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A Literatura Infantil/juvenil Brasileira No século XX

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Por:   •  21/3/2014  •  950 Palavras (4 Páginas)  •  2.236 Visualizações

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As produções literárias que correspondem à literatura destinada às crianças e jovens são compostas por obras criativas que representam a fase inovadora pós-lobatiana, ou seja, a partir dos anos 60 e 70 até aproximadamente o final do século XX.

De acordo com Coelho (2000), Monteiro Lobato é considerado o maior representante da literatura infantil e juvenil brasileira. Ele escreveu muitas obras destinadas à infância, como "A menina do nariz arrebitado" e o "Sítio do Pica-pau amarelo", influenciando até hoje muitos escritores brasileiros, como Ziraldo, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, entre outros.

A autora Nelly Novaes Coelho apresenta uma visão panorâmica do que considera obras criativas, ou seja, que apresentam valor literário original, e que podem ser divididas em duas grandes áreas: a do questionamento, representada por obras inovadoras, cuja perspectiva é questionar o mundo; e a área da representação, constituída de obras continuadoras, cuja perspectiva é representar o mundo. Entretanto, a autora descreve que, independentemente das diferenças apresentadas entre as obras inovadoras e as continuadoras, o primeiro objetivo das obras criativas é oferecer ao leitor prazer, divertimento, emoção ou envolvê-lo em experiências estimulantes ou desafiantes por meio das produções literárias.

Certamente, as produções literárias contemporâneas necessitam estar em correspondência com uma visão de mundo indagadora, questionadora e aberta para as transformações de nossa sociedade atual, para que as obras sejam de fato atraentes e significativas aos leitores.

Nessa perspectiva, Coelho (2000, p. 151) evidencia que

Enfim, o que hoje define a contemporaneidade de uma literatura é sua intenção de estimular a consciência crítica do leitor; levá-lo a desenvolver sua própria expressividade verbal ou sua criatividade latente; dinamizar sua capacidade de observação e reflexão em face do mundo que o rodeia; e torná-lo consciente da complexa realidade em transformação que é a sociedade, em que ele deve atuar quando chegar a sua vez de participar ativamente do processo em curso.

Dessa forma, a autora apresenta algumas características estilísticas/ estruturais que representam a literatura infantil/juvenil contemporânea.

A primeira delas é a efabulação, que apresenta de imediato o motivo principal e as circunstâncias que evidenciam a situação problemática. Revela a preocupação do autor em expressar a maneira pela qual a história pode ser apresentada ao leitor.

Outra característica da literatura infantil/juvenil contemporânea apresentada por Coelho (2000, p. 153) corresponde ao ato de contar: "Em função da crescente valorização que a nossa época dá à linguagem como fator essencial na formação da criança e dos jovens, a literatura contemporânea tem supervalorizado o ato de narrar – compreendido como o ato de criar através da palavra...".

Dito isso, entende-se que a possibilidade de criar utilizando as palavras corresponde à invenção literária de uma obra por meio do processo de construção verbal delineado pelo escritor, assim, as obras destinadas às crianças e jovens, atualmente, apresentam algumas linhas ou tendências que marcam e de certa forma mesclam passado e presente para gerar novas formas de representar o mundo. São cinco as linhas da literatura infantil/juvenil contemporânea, destacadas a seguir.

Com relação à Linha do Realismo Cotidiano, cujas obras representam situações vivenciadas no dia a dia, há diferentes formas de análise, que se desdobram em diferentes visões: a visão do Realismo crítico, em que a realidade social é apresentada no contexto político-econômico-social; a visão do Realismo lúdico, que inclui obras que evidenciam a aventura de viver, travessuras, alegrias, situações conflituosas do convívio humano; o Realismo humanitário, que se refere às obras que apresentam relações afetivas, sentimentais ou humanitárias; o Realismo histórico, que dá ênfase à intenção predominantemente informativa ou didática; e, por último, o Realismo mágico, que contempla a possibilidade da experiência

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