósio (2008), é contribuir para que as novas gerações conheçam e reconheçam uma matemática muito mais cultural, ligada ao cotidiano de diversos grupos étnicos. Para D’Ambrósio e Rosa (2016), trata-se de uma postura didática que busca uma melhoria no processo de ensino-aprendizagem da disciplina com a incorporação no currículo matemático do conhecimento advindo da vida do aluno e de valores humanos, como, por exemplo, a cooperação, a solidariedade e a ética. São conhecimentos que promovem a valorização e o respeito às maneiras diferentes que a humanidade utiliza diariamente para explicar, entender, compreender e lidar com as situações-problema enfrentadas no cotidiano.
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