ATPS Ciencias Sociais
Trabalho Universitário: ATPS Ciencias Sociais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: TaisMoraes • 30/3/2014 • 3.668 Palavras (15 Páginas) • 300 Visualizações
INTRODUÇÃO
Ao se tratar de temática das Ciências Sociais e sua representação na sociedade, compreenderemos as definições de cultura, indivíduo e sociedade e também problematizaremos concepções da Sociologia no cotidiano.
1 OS SIGNIFICADOS DA CULTURA, INDIVÍDUO E SOCIEDADE
Cultura :
Do ponto de vista das ciências sociais sobretudo conforme a formulação de Taylor, a cultura é um conjunto de idéias, comportamentos, símbolos e práticas sociais artificiais aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade. Essa definição geral pode sofrer mudanças de acordo com a perspectiva teórica do sociólogo ou antropólogo em questão. De acordo com Ralph Linton, “como termo geral, cultura significa a herança social e total da Humanidade; como termo específico, uma cultura significa determinada variante da herança social. Assim, cultura, como um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma das quais é característica de um certo grupo de indivíduos” Enquanto a definição de Taylor é muito genérica, podendo causar confusão quando se propõe uma reflexão mais aprofundada do que é cultura, outras definições são mais restritivas. Os autores debatem se o termo se refere mais corretamente a idéias (Boas, Malinowski, Linton), comportamentos (Kroeber) ou simbolização de comportamento, incluindo a cultura material (L. White). Vale lembrar que, em algumas concepções de cultura, o comportamento é apenas biológico, sendo a cultura a forma como esse conjunto de fatores biológicos se apresenta nas sociedades humanas.
Indivíduo e Sociedade :
Para o sociólogo alemão Norbert Elias, a noção de indivíduo deve ser analisada dentro de um contexto mais amplo que é a relação entre indivíduo e sociedade, quebrando qualquer possível dicotomia e/ou antagonismo entre os dois termos. Segundo Elias, o indivíduo não pode ser considerado em seu isolamento, tampouco a sociedade pode ser considerada substantivamente.
Elias fornece então sua compreensão sobre essa relação, inicialmente definindo o termo sociedade, tema que possui uma variedade de significados e nem sempre é definido de maneira clara, como uma rede de funções que as pessoas exercem umas sobre as outras de maneira interdependente:
Cada pessoa singular está realmente presa; está por viver em permanente dependência funcional de outras; ela é um elo nas cadeias que ligam outras pessoas, assim como todas as demais, direta ou indiretamente, são elos nas cadeias que as prendem. Essas cadeias não são visíveis e tangíveis, como grilhões de ferro. São mais elásticas, mais variáveis, mais mutáveis, porém não menos reais, e decerto não menos fortes. E é a essa rede de funções que as pessoas desempenham umas em relação a outras, a ela e a nada mais, que chamamos “sociedade” (ELIAS, 1994a, p. 21).
A realidade da vida cotidiana
A vida cotidiana é heterogenia e hierárquica, pois segue uma ordem de acordo com as necessidades básicas do indivíduo. O homem não é só singularidade, deve ser, ao mesmo tempo, singular e genérico. Ele faz parte da sociedade e deve ser participante ativo desta, comportando-se como cidadão e como ser humano, pensando de acordo com o todo e com a realidade. Para haver uma transformação, deve haver “a passagem do homem inteiro para o inteiramente homem”. Entende-se que o homem possa ser visto e ver-se como parte de uma totalidade social. Para isso é preciso romper a cotidianidade, colocando em um ideal toda a força e energia existente em cada ser. Utilizando esta mesma energia em atividades humanas feitas através de escolhas conscientes, vistas através de olhos abertos para o que de fato faz parte da história de cada um. Deixando de lado toda a ilusão e transformando-a em sonhos que podem se tornar concretos de fato, em sonhos possíveis de se realizar, ou podemos chamar estes sonhos de desafios, pois estes podem proporcionar vontade de continuar, de mudar. Suspender a vida cotidiana não é sinônimo de fugir dela, é uma maneira de buscar a transformação. Através desta suspensão é possível conhecer outras possibilidades e se modificar, fazendo com que o indivíduo adquira uma nova forma de perceber as coisas. A vida cotidiana é parte da história de cada indivíduo, com o passar do tempo ela se modifica e junto com ela as relações sociais também. É necessário então que os homens tenham consciência de seus valores para que estas modificações sejam validas em suas histórias, e lhe tragam os benefícios possíveis.
Fonte: BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2006.
2 TRABALHO, CONSUMO E SOCIEDADE
Se a economia é uma ciência social, nada mais justo que seus resultados apresentem um significado social – e não apenas econômico, como quer a lógica econômico-consumista-mercadológica. No entanto, esse lado social imerso nessa lógica econômica tem ficado à margem das decisões que priorizam, apenas, e tão somente, o lado econômico. O lado social sempre foi – e continua a ser – relegado a quinto plano. Pelo lado econômico, o que tem validade são os ganhos financeiros, não os prazeres-utilitários que não envolvem somas de dinheiro. O que interessa, para o lado econômico, é o predomínio econômico-financeiro, não a abrangência social. Essa é a razão da existência de algumas discrepâncias que, em nosso entendimento, beiram a patologia.
Mas, não há “recursos” para isso. Preferem-se gastar US$ 11 bilhões em sorvetes na Europa. Saúde e nutrição básica para todos exigem cifras de US$ 13 bilhões suplementares por ano. Mas não há “dinheiro” para isso. Como o que predomina é a lógica do consumo sem sentido, a Europa e os EUA juntos gastam, ao ano, US$ 17 bilhões em ração para animais de estimação.
Definitivamente, “o mundo não é uma mercadoria” como nos ensina o professor Henrique Rattner e, “nem tudo está à venda” (everything for sale) como alerta Robert Kuttner, para outra situação de desespero do sistema capitalista.
Logo, a felicidade, nesse sentido, não pode (e nem deve) repousar suavemente sobre o “nobre” ato do consumo exagerado que exige, por conseqüência, elevados dispêndios. Lembremos: o consumo consome o consumidor!
Há algo muito mais interessante que leva à felicidade, ainda que a publicidade, principalmente a televisiva, nos bombardeie diariamente recomendando o consumo a qualquer custo. E a economia, para os desavisados de plantão, tem tudo a ver com isso.
Basta
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