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A Socialização, Identidades Sociais E Profissionais

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Por:   •  5/4/2014  •  2.609 Palavras (11 Páginas)  •  510 Visualizações

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Resumo do texto: A socialização- Construção das identidades sociais e profissionais.

O capítulo aborda a socialização na antropologia e o funcionalismo.

Inicialmente, o texto menciona a psicologia genética, que esclarece alguns mecanismos fundamentais que tornam o recém-nascido egocêntrico e completamente dependente de um adulto, considerado um membro cooperativo e relativamente autônomo da sociedade.

Entende-se que a socialização vai muito além de tal abordagem,, considerando que grandes variações podem acontecer de acordo com as épocas, tipos e meios sociais, grupos e classes sociais. Nota-se que adultos de diferentes sociedades são tão diferentes entre si quanto os procedimentos educativos aplicados enquanto crianças e que tais procedimentos não podem ser reduzidos a mecanismos universais, segundo o autor.

Realizando uma abordagem “culturalista” da socialização , o autor inicia com uma abordagem sobre a apresentação de Ruth Benedict sobre uma comparação de três sociedades muito diferentes, que seria os Pueblos do Novo México, os Dobu da Nova Guiné oriental e os Kwakiults, da costa noroeste da América, concluindo que “a maior parte das pessoas estão moldadas à sua cultura, devido à grande maleabilidade de sua natureza original:elas são adaptáveis à forma modelizadora da sociedade onde nasceram”.

Numerosos estudos se sucederam e se organizaram acerca de uma tese comum, que seria a “personalidade dos indivíduos é o produto d cultura onde nasceram” e “as instituições com as quais o indivíduo está em contacto no decurso da sua formação produzem nele um tipo de condicionamento que, a longo prazo, acaba por criar um certo tipo de personalidade”(Lefort, 1969,p.49). Analisando as ilhas Marquesas, as ilhas Trobriand, Kardiner argumenta criticando as teses de Freud sobre a universalidade do complexo de Édipo, considerando que nestas sociedades não existe qualquer instituição susceptível de o engendrar. Conceitua que instituição é um “conjunto de esquemas de conduta, de modelo (pattern)de comportamentos fixados pela repetição de acções individuais, uma formalização do comportamento humano”(Lefort,p.36).Afirma que o conjunto destas instituições constituem a cultura de uma sociedade e “a configuração geral dos comportamentos aprendidos e seus resultados, cujos elementos são adoptados e transmitidos pelos membros de uma dada sociedade”. (Lefort, 1945, p.13).

Segundo Kardiner, quando aplicada a um recém-nascido e à criança, a instituição define-se como um conjunto das disciplinas de base que fornecem os modelos de “gestão do corpo”, as respostas, variáveis de acordo com as culturas. Considera como “instituições primárias”, as “experiências de base”, a partir das quais o indivíduo incorpora na sua personalidade a cultura do seu grupo social. È atribuída, segundo os autores, à primeira infância, uma posição privilegiada da formação do Eu, definido como “a soma dos processos de adaptação subjectivamente percepcionados” (1939, p.90). Assim como Freud, Kardiner entende como importante os mecanismos de frustração, que proporcionam o “tratamento social do instinto” e a formação das primeiras ligações sociais. Kardiner não infere sobre a existência de um mecanismo universal de construção do Eu, mas sobre a existência de uma demasiada variação das disciplinas de base que produzem os “traços comuns a todas as personalidades numa dada sociedade”.(id, p.99).

Linton, autor que realizou pesquisa nas ilhas Marquezas, concluiu que não há “nenhuma ou poucas disciplinas de base”. O recém-nascido não tem convívio direto com a mãe, mas com os vários pais e não sofre interferência qualquer de autoridade ou cuidados entendidos como básicos no mundo ocidental, tal como higiene frequente, amamentação duradoura e constante vigília.

Segundo Linton, os habitantes das ilhas Marquesas apresentam uma personalidade muito diferente dos adultos ocidentais. Há a poliandria naquela localidade e o casamento em grupo. As mulheres são pouco numerosas e nestes casamentos há menos mulheres e mais homens nos grupos, que não experimentam o ciúme, senão quando embriagados. A mulher ocupa, “no folclore, uma posição muito próxima da do pai na nossa cultura e é por isso que ela é a vítima habitual dos maus olhados”.

Entende-se que a socialização da criança daquela região é oposta aquela da atual socialização ocidental.A mãe se relaciona o mínimo com a criança e os homens que tratam dela, nessa sociedade não há restrição sexual, nem qualquer obediência, a criança pode passar dias distante vivendo de caça, não há escola, existe uma demasiada liberdade coletiva e instrução, somente quando no momento da iniciação, que transforma em um membro da sociedade de pleno direito. A criança Marquesiana adquire a cultura do seu grupo, apenas através da observação e da imitação.

Com relação a abordagem da antropologia cultural, infere-se que consiste na descrição da formação das personalidades dos indivíduos como sendo uma progressiva incorporação da cultura da sociedade em que vive, conforme Linton “ a cultura é totalmente exterior ao indivíduo que nasce, e torna-se parte integrante da sua personalidade na vida adulta(1936, p.322). “o que transforma um agregado de indivíduos numa sociedade ou num grupo social não é apenas a sua organização, mas também e sobretudo o seu espírito de corpo, isto é, a cultura feita corpo, no duplo sentido de interiorização do corpo biológico, dos gestos, posturas, atitudes construtivas da cultura do grupo (modos de fazer, de sentir, de pensar), e de exteriorização dos seus modos de estar em conjunto num “corpo de regras específicas” que constituem a manifestação da “comunidade de ideias e valores”, bem como a ‘aptidão para agir voluntariamente em grupo’”.(Linton, id, PP.114-116).

Segundo Kardiner, a “estrutura da personalidades de base (Eu) do indivíduo, isto é, o conjunto dos instrumentos de adaptação que um indivíduo partilha com todos os outros numa dada sociedade (1939,p.291).

Segundo o autor, é preciso distinguir o “Eu” (personalidade de base) abstrato, dos “eus” (caracteres individuais) concretos, que consistem em modos singulares de viver as mesmas instituições e recorres aos mesmos modelos.

Com relação as características essenciais do “npucleo psicológico da culutra das Ilhas Marquesas, Linton enumera três, a saber:

A angústia devido a falta de alimentação, sugere que inúmeras instituições foram em princípio, meios para evitar, embora, atualmente terem outra utilidade. A desigualdade numérica dos sexos, relacionada

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