A REGIONALIDADE E O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL; O CASO DO APL VINÍCOLA DE JUNDIAÍ-SP
Artigos Científicos: A REGIONALIDADE E O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL; O CASO DO APL VINÍCOLA DE JUNDIAÍ-SP. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: piterantunes • 24/3/2014 • 3.510 Palavras (15 Páginas) • 789 Visualizações
A REGIONALIDADE E O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL; O CASO DO APL VINÍCOLA DE JUNDIAÍ-SP
Constatado por pesquisas e estudos voltados na área, que Jundiaí seja um dos polos-pioneiros na produção e venda de vinhos, mais isso não é considerado sinal de desenvolvimento econômico. Com pesquisas feitas pela UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura), verificado que o Rio Grande do Sul representa o maior estado produtor nacional – com produção de aproximadamente 95% dos vinhos do Brasil. Com este estudo foi realizado no período de 2001 a 2005 pelos produtores de vinho artesanal do bairro de Caxambu, no município de Jundiaí-SP. Percebeu-se a participação de 14 proprietários de empresas entre outros. O objetivo da pesquisa sugerir de novas abordagens quanto à importância de novas ideias na produção local e a impo características regionais no contexto estratégico empresarial.
Analisaram: características climáticas e geográficas, proximidade, origem cultural, relacionamento pessoal/ interpessoal, políticas públicas municipais e sinergia da gestão. Os autores identificam os sistemas produtivos locais como elementos geradores de vantagens competitivas, podendo estabelecer uma vantagem para a localidade sobre seus concorrentes externos. Os clusters e sistemas produtivos locais é um importante tema quando se fala em estratégia e novas arquiteturas organizacionais.
Operação simultânea, colaboração, ação coletiva, em oposição à perspectiva individualista. A cooperação pressupõe a coordenação de um esforço coletivo para atingir a objetivos simples. É tipo de parceria que procura melhorar a competitividade das empresas. Atualmente, o estudo sobre clusters mostra o sistemas produtivos locais é um importante tema quando se fala em estratégia e novas arquiteturas organizacionais. Este estudo aborda o Arranjo Produtivo Local como alternativa de desenvolvimento, fundamentando-se na cooperação.
2. AGRUPAMENTOS E REGIONALIDADE
entendida como a “formação social que surge da articulação de esforços conjuntos das autoridades públicas, dos empresários, dos representantes da sociedade civil e dos representantes de outras organizações, no espaço da região que pode ser geográfico, administrativo, econômico, político e cultural” (GIL, GARCIA e KLINK, Como identificadores da regionalidade, os aspectos considerados neste trabalho são: proximidade, características climáticas e geográficas, origem cultural, relacionamento pessoal/interpessoal, políticas públicas municipais e sinergia de gestão, conforme proposto por Hettne (2002), abrangendo as cinco etapas do processo evolutivo desta, quais sejam: unidade geográfica, sistema social, organização formal, sociedade civil e formação histórica.
Atualmente visto que o estudo sobre clusters e sistemas produtivos locais é um importante tema estudado quando se fala em estratégia, principalmente após as contribuições de Michael Porter (1990), em estudo feito no aglomerado vinícola da Califórnia
(1999) e posteriormente, ao abordar a falta de competitividade vinícola de Portugal
(2002/2003), nos quais relaciona estratégia e competitividade à questão da forma de organização empresarial adotada.
Em estudo do IPEA (1999), identificam-se sete tipos de Arranjos Produtivos Locais:
a) Agrupamento Potencial: neste caso, ocorre na região uma concentração de atividades produtivas com vários atributos parecidos, como: tradição, certas técnicas, e outros tipos de atributos. Este caso, no entanto, não há uma ação conjunta dos agentes econômicos da atividade empresarial em questão.
b) Agrupamento Emergente: esta situação é um pouco mais organizada que o agrupamento potencial que, além dos atributos citados, ainda tem como característica adicional a presença de empresas de vários tamanhos e pequena interação entre os agentes econômicos, podendo ocorrer a presença de alguns tipos de instituições de apoio, tais como os centros de treinamento profissional, os centros de pesquisas etc.
Porém, neste tipo de agrupamento há uma debilitada articulação entre vários fatores socioeconômicos;
c) Agrupamento Maduro: Neste caso, há a presença de uma base tecnológica significativa, existência de um relacionamento mais intenso entre as organizações e agentes produtivos, os quais interagem de forma mais efetiva com as instituições locais. Surgem então externalidades positivas para o agrupamento, contribuindo para a eficiência e eficácia com base tecnológica, devido à sinergia proporcionada. Porém, incapaz de atuar de forma efetiva na resolução dos conflitos, e também incapaz de alavancar um crescimento sustentado por período prolongado;
d) Agrupamento Avançado: nesta situação o nível de coesão é elevado, o que reflete em alto nível de organização e melhor aproveitamento das externalidades geradas pelos participantes do agrupamento.
e) Cluster: é um agrupamento maduro quanto à coesão e aproveitamento das oportunidades e externalidades. No entanto, com menor nível de organização devido o maior número de localidades ou áreas urbanas existentes dentro da mesma região geograficamente delimitada pelo cluster. É um espaço pouco diferenciado em termos de atividades produtivas;
f) Pólo tecnológico: neste caso há uma reunião de empresas interessadas na formação de uma base tecnológica e na geração intensiva do conhecimento.
Geralmente tem como fonte de desenvolvimento os centros de pesquisas e as universidades. Apresentam-se também como agrupamento maduro;
g) Redes de Subcontratação: neste tipo de arranjo nem sempre as empresas estão instaladas em áreas geograficamente delimitadas, mas atendem à demanda dos grandes centros e grandes empresas. Também pode ocorrer de este agrupamento não ser formal, mas as empresas procuram seguir um padrão de organização oriundo de uma empresa ou núcleo empresarial que “dita” certa forma de ação.
3. O APL VINÍCOLA DE JUNDIAÍ
A Associação dos Produtores de Vinho Artesanal – Caxambu e Região (AVA), fundada em maio de 2003, é a entidade que congrega as 14 empresas objeto deste estudo.
Todas as adegas, de aproximadamente 10 hectares cada, são pertencentes a famílias descendentes de italianos, que ocupam as terras há mais de 40 anos, tempo em que se relacionam informalmente e trocam informações sobre uvas e vinhos. Todas as adegas são localizadas às margens da mesma avenida Humberto Cereser, e a maioria das famílias (8
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