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A Violência e o Sagrado- O Sacrifício

Por:   •  28/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  560 Palavras (3 Páginas)  •  146 Visualizações

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A Violência e o Sagrado- O Sacrifício

"É criminoso matar a vítima pois ela é sagrada... Mas a vítima não seria sagrada se não fosse morta" p. 13

Esse contexto se refere aos sacrifícios nas sociedades primitivas, visto de duas maneiras: como algo muito sagrado ou como uma espécie de crime, impossível de ser cometido sem gerar efeitos graves. Isso porque servem como uma desculpa para atos violentos gerados na sociedade.

Girard diz que “a violência não saciada procura e sempre acaba por encontrar uma vítima alternativa” (p.14). Pensando nessa substituição de uma vítima por outra, Girard pensa que sacrificar vítimas animais iria desviar a violência que atingiria humanos, centralizando tal violência na morte daqueles que pouco importam ou que nada importam.

. O sacrifício visto como algo sagrado tem como função a mediação entre o humano e sua divindade. Dentro do aspecto religioso, tal sacrifício não possui nenhum objetivo na sociedade e seus adeptos desconhecem onde está sublimada a violência. O ritual é consumado e a divindade se deleita com o sacrifício e sua ira é aplacada; uma das funções do ritual sagrado é transformar a ira divina em misericórdia.

Uma forma de apaziguar a violência da comunidade é direcionar essa violência para apenas uma vítima, desta forma eliminando os conflitos e restabelecendo a harmonia da comunidade. O autor não faz uma diferença entre sacrifício humano e animal pelo fato de ser baseado em um ponto de vista pessoal, e afirma que é necessário colocar as vítimas humanas e animais no mesmo plano pra compreender os critérios de seleção de vítimas. E o critério que ele utiliza é a semelhança.

Para aplacar a violência acumulada no seio da comunidade, todas as vítimas, humanas ou animais devem assemelhar- se às vítimas que substituem.  Necessita encontrar entre os seres vivos sendo animal ou humana que tenha características surpreendentes com as categorias humanas não sacrificáveis, sem que a diferença entre elas seja apagada, e essa categoria será considerada sacrificável. 

Pode-se perceber que a vingança sempre se fez presente na sociedade desde os tempos primitivos. Esta é um processo infinito e interminável, pois quando surge em uma comunidade, vai se alastrar e ganhar totalidade do corpo social, por esse motivo a mesma é proibida. Há um círculo vicioso desta, mas para as pessoas, esse círculo não existe, pois o sistema judiciário afasta a ameaça de vingança, a qual é um processo sem fim que deve ser contido.

O sagrado é tudo aquilo que tem o poder do domínio ao homem, e com isso a violência se torna o coração e a alma do sagrado. Contudo, epidemias e catástrofes também são uma forma de violência, já que possuem esse domínio sobre o homem.

A impureza ritual é a violência. Sendo assim, todo sangue derramado que não seja sacrificial é considerado impuro. Um exemplo disso, no texto de Girard, são as mulheres que tinham que se manter presas em casa, sem contato algum no período de menstruação. Não apenas pelo sangue, mas por ter grande relação com a sexualidade, que por sua vez é uma forma de domínio do homem, voltando ao pensamento que tudo o que domina o homem é sagrado, e tendo a violência como o coração do sagrado, pode-se entender também que a impureza ritual, dito a violência, torna-se a sexualidade impura.

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