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A Introdução: De Bono Coniugali

Por:   •  11/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.384 Palavras (6 Páginas)  •  263 Visualizações

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Introdução: De Bono Coniugali

O Tratado “De Bono coniugali” foi escrito no ano de 401 para refutar as heresias de um monge chamado Jovíniano, afirmando que os católicos apoiavam os maniqueus ao defenderem que a virgindade era superior ao matrimonio, a tal ponto que este deveria ser evitado. Para colocar os pingos nos “i’s”, Santo Agostinho escreveu um compêndio sobre a importância, dignidade, obrigações e deveres do matrimonio, escrevendo logo em seguida um outro tratado sobre a primazia da virgindade. “De Sancta Virginitate”. Primazia esta inteiramente equilibrada e harmônica com a matrimônio.

No Cap. 24, 32 do “De Bono coniugali” é que encontramos a celebre a distinção dos três bens do matrimonio: Bonum Prolis, Bonum Fidei e Bonum Sacramenti.

Esta classificação foi aprovada por toda a teologia posterior e “canonizada” pela Igreja no Decreto para os Armenos:

Un triple bien se asigna al matrimonio. El primero es la prole, que ha de recibirse y educarse para el culto de Dios. El segundo es la fidelidad que cada cónyuge ha de guardar al otro. El tercero es la indivisibilidad del matrimonio, porque significa la indivisible unión de Cristo y la Iglesia» (D 702).

No decreto usa-se a expressão indivisibilidade e não a palavra sacramento. Expressão mais acertada, pois segundo São Tomas,

«En el sacramento no sólo se comprende la indisolubilidad, sino además todas aquellas otras cosas que fluyen del matrimonio en cuanto significa la unión de Cristo con la Iglesia» (Suppl. 49,2 ad 4)

1.1. Bonum Prolis

Evidente o matrimonio foi instituído em ordem à procriação da espécie. O texto do Genesis é muito claro ao afirmar: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1, 28), entretanto Deus estabeleceu isso, não apenas para que os homens encham a terram mas sobretudo para que sejam adoradores seus, o conheçam, o amem e cheguem à bem-aventurança eterna.

Devemos ter presente que o Bonum Prolis não termina apenas na procriação, apesar de ser este, como afirma São Agostinho a finalidade primeira do matrimonio.

El matrimonio fué instituido, evidentemente, en orden a la procreación de la prole, según lo atestigua el Apóstol cuando escribe: Quiero que las que son más jóvenes se vuelvan a, casar. Y añade inmediatamente, como si alguien le preguntara el porqué fie ello: Para que crien hijos y sean buenas madres de familia. Por lo que se refiere a la castidad conyugal, el Apóstol se expresa así: Porque la mujer casada no es dueña de su cuerpo, sino que lo es su marido. Y asimismo, el marido no es dueño de su cuerpo, sino que lo es su mujer.

Sendo a prole um dos maiores dons que Deus concede ao casal, é indispensável que a formação psíquica e espiritual acompanhe à física.

Assim como a criança pequena não tem condições de se sustentar naturalmente sem nenhuma ajuda dos demais, assim também o auxílio sobrenatural, a instrução e a educação devem ser fornecidos de modo justo e completo. Este direito e obrigação de educar a prole pertence, em primeiro lugar, àqueles quem geraram esta vida, isso por direito natural e divino. Assim no matrimonio é onde se cumpre melhor esta tão necessária educação dos filhos, pois estando os pais unidos entre si com vinculo indissolúvel, forneceram sempre uma cooperação e um auxilio mutuo.

1.2. Bonum Fidei

Este segundo bem consiste na mutua lealdade dos cônjuges no cumprimento do contrato matrimonial. A unidade imprescindível do matrimonio tem seu fundamento no relato do Genesis, quando Deus diz “Por isso deixara o homem seu pai e a sua mãe, e s e unira a sua mulher, e os dois serão uma só carne”. (Gn 2,24)

Apesar desta lei ter sido um tanto mitigada por algum tempo, como vemos no Antigo Testamento, Nosso Senhor Jesus Cristo chancelou de uma vez por todas quando disse: “Assim já não são dois, mas uma só carne” (Mc 10, 8)

O matrimonio monogâmico, tem sua base no próprio instinto natural do homem, pois que no fundo o homem está procurando com o matrimonio uma união firme e estável entre duas pessoas que se conhecem, se querem e decidem ser um para o outro.

A fidelidade só é completa quando ela está envolta de castidade. A fidelidade só se obtém através do amor entre os cônjuges, amor esse que não se funda somente no apetite carnal, fugaz e perecível mas no afeto intimo da alma que se comprova pelas obras. “obras son amores y no buenas razones”

O amor deve ter como o amor de Cristo para com a Igreja e não um amor como adúlteros. Contraria também a fidelidade ao matrimonio, qualquer pensamento ou desejo de poligamia ou poliandria simultânea ou sucessiva.

Este vinculo amoroso deve necessariamente florescer no que Santo Agostinho chama de Hierarquia do amor:

O varão é o chefe da família e cabeça da mulher, a qual, sem embargo, posto que é carne de sua carne e osso de seus ossos, deve submeter-se e obedecer ao marido, não a modo de uma escrava, senão a de uma companheira, quer dizer, de tal modo que a sua obediência não lhe falte nem honestidade nem dignidade. Nele que preside e

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