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A REVISÃO DO CONSUMO DE COPOS DESCARTÁVEIS NO AMBIENTE

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Por:   •  7/5/2014  •  3.637 Palavras (15 Páginas)  •  309 Visualizações

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Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 412-422 21 e 22 de maio 2010

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A REVISÃO DO CONSUMO DE COPOS DESCARTÁVEIS NO AMBIENTE

ESCOLAR: UM DESAFIO NO ÂMBITO DE UM PROJETO DE ENSINO

PAUTADO NO PRINCÍPIO DOS 3 RS

Profa. Ma Selma Gonzaga Silva - ESEBA/UFU

selgonza@yahoo.com.br

JUSTIFICATIVA

O Projeto de Ensino Institucional “Três erres (3Rs) na escola” é oriundo da área

de Ciências da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia

(ESEBA/UFU), onde se tornou institucional a partir do ano 2006. Insere-se no âmbito

das discussões acerca do crescente padrão de produção e de consumo praticados nas

sociedades atuais, imposto pelo modelo socioeconômico vigente e suas implicações

para a vida na Terra.

Tal modelo nos faz crer – ou tenta nos fazer crer – na perspectiva de que é mais

feliz quem mais consome. Neste sentido, a mídia tem um papel fundamental como

formadora de opinião e tem feito um trabalho de convencimento, por vezes até

apelativo, utilizando-se de um verdadeiro arsenal, criteriosamente patrocinada pelas

indústrias, comércio etc., por meio dos quais nos bombardeia permanentemente.

De modo especial, o modelo de crescimento pautado no desenvolvimento

econômico, vigente nas sociedades industrializadas, tem como meta permanente o

aumento da produção, pois tem como referência o princípio de que maior produção

significa maior riqueza. Para que haja maior demanda por esses produtos

industrializados, a vida útil desses produtos é cada vez mais curta, devendo ser

substituídos por outros com maior rapidez.

Esse modelo de crescimento responde também a um modelo de consumo

adotado por um estilo de vida mais urbano, que cresce a cada década. As pessoas

precisam ser mais produtivas e administrar seu tempo para isso. Nesse sentido, tal

modelo atende, por exemplo, a demanda por maior praticidade no dia a dia ao colocar à

disposição dos consumidores uma crescente gama de produtos descartáveis, além de um

investimento, cada vez maior, em embalagens, predominantemente plásticas.

Como conseqüência, nos ecossistemas urbanos, de modo especial, há uma

grande produção de resíduos que não são reciclados naturalmente no ambiente. Na

realidade, os modelos de produção, consumo e desejo são lineares e geram grandes

quantidades de materiais que acabam sua vida útil como resíduos acumulados em

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espaços relativamente reduzidos e de difícil gestão, como os lixões e os aterros

sanitários.

Como se pode depreender dessa realidade, paralelamente ao crescimento do

padrão de produção e de consumo, aumenta o volume de resíduos, bem como a crença

de que todo esse material descartado não pode ser aproveitado novamente e deve ser

destinado ao lixo. E vai se multiplicando a quantidade de resíduos que formam

montanhas de detritos, lixões urbanos oficiais ou clandestinos e até a exportação de lixo

dos grandes centros para cidades do interior, ou de um país para outro, devido ao

esgotamento de aterros sanitários e à falta de usinas de compostagem.

Os dados a esse respeito em nosso país têm sido considerados alarmantes há

mais de vinte anos. Na publicação do THE EARTHWORKS GROUPS (1989), consta

estimativas da ONU sobre o Brasil, considerando que, já naquela época, em nosso país,

se jogava no lixo anualmente 4,5% de tudo o que se produzia e isso correspondia a 10%

da nossa dívida externa. Somente São Paulo produzia 12 mil toneladas de lixo por dia e

o lixo domiciliar crescia 5% ao ano. Consumíamos anualmente de 800 milhões a um

bilhão de pilhas e, em média, 5 milhões de lâmpadas. As pilhas, normalmente jogadas

no lixo não são recicladas no ambiente, estouram e liberam metais pesados tóxicos que

contaminam o solo e a água. Se forem incineradas, liberam gases tóxicos para a

atmosfera. Estima-se que cerca de 50% das praias brasileiras estavam poluídas por

esgotos, vazamentos de petróleo ou efluentes líquidos (lixo tóxico). O Brasil fabricava,

anualmente, cerca de um milhão de embalagens de vidro das quais apenas 30% eram

recicladas. A produção de fraldas descartáveis no Brasil estava em torno de 400 milhões

por ano; elas levam quinhentos anos para se decompor no ambiente, enquanto as de

pano se biodegradam em até seis meses (THE EARTHWORKS GROUPS, 1989).

Nos últimos anos as publicações da Associação Brasileira de Empresas de

Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) divulgam os dados sobre a geração

de

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