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A Pata Da Gazela

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Por:   •  5/6/2013  •  1.494 Palavras (6 Páginas)  •  618 Visualizações

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O livro é muito interessante e na época de sua publicação causou polêmica por tratar de um tema obscuro: o fetichismo (perversão que consiste em amar não à pessoa, mas a uma parte dela ou um objeto de seu uso).

A história se passa no Rio Antigo e envolve 3 pessoas: Amélia, Horácio e Leopoldo.

AMÉLIA: é uma moça de família, com apenas 18 anos que se vê envolvida entre dois amores. Principalmente após o pedido de casamento de Horácio.

HORÁCIO: é um boêmio que vive de conquistas. Se apaixona pelo pé de Amélia e cria uma fantasia em torno deste fetiche. Passa a viver obcecado pela idéia de olhar para essa parte do corpo da menina. Tudo começou quando ele, que caminhava no centro do Rio de Janeiro, encontrou uma botina e a partir daí começa a idealizar o maravilhoso pé que a calçaria.

LEOPOLDO: é um jovem romântico que se apaixona por Amélia (ele sim, a ama de verdade). Só há um problema, Leopoldo descobre que aparentemente, a moça sofre de um terrível mal. Ela é aleijada. Seu pé é deformado e o sapateiro que faz sua botina faz um trabalho perfeito para que o desenho da bota disfarce a deformidade da moça.

A história é simples, mas cativante, pois ao longo da narrativa podemos perceber o amor “material” de Horácio e o amor “espiritual” de Leopoldo – que já havia se conformado com o “defeito” de Amélia e decidido ficar com ela mesmo assim.

Já nos últimos capítulos, descobrimos que não é Amélia que sofre com o pé aleijado, e sim, sua prima e melhor amiga – Laura.

Após várias reviravoltas, Amélia finalmente se convence de que Horácio só quer se casar para ver o seu adorado pé. A conclusão acertada a faz desistir do casamento.

Com o fim do noivado, Leopoldo finalmente tem uma chance com Amélia. É claro que os dois se casam em uma cerimônia discreta e apaixonada.

Horácio, despeitado, não tem outra saída a não ser se conformar por ter perdido o objeto de sua adoração:

“É verdade! Murmurou soltando uma fumaça de charuto. O leão deixou que lhe cerceassem as garras; foi esmagado pela pata da gazela.”

Assim termina mais um romance deste grande escritor e maior nome do romantismo brasileiro.

Na rua da quitanda estavam Laura e Amélia em seu tílburi à espera do seu empregado. Na rua, Leopoldo observava-as. Laura estava impaciente e quando o criado se aproximou ela o apressou. O embrulho que ele trazia estava bem amarrado, mas na pressa de subir no veículo, o pacote se abriu e, sem que se notasse, um par das botinas ficaram caídas no chão. Horácio, um dos mais cobiçados moços da sociedade, um “leão da moda”, pegou a botina que estava na calçada, mas não pôde devolver, visto que o tílburi já tinha partido.

Logo no coração de Leopoldo e de Horácio nasceu o amor. Mas era diferente no coração de cada um. O primeiro se encantou com a alma da moça que viu de relance, na verdade desconhecia sua imagem, porém a amava. Já o segundo, um conhecedor de cada item que compõe as mulheres, se encantou pelo pé desconhecido que calçava aquela botina tamanho 29, e já o considerava o maior dos mimos.

Assim, os dois se lançaram em busca da amada e da dona dos lindos pés. Leopoldo acabou revendo-a no teatro, onde a sua amada alma assumiu forma física. Depois a viu na rua, como que fugindo de seu olhar, com pressa ela subiu em seu tílburi e assim Leopoldo teve um vislumbre dos pés de sua amada. Eram deformes e horrorosos. Isso provocou um desencanto imediato. Na sapataria confirmou sua suspeita, pois lá viu as fôrmas que serviam de molde ao sapateiro, tendo a certeza da deformidade que sua amada levava consigo.

Horácio também estava em busca da dona da botina. Assim como Leopoldo, ele viu Amélia e Laura no teatro, sendo que a segunda fugia de seu olhar. A primeira ele encontrou algumas vezes na rua e admirou seu gracioso andar e depois vendo o rastro que ela deixava ao lado do das amigas na areia do passeio público, teve a convicção de que era Amélia a dona dos pés que calçavam a botina. Sendo assim, em pouco ele deu início a seu convívio com a família.

Amélia freqüentava a casa de D. Clementina, onde dançar era a grande diversão e os parceiros eram poucos, formando pares facilmente. Foi em uma dessas reuniões que ela conheceu Leopoldo, que a observava sem parar. Pela insistência dos olhares acabaram dançando e ali, com eloqüência, ele falou, de certa forma subliminar, que a amava e que conseguia até mesmo amar as suas deformidades.

Horácio freqüentava a casa de Amélia e ali sempre buscava ver o pé dela, mas a menina o escondia com todo o empenho. E assim, em seu máximo desejo de ter pra si o pé que calçava aquela botina, pediu-a em casamento. Amélia tomou como resolução um sim, mas esperou por 15 dias para dizer isto a Horácio para não aumentar-lhe a vaidade. Durante esta quinzena, Horácio, que nunca pensaria em uma resposta negativa, não apareceu na casa.

Nesse tempo houve um baile, Leopoldo já sabia do casamento de Amélia e carregava em seus olhos a tristeza. Foi neste evento que ele e Horacio se encontraram, oportunidade

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