AUDITORIA OPERACIONAL NO SETOR DE DEPARTAMENTO DE PESSOAL

AUDITORIA OPERACIONAL NO SETOR DE

DEPARTAMENTO DE PESSOAL

RESUMO

O presente trabalho visa o estudo da auditoria operacional do Setor de Departamento de Pessoal, demonstrando como esta ferramenta de prevenção pode ser aplicada nos diversos processos que envolvem este setor, verificando a legislação vigente e procurando trazer maior segurança e confiabilidade aos métodos e recursos utilizados pelas organizações. Sendo o setor de Departamento de Pessoal, o responsável, por todos os cálculos e demais obrigações envolvendo funcionários, de onde podem surgir futuros passivos trabalhistas, ou infrações administrativas que ofereçam algum risco a entidade, é importante dispor de técnicas que possam apontar possíveis falhas, permitindo a correção, e minimizando riscos de autuações. Por meio da pesquisa bibliográfica, procurou-se demonstrar a importância da mesma dentro do Setor de Pessoal, trazendo desde o surgimento e evolução, o desenvolvimento das técnicas e a difusão desta ferramenta pelo mundo, como também demonstrar as fases do processo de auditoria, com base principalmente em dados apresentados por Crepaldi, Almeida, Franco e Marra, focando na parte final nos principais pontos de auditoria dentro do setor de departamento de pessoal, através do programa de auditoria proposto por Teixeira, e na legislação vigente. Este estudo possibilitou a compreensão do processo de auditoria do setor de pessoal, como também evidenciou os benefícios do uso desta ferramenta nas organizações, pois permite uma revisão métodos, cálculos e procedimentos adotados, a fim de corrigi-los ou então aperfeiçoa-los.

Palavras-chave: Auditoria, Operacional, Departamento de Pessoal.

INTRODUÇÃO

O surgimento da auditoria esta vinculada a evolução do sistema capitalista. Com a expansão dos mercados e a abertura do capital das organizações, fez-se necessário a avaliação de terceiros, com o objetivo de dar mais segurança ao investidor. Eis que surge então o papel do auditor, função esta desempenhada por profissionais que já atuavam há vários anos no ramo contábil, tendo, portanto conhecimentos suficientes para desempenhar tal função.

As técnicas de auditoria foram sendo aperfeiçoadas, subdividindo-se, podendo ser classificadas como auditoria de demonstrações financeira, e auditoria operacional. Neste trabalho será utilizada a auditoria operacional, também chamada de auditoria de gestão, no setor de departamento de pessoal, demonstrando os principais pontos a serem observados.

A pesquisa ocorreu de maneira bibliográfica, procurando expor conceitos de autores diferentes, possibilitando uma abordagem comparativa acerca dos temas abordados.

O trabalho está dividido em quatro etapas, sendo a primeira um breve relato abordando o surgimento e a evolução da auditoria no mundo e sua chegada ao Brasil, passando para auditoria operacional, em seguida abordando o setor específico de Departamento de Pessoal, e finalizando com o programa de trabalho e os principais pontos de auditoria observados neste setor.

1 A AUDITORIA E SUA EVOLUÇÃO

De acordo com o IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores), em Auditoria Registros de uma Profissão, a história da auditoria é quase tão antiga quanto à da Contabilidade, surgindo no Império Persa, quando eram designados funcionários para vigiar os governadores das províncias com objetivo de garantir o cumprimento das ordens, ficando estes conhecidos como “olhos e ouvidos do rei”. Anos mais tarde este procedimento também foi adotado pelo Império Romano. Já da utilização do termo auditor, há relatos no fim do século XIII na Inglaterra. Segundo Crepaldi:

O primeiro auditor provavelmente foi um guarda-livros, a serviço de mercador italiano do século XV ou XVI que, pela reputação de sua sabedoria técnica, passou a ser consultado por outros sobre a escrituração de suas transações. Supõe-se que a auditoria estabeleceu-se como profissão distinta da atividade contábil para um único usuário no momento em que o especialista em escrituração deixou de praticá-la para assessorar os demais especialistas e mercadores, transformando-se em consultor público liberal. (CREPALDI, 2010, p. 191).

Já para Franco, Marra:

A auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra, que como dominadora dos mares e controladora do comércio mundial, foi a primeira a possuir as grandes companhias de comércio, e a primeira também a instituir a taxação do imposto de renda, baseado nos lucros das empresas. (FRANCO, MARRA, 2009, p. 39).

Ainda segundo o IBRACON, foi na Europa que surgiram as primeiras associações de Profissionais com a missão de executar as funções de Auditoria, isso durante a Idade Média, continuando também após o Renascimento.

A auditoria começa a se fazer obrigatória, no entanto em meados de 1930, após uma crise nos EUA, onde as empresas que ofertavam ações na Bolsa de Valores deveriam antes, ter suas demonstrações financeiras avaliadas por auditores independentes, com o objetivo de proteger os investidores.

Segundo o Instituto também, com a difusão das técnicas de auditoria para diversos países do mundo, maneiras diferentes da sua aplicação começaram a surgir, porém com as transações comerciais existentes entre diversos países, tornou-se necessário discutir estas diferenças, e assim, após a criação de órgãos internacionais, a união destes, levou a criação no ano de 2000 da Junta de Normas Internacionais de Contabilidade (Internacional Accounting Standards Board – IASB).

Conforme publica o IBRACON:

(...) a IASB está comprometida com o estabelecimento de um conjunto de normas contábeis, composto de informações de qualidade, transparentes, confiáveis e que ajudem a tomada de decisões econômicas e financeiras nas organizações, a ser compreendido e aplicado em todo o mundo. (IBRACON, 2013, p. 46).

No Brasil, a chegada de investidores estrangeiros no inicio do século XX, atraiu também empresas de auditoria de países como Estados Unidos e Inglaterra. Em 1971 ocorreu a criação o Instituto dos Auditores Independentes.

De acordo com Almeida:

Nas ultimas décadas, instalaram-se no Brasil diversas empresas com associações internacionais de auditoria externa. Esse fato ocorreu em função da necessidade