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Ajuda e caridade

Tese: Ajuda e caridade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/9/2014  •  Tese  •  931 Palavras (4 Páginas)  •  270 Visualizações

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Assistência e caridade, dois vocábulos que se complementam no significado.

A assistência é o ato de ajudar alguém, enquanto a caridade significa amor de doação, amor que provém de Deus.

A ajuda aos pobres é uma prática milenar, que existe desde o princípio dos homens na terra e possui várias conotações a cada momento histórico.

O modelo de caridade se diferencia, apresentando-se como traço cultural bastante significativo da sociedade cristã. Os donativos ofertados eram vistos como um remissivo aos pecados cometidos e uma forma de se alcançar a intercessão divina, utilizado por aqueles que desejavam atingir as graças celestiais, reis, nobres, imperadores e camponeses. A caridade cristã passou a ter mais eficácia que o evergetismo, no momento em que o império romano concedeu incentivo e privilégios à Igreja, pelo auxílio que a mesma prestava aos pobres. Pode-se diferenciar o conceito da forma de assistir aos pobres na concepção do evergetismo e da caridade cristã. O evérgeta (doador do evergetismo) doa para marcar sua posição social, por patriotismo, senso cívico.

Sua doação é para o conjunto dos cidadãos. Em princípio, as doações eram feitas em largas somas de dinheiro, para ostentar sua condição de homem público, de benfeitor da cidade. O doador cristão põe em prática a sua caridade para alcançar a meritocracia divina e exercer sua generosidade, cujo objetivo é atender aos pobres.

A concepção cristã da caridade abrange a da pobreza, essa proclamada e praticada por bispos e monges, tanto no Oriente quanto no Ocidente.

O Cristianismo transformou a humildade espiritual num impulso para Deus, objetivando proporcionar alívio à humilhação material e social dos pobres. São João Crisóstomo, em Constantinopla e em Antioquia defendia o dever da esmola, solicitava que um décimo dos proventos dos ricos fosse doado aos pobres. Ele estimou que por volta dos anos 400, havia cinquenta mil indigentes em Constantinopla. Para São João Crisóstomo, o ato de não esmolar ofendia a Cristo, no momento que o pobre era sua imagem.

A pobreza é uma noção, constitui-se de realidades sociais complexas e dinâmicas. A definição do pobre e de seu estado deve ser ampla; pobres são aqueles que, permanentemente ou temporariamente, estão em situação de dependência e humilhação, privados em cada época e sociedade, por dinheiro, relações, influência, poder, ciência, qualificação técnica, honorabilidade de nascimento, vigor físico, capacidade intelectual, liberdade e dignidade pessoal. Pobre é aquele que não tem qualquer possibilidade de viver sem a ajuda de outrem, incluindo assim os frustrados, enjeitados, associais e marginais.

A pobreza voluntária da renúncia passa a ser uma virtude, ao proceder de uma livre escolha. Simultaneamente a essa doutrina da pobreza, nasce o elogio da caridade, considerada como um dever geral. A esmola adquire, dentro do Cristianismo, um simbolismo tanto espiritual quanto institucional, ao mesmo tempo em que permite a remissão dos pecados da vida temporal aos ricos, inscreve os pobres no plano da salvação.

Dar esmola é dar prova da forma mais evidente e direta, de uma atitude misericordiosa. Por outro lado, convém não esquecer que o papel institucional da Igreja neste domínio funcionava como uma espécie de ecrã, que frequentemente impedia que tais atitudes se manifestassem em plena luz.

O ato de esmolar era humilhante para a dignidade humana, as pessoas viviam numa miséria tão extrema, que não se importavam em ser enquadradas no estatuto de mendigos. Porém, há de se observar que a caridade medieval fazia

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