A História do Movimento Psicanalítico

"A História do Movimento Psicanalítico"

 Através desse artigo, Freud estabeleceu claramente os postulados e hipóteses fundamentais da Psicanálise, posto que Adler e Jung insistiram em dizer que suas teorias eram “psicanálise”.

 Freud relata a história do desenvolvimento da psicanálise:

• 1ª seção: até 1902 Freud era o único interessado na Psicanálise;

• 2ª seção: até 1910 os pensamentos psicanalíticos começaram a se estender;

• 3ª seção: exame dos pontos de vista dissidentes, com destaques para os pontos fundamentais que marcam o afastamento de Adler e Jung.

 Freud relata experiências psicanalíticas vivenciadas ao lado de Breuer e os pontos de discórdia entre ambos, como no estudo da histeria, pois Breur dizia que a histeria era de natureza fisiológica e Freud pensava ser de fundo psicanalítico.

 Freud segue fazendo descobertas durante o desenvolvimento da Psicanálise:

• A origem das forças impulsionadores da neurose está na vida sexual;

• Teoria da repressão e da resistência, considerando como pedra angular da Psicanálise. Com a hipnose, o paciente não podia resistir. Sem ela, porém, o paciente passou a ter a oportunidade de resistir ao tratamento. Para Freud, a Psicanálise nasceu verdadeiramente quando a hipnose foi abandonada;

• Reconhecimento da sexualidade infantil. Inicialmente, os estudos se basearam em relatos de adultos, remontando ao passado e, depois, passou a observação de crianças muito pequenas, confirmando suas deduções. Quanto mais adiante fossem levadas as observações em crianças, mais evidentes se tornavam os fatos;

• Interpretação e exploração de sonhos como fonte de conhecimento do inconsciente. Freud alegou ter tido um pressentimento, que o levou à substituição da hipnose pela livre observação. Descobriu a característica essencial e a parte mais importante de sua teoria dos sonhos: a distorção dos sonhos é fruto de um conflito interno, uma espécie de desonestidade interna.

 Freud passou por uma fase muito difícil, beirando o desespero, passando por um medo de desorientação e perda da confiança em si mesmo. Foi, então, que abriu mão de sua popularidade como médico, restringiu suas consultas e passou a uma investigação sistemática dos fatores sexuais em jogo na causa das neuroses e, ao apresentar o resultado, não recebeu apoio.

 Depois de ter passado por esse período, em que seus colegas o ignoravam (mas que não foi de todo ruim, porque nada ficou devendo a ninguém e pode fazer suas descobertas desapressadamente, lembrando-se sempre do ensinamento de seu mestre Charcot: olhar as mesmas coisas repetidas vezes, até que elas comessem a falar por si mesmas.

 Freud foi chamado de excêntrico, extremista, muito estranho e até de pervertido, mas não se tornou uma pessoa amargurada, porque a teoria psicanalítica lhe permitiu compreender a atitude de seus contemporâneos, vendo-as como uma consequência natural das premissas analíticas fundamentais.

 Em 1902, um grupo de jovens médicos se reuniu em torno de Freud, para aprender, praticar e difundir o conhecimento da psicanálise, por intermédio de um colega que experimentara os efeitos benéficos da terapia analítica. Na casa de Freud, reuniam-se regularmente e, assim, a psicanálise passou a ser difundida e a ganhar aceitação, ultrapassando os limites de Viena.

 Em 1902, Jung fez citação, em uma de suas obras sobre fenômenos ocultos, ao livro de Freud sobre a interpretação de sonhos. Em 1903 /1904, a psicanálise ocupou muito interesse e, uma vez estabelecidas relações pessoais em Viena e Zurique, formou-se uma sociedade informal de psicanálise, em meados de 1907, no Burghölzli, onde os problemas da psicanálise eram alvo de debates.

 Já em 1907, tudo ficou diferente, quando a psicanálise despertou interesse e até cientistas desejavam conhecê-la. E, nesse embalo, foi que Jung esteve com Freud e iniciaram um trabalho juntos, contando com a participação de Bleuler. Em Zurique estabeleceu-se o grupo de profissionais mais engajados com a psicanálise e foi passando por lá que a maioria dos colaboradores e seguidores de Freud