A simultaneidade das ações pedagógicas no ensinar e no aprender
Tese: A simultaneidade das ações pedagógicas no ensinar e no aprender. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mirinha23 • 24/5/2013 • Tese • 2.069 Palavras (9 Páginas) • 689 Visualizações
Processo Educativo:
A simultaneidade das ações pedagógicas no ensinar e no aprender
Encontro das Águas
I
Vê bem, Maria aqui se cruzam: este
é o Rio Negro, aquele é o Solimões.
Vê bem como este contra aquele investe,
como as saudades com as recordações.
II
Vê como se separam duas águas,
que se querem reunir, mas visualmente;
e um coração que quer reunir as mágoas
de um passado, às venturas de um
presente.
III
Olha esta água, que é negra como tinta.
Posta nas mãos, é alva que faz gosto;
dá por visto o nanquim com que se pinta,
nos olhos, a paisagem de um desgosto.
IV
É um simulacro só, que as águas donas
d'esta região não seguem o curso adverso,
todas convergem para o Amazonas,
o real rei dos rios do Universo
(Quintino Cunha)
Prezados e prezadas,
Na Unidade I, “Sala de Aula e o Professor: organização do processo de ensino e aprendizagem”, refletimos sobre a necessidade de a escola “construir uma sala de aula para educadores e alunos à semelhança do artista que, ao criar a sua aquarela, entrelaça matizes e traços de dimensões variadas, sem comprometer a beleza, o brilho ou o exotismo das cores”.
Em nossos estudos na Unidade II, concentraremos nossa atenção na análise das práticas pedagógicas adotadas pelos educadores em seus projetos educativos. Levaremos em conta a simultaneidade das ações pedagógicas de ensinar e aprender. Será tal como compararmos educador e aluno às águas de dois rios importantes, misteriosos e contrastantes em suas cores fortes, mas límpidos para aqueles que deles se aproximarem e os quiserem melhor conhecer.
Em suma, lembram-nos que as águas e os homens não percorrem duas vezes o mesmo caminho. No percurso, ganham força ao trilhar a diversidade. Desafiam a natureza. Quanto mais obstáculos maior dignidade. Superando comparações, perpetuam identidades. Cumprem o seu papel, perseguem um objetivo comum: desaguar no rio-rei. A escola é assim como os rios, desiguais na forma, contrastante nas cores. Erguida em comunidades pequenas ou grandes, conhecidas ou anônimas, transparentes ou turvas desafia-se a cumprir o seu papel, exercita-se no seu processo simultâneo de aprender a ensinar, para ensinar aprendendo.
Objetivos:
1. Aperfeiçoar ações individuais e coletivas capazes de integrar teoria e prática pedagógica no processo simultâneo de aprender e ensinar.
2. Identificar em práticas pedagógicas adotadas em sala de aula possíveis ressonâncias da realidade socioeconômica e cultural vivenciada pelos alunos e pelos educadores.
3. Estimular no acadêmico de pedagogia a aquisição de habilidades e competências que correspondam ao perfil profissiográfico do pedagogo-educador.
Parte I
O Processo Simultâneo de Aprender e Ensinar
Registramos ao final da Unidade I, alguns pontos de nossos estudos. A ideia não foi concebida aleatoriamente. Objetivava conduzir-nos, na Unidade II, a visualizar na prática docente, possíveis conceitos teóricos. Na simultaneidade do processo de aprender e ensinar aprendendo acreditamos que esteja a chave para a construção efetiva de saberes ao exercício de nossa cidadania. A escolha de nossa profissão “Pedagogos-educadores” não nos concede o direito de aceitar conhecimentos prontos, robotizadores, capazes de retardar e ou anular etapas significativas do processo de crescimento e de maturidade pessoal e profissional.
Relembremos:
1. “As três frentes de produção teórico-educacional têm cunho filosófico, sociológico e histórico; posturas político-educacionais e sistematização pedagógica preocupada com a ação educativa.” Ao depositarmos confiança na possibilidade de a escola desenvolver um processo educativo, as três fontes de produção teórico-educacional far-se-ão presentes em todas as ações de aprender e de ensinar, dentro e fora da sala de aula.
Elas evidenciam o fato de que, cada uma das pessoas envolvidas no processo de educar, exerce, naturalmente, ora a função de ator ora a de autor. A praxis pedagógica, como já dissemos em várias ocasiões, é o reflexo de nossa formação filosófica da sociedade a qual pertencemos e do enredo de uma história escrita a muitas mãos. É impossível negar a coautoria de outras pessoas no nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Como já se expressava Paulo Freire “os homens se educam em comunhão”. Esses três parâmetros de produção teórico-educacional, despertam no indivíduo tomadas de decisões e delineiam as suas escolhas político educacionais. Geram ainda discussões, aplausos, críticas positivas e negativas. Para melhor entendermos essa fala, consideremos o exemplo da Revista Veja edição de nº 2037, publicada em 5/12/2007. À página 149 há uma reportagem de Ronaldo Soares intitulada “Nem criança escapa”. O subtítulo evidencia: “Pregação marxista chega à 7ª série em tradicional colégio católico do Rio de Janeiro.”
Veja abaixo:
Nem Criança Escapa
Fonte: Rev. Veja, Ronaldo Soares, ed. 2037, 5/12/2007
”Quadrinhos usados em teste no São Bento: o capitalismo demonizado em sala de aula”
O Colégio de São Bento é um dos mais prestigiados do Rio de Janeiro. Fundado em 1858, é conhecido pela qualidade de seu ensino, no qual valoriza particularmente os princípios da religião católica. Tem um rol de ex-alunos ilustres que inclui Clóvis Bevilacqua, o autor do antigo Código Civil brasileiro, e o compositor
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