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A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO NA VIDA HUMANA

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Por:   •  18/11/2013  •  3.518 Palavras (15 Páginas)  •  2.941 Visualizações

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A Importância da

Alfabetização na Vida

Humana

Sônia Maria Coelho

Faculdade de Ciências e Tecnologia, Departamento de Educação

UNESP/Presidente Prudente

Resumo: O texto discute o que a alfabetização representa para o ser humano. Para isso, indica a forma pela

qual a alfabetização mantém uma proximidade com o âmbito da vida cotidiana, ao mesmo tempo em que ela

estabelece um elo na passagem para o âmbito da vida não-cotidiana, pois, sem a linguagem escrita, o ingresso

nesse universo é quase impossível. Da mesma maneira, amplia o estudo sobre os conceitos científicos na

perspectiva de Vigotski e discute a importância da alfabetização para a inserção dos indivíduos nas esferas

não-cotidianas da vida social, como a ciência, a filosofia, a arte e o que isso representa na qualificação da vida

humana.

Palavras-chave: Alfabetização, Teoria do cotidiano, Conceitos científicos, Linguagem.

No campo dos estudos sobre a alfabetização, não é um fato raro o de que a chamada função

social da linguagem escrita seja reduzida às esferas da vida cotidiana1 caracterizada pelo

pragmatismo2. Fica-se com a impressão de que a alfabetização teria pouca ou nenhuma relação

com as esferas não-cotidianas. É possível que isso seja consequência, ao menos em parte, de

uma real ambivalência da alfabetização. Por um lado, a aquisição

da linguagem escrita possui muitos aspectos em comum com o

pragmatismo da vida cotidiana, como, por exemplo, a necessidade

da formação de certos automatismos pela repetição, dispensando

a reflexão sobre as causas e as origens de certas coisas (não precisamos

saber por que escrevemos xícara com x e chácara com ch).

Por outro lado, a elaboração do discurso escrito exige certa superação

da espontaneidade própria da oralidade do cotidiano. Apesar

de seu caráter parcialmente pragmático, a alfabetização permite a

construção das bases intelectuais para a aquisição dos conceitos

científicos, através da possibilidade de desenvolvimento da linguagem

escrita. Ao mesmo tempo em que a alfabetização mantém

uma proximidade com o âmbito da vida cotidiana, ela estabelece

um elo na passagem para o âmbito da vida não-cotidiana, pois,

1. Em todo homem, há uma vida

cotidiana e esta pode ser entendida

como o conjunto de atividades que

caracterizam a reprodução dos homens

singulares, que, por sua vez,

no seu conjunto, possibilitam a reprodução

da sociedade.

2. Pragmatismo – a vida cotidiana

normalmente não promove a discussão

do significado das ações,

não são questionadas suas causas,

sua gênese; há uma unidade

imediata entre pensamento e ação,

sendo que as atividades da vida cotidiana

são sempre acompanhadas

de fé e confiança.

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CONTEÚDO E DIDÁTICA DE ALFABETIZAÇÃOL

sem a linguagem escrita, o ingresso nesse universo é quase impossível. O embrião desta ideia

está na hipótese de Duarte (1993; 1996), para quem a prática pedagógica é mediadora entre o

cotidiano e o não-cotidiano na vida do indivíduo.

Este texto objetiva introduzir a discussão

da importância da alfabetização para a inserção

dos indivíduos nas esferas não-cotidianas3

da vida social, como a ciência e a arte, e

o que isso representa na vida humana.

A fim de alcançarmos este entendimento, procuramos estabelecer as possíveis relações entre

a teoria de Vigotski (2001), sobre aquisição dos conceitos científicos e suas características;

os estudos de Heller (1970; 1991), sobre a teoria da vida cotidiana; e as análises empreendidas

por Duarte (1993; 1996; 2000), sobre a educação escolar.

Uma das grandes tarefas destinadas à escola é o trabalho com os processos de aquisição dos

conceitos científicos pelos alunos, proporcionados por meio dos diferentes campos de saberes,

como História, Geografia, Física, Química, Biologia, Matemática etc.

A aprendizagem não começa só na idade escolar, ela existe também na idade pré-

-escolar. Uma investigação futura provavelmente mostrará que os conceitos espontâneos

são um produto da aprendizagem pré-escolar tanto quanto os conceitos

científicos são um produto da aprendizagem escolar (VIGOTSKI, 2001, p. 388).

Com isso, acreditamos que os conceitos básicos, elementares, correspondentes às referidas

áreas de conhecimento, possibilitem que os alunos estabeleçam outra forma de relacionamento

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