A mobilidade urbana como Questão de Saúde Pública
Por: OPME Conferência • 22/8/2019 • Dissertação • 683 Palavras (3 Páginas) • 223 Visualizações
A Mobilidade Urbana como Questão de Saúde Pública
Nas últimas décadas o processo de urbanização nas cidades brasileiras cresceu rapidamente, quase sempre de forma desorganizada e sem planejamento, com as pessoas vivendo em aglomerados nas periferias (principalmente as classes sociais mais baixas), longe dos locais de trabalho, estudo e lazer. Efeito direto dessa ocupação desordenada é a necessidade de se locomover por longas distâncias dentro da cidade.
Como tivemos por anos o favorecimento do transporte individual motorizado por carro e moto, sem grandes incentivos ao transporte público coletivo, as cidades começam a sofrer com o aumento dos congestionamentos, do tempo de viagem e uma piora na qualidade vida da população urbana. Abaixo apresentamos os principais problemas gerados à saúde pública em consequência de um sistema de mobilidade não pensado nas pessoas, e discutimos possíveis soluções.
Acidentes
O efeito mais grave são os acidentes de trânsito, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2013 tivemos 42,2 mil óbitos em acidentes de trânsito e 169,7 mil internações decorrentes dos acidentes que representa um custo de mais de R$ 229 milhões ao Sistema Único de Saúde.
Para quem anda a pé a calçada nem sempre é o local mais seguro, piso irregular e derrapante, buracos e tantos outros obstáculos são causa de inúmeras quedas, principalmente entre pessoas idosas e com baixa capacidade motora. Como consequência há um aumento no número de internações médicas e de afastamento do trabalho para recuperação de lesões sofridas na queda.
Diminuir o número de acidentes e mortes no trânsito é uma tarefa que exige várias frentes de ação, não existe apenas uma causa do acidente. Deve-se obter o máximo de informações sobre a dinâmica de cada ocorrência para encontrar a causa principal do acidente e então traçar um projeto para redução desse tipo de acidente. A Suécia iniciou em 1997 um plano ambicioso chamado “Visão Zero”, com meta de reduzir a zero o número de acidentes com mortos e feridos graves nas rodovias do país. Essa política abrange campanhas maciças de educação de transito mudanças no design de estradas e vias das cidades com o melhoramento de cruzamentos e adoção de traffic calming.
Hoje a Suécia está com um índice de 3 mortes para cada 100 mil pessoas, valor baixo quando comparado a outros países da Europa. O bom resultado do programa tem influenciado vários países e cidades no mundo a iniciarem suas campanhas em busca de trânsito menos letal.
Poluição
O tráfego gera poluição atmosférica através dos gases emitidos pelos motores a combustão em situações de congestionamento a emissão de CO (monóxido de carbono), por exemplo, pode ser 50% maior de quando fluxo do tráfego está normal. Esses gases são nocivos à saúde, causando doenças do trato respiratório que muitas vezes demandam um tratamento prolongado.
Vias com muito tráfego geram autos níveis de ruído que podem ter implicações futuras no nível de audição das pessoas. Muito barulho também pode causar hipertensão e aumento de irritabilidade.
Muitas cidades europeias vêm adotando, com sucesso, áreas de restrição de tráfego nas regiões centrais das cidades. Tanto coma adoção de pedágio urbano quanto com restrição de circulação de veículos que apresentam autos índice de emissão de poluentes (chamadas de zonas de baixa emissão), dando prioridade aos veículos que utilizam fontes alternativas de combustível. Onde houve a implantação de algum tipo de restrição já é possível notar a diminuição nos índice de poluição, melhorando a qualidade de vida nestas áreas.
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