A Moda Conceitual
Monografias: A Moda Conceitual. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cacaubrass • 15/7/2014 • 634 Palavras (3 Páginas) • 901 Visualizações
A MODA CONCEITUAL – UM OLHAR SOBRE JUN NAKAO
"Precisamos desnudar a nossa alma para revelar a capacidade de sermos leves, sonhar com indizíveis, impossíveis, inexplicáveis, indefiníveis." (Jum Nakao)
Um desfile Conceitual é um desfile mais ligado a uma imagem do que na própria roupa. Um desfile conceitual dá ao estilista a oportunidade de explorar conceitos e ideias mais profundas, se expressar com uma maior liberdade e tocar seus expectadores de outras formas, abrindo suas mentes aos temas escolhidos.
Este tipo de desfile é normalmente aquele que gera estranhamento e interrogações imediatas dos espectadores. Mas é importante lembrar que as roupas apresentadas nestes desfiles não são pensadas para serem usadas na “vida real”, mas sim para inspirar certas tendências, como determinadas peças, estilos, cortes e cores; por exemplo.
Um desfile conceitual apresenta, em sua maioria, peças que não serão vendidas nas lojas. Seu objetivo é mostrar toda a capacidade criativa do estilista, uma imagem inventiva, um conceito, uma fantasia. Esse trabalho atrai os olhares do público e da crítica, podendo agregar valor à marca. (EnModa, Aula 6)
A moda conceitual tem como cerne fazer o espectador – e consumidor de moda – pensar e refletir. Pode soar contraditório falar de uma moda que não está ali pronta pra ser usada e consumida, já que uma das características principais da moda é a sua efemeridade e mudança rápida. Porém, vale lembrar que muitos dos estilistas que apresentam coleções conceituais também apresentam coleções ready-to-wear inspiradas nas ideias apresentadas em seu desfile conceitual.
No Brasil, a moda conceitual vem ganhando cada vez mais notoriedade. Estilistas como Alexandre Herchcovitch e Samuel Cirnansck mostraram desfiles conceituais nas últimas semanas de moda do país. A grande virada se deu no desfile apresentado pelo estilista Jum Nakao.
O desfile, em Junho de 2004, entrou para história da moda brasileira. No desfile ‘A costura do invisível’, Nakao apresentou modelos feito de papel vegetal cortado à laser, para que houvesse o enfeito do ‘quase invisível’. Totalmente trabalhados com detalhes magníficos e referências estéticas do final do século XIX, as peças eram usadas pelas modelos por cima de uma roupa preta.
Além disso, o styling concebido era especial: as modelos estavam caracterizadas como as bonecas Playmobil. As bonecas Playmobil podem ser entendidas como uma personagem qualquer, um sujeito sem identidade definida, sem nada que o diferencie - considerando que sempre apresentará o mesmo cabelo.
Ao final do desfile, novamente Nakao impacta e transborda a plateia com sua excentricidade e originalidade. As modelos voltaram para a passarela para a tradicional passada final, se posicionaram em um lugar fixo e ao som de uma música pesada de Heitor Villa Lobos e de uma luz incessantemente piscante, rasgaram todas as peças que estavam usando, deixando-as completamente destruídas, e o público surpreso e impressionado.
"Uma coleção de papel, um simples rasgo, um conto de fadas Playmobil que se tornou um ícone da moda." (Autor Desconhecido)
Considerado um dos desfiles conceituais mais emocionantes de nossa história, e também o desfile da década do SPFW, o estilista questiona
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