A Importância Do Comportamento ético No Processo De Consolidação Dos Direitos Humanos"
Trabalho Universitário: A Importância Do Comportamento ético No Processo De Consolidação Dos Direitos Humanos". Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gogacross • 22/10/2013 • 1.928 Palavras (8 Páginas) • 525 Visualizações
A importância da ética na consolidação dos direitos humanos
Carlos Rodrigues Costa - Uberlândia(MG) - 06/11/2009
A ética parte da história dos homens: nossas realizações, nossos desafios e nossas incoerências, sejam individuais ou coletivas. Tudo o que fazemos cotidianamente, acaba sendo marcado por regras implícitas, normas, referências, valores e princípios que são parte tácita do mundo e comunidade na qual estamos imersos. A reflexão sobre o comportamento ético, parte então deste contexto de vida -individual e coletivo -questionando princípios, valores, regras, etc., implícitos em nossas ações, bem como o reflexo destas ações sobre o mundo e nossos semelhantes. Logo, a ética julga as relações humanas, conforme seu contexto histórico. A formação de comportamentos éticos, independente da época, sempre foram essenciais para o convívio harmônico do ser humano, além do que, tal formação é cada vez mais um desafio arrojado diante da vulnerabilidade dos valores inerentes aos direitos humanos. CORTELLA (2009), afirma que a lógica da edificação e formação éticas parte do valor da humildade; e exemplifica dizendo sobre alguém que questiona a quantidade crescente de desemprego no país, mas, ao mesmo tempo, acaba consumindo produtos piratas, subtraindo empregos no Brasil, inflando a China de empregos e produzindo evasão fiscal. Na medida em que não se tem tributação, os segmentos de educação e saúde (usufruto da população) perdem orçamento e fragilizam-se. Além do que, continua o autor, o consumo de produtos piratas facilita o contrabando de armas e de drogas porque é um mecanismo semelhante de contrabando, ou seja, o produto pirata, as armas e as drogas vêm dentro do mesmo container. E se perguntarmos ao cidadão o motivo que o leva a consumir produto pirata, na maioria dos casos, ouvimos: porque é mais barato. E CORTELLA critica com veemência dizendo que também é mais barato roubar do que trabalhar; é mais fácil desviar o orçamento e chamá-lo de recurso não-contabilizado; é mais fácil não registrar a empregada que trabalha na minha casa, mas eu -ao contrário -não trabalho e nem aceito trabalhar sem registro. Os condutores só respeitam o limite de velocidade quando existe radar na via; estudam, fazem prova de legislação, têm aulas práticas de direção, ficam cientes da importância da direção defensiva, todavia somente respeitam a velocidade permitida nos poucos metros em que o radar os pega; fora isto, andam conforme a própria vontade. Se o estudante hoje tem direito a uma carteirinha onde ele paga somente meia entrada, é claro: é um direito dele; não de um cidadão de mais de 50 anos, que já estudou o que devia, e tem a carteirinha que a filha arranjou para que ele pudesse pagar meia entrada; o problema é que esta atitude produz falsidade ideológica, evasão fiscal, e crime contra a economia popular, afirma CORTELLA. Portanto, quando a incoerência entre fala e prática permeia as ações humanas, de maneira que sua fala transpira princípios éticos, todavia sua prática não o revela, percebemos a inconsistência humana em, de fato, compreender e cultivar valores fundamentados na ética. A freqüência de ações assim são justificadas pelo senso prático, entretanto nem sempre o que é prático é o certo. E, neste sentido, entrando na análise sobre a qualidade de nossa educação, nossos educadores e nossos educandos, hoje as escolas ensinam crianças, jovens e adultos a serem práticos na vida; entretanto a ética e a integridade não admitem que nos apoiemos somente na noção de prática, porque nem sempre o prático é o correto, muitas vezes ele é somente um atalho que não nos oferece o melhor resultado. O mundo que vamos deixar para nossos filhos depende muito dos filhos que vamos deixar para esse mundo. Os desejos são encarados como direitos pelos jovens, uma vez que os pais reforçam esta tendência fazendo todas as vontades de seus filhos, sem ensiná-los a importância ou a dificuldade de conseguir tal coisa. Logo, não valorizam. E na escola, a exigência para se ter os desejos cumpridos permanece, gerando conflitos sérios, ao ponto de o aluno colocar o dedo na cara do professor dizendo: "eu quem pago o teu salário", como se a educação fosse uma relação estritamente comercial.
A realização de uma educação moral que proporcione às crianças e adolescentes condições para o desenvolvimento de sua autonomia, entendida como capacidade de posicionar-se diante da realidade, fazendo escolhas, e principalmente, refletindo sobre o impacto destas escolhas no âmbito da coletividade, é urgente. A ação educativa, na escola e na família, mediada pela ética, amadurece a articulação do individual e coletivo.
CORTELLA retoma que a humildade é essencial na formação de personalidades éticas; portanto, se optamos por formar tais personalidades, precisamos nos livrar do vício da arrogância, pois os arrogantes acreditam que já estão prontos; e ninguém, de fato, nasce pronto.
Neste sentido que se é tão difícil garantir a aplicabilidade dos Direitos Humanos. A corrupção das práticas humanas, anti-éticas, acabam por desvalorizar e até mesmo desvirtuar nossos direitos individuais, de igualdade, liberdade e dignidade. Portanto, a formação de personalidades e comportamentos éticos é crucial para o processo de consolidação dos direitos humanos.
A ética está acima da moralidade. Sua reflexão é a reflexão a respeito da moralidade. A moral possui caráter prático, imediato e restrito. Já a ética produz uma reflexão sobre a moral, procurando justificá-la, com o objetivo de orientar racionalmente as ações humanas. Desta feita, a ética e a moral são congruentes na medida em que apontam como finalidade a construção de um caráter íntegro para o homem, equivalente, portanto, às perspectivas dos Direitos Humanos.
Segundo SILVA (2009), a moral está presente em nosso discurso, influenciando nossos juízos e opiniões. A ética reflete tais juízos avaliando efetivamente se são importantes e podem ser entendidos como uma boa conduta aplicável a todos os sujeitos, ou seja, se de caráter universal. A ética promove modificações na moral, universalmente falando, orientando de forma racional qual o melhor modo de vida humana.
Sobre as aplicações práticas da ética na esfera pessoal e social, o exercício de colocar-se no lugar do outro antes de dar uma resposta, antes de julgar, antes de tomar uma decisão, é primordial e nos ajuda a ser coerentes e éticos, além de evitar desavenças ou injustiças. A frase: "faço assim porque quero" é famosa e bem freqüente aos nossos ouvidos. Mas, seremos verdadeiramente homens éticos e justos na medida
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