Alcoolismo MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO NO AMBIENTE DO TRABALHO
Projeto de pesquisa: Alcoolismo MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO NO AMBIENTE DO TRABALHO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: HelbaBatista • 16/12/2014 • Projeto de pesquisa • 1.498 Palavras (6 Páginas) • 319 Visualizações
ALCOOLISMO
ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO NO AMBIENTE LABORAL
INTRODUÇÃO
A ideia de alcoolismo surgiu no século XVIII, logo após a expansão da produção e comercialização do álcool destilado, consequente à revolução industrial (GIGLIOTTI; BESSA, 2004).
Atualmente, o alcoolismo encontra-se elencado na CID 10 no capítulo referente aos transtornos mentais e do comportamento, sendo definido como uma fármaco dependência. É considerado uma doença crônica, caracterizada pelo uso abusivo do álcool, onde o usuário se torna gradativamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando esta é retirada (OMS, 1996).
De acordo com a história, o alcoolismo tem sido abordado por uma visão predominantemente psiquiátrica ou médica. As implicações sociais, psicológicas, econômicas e políticas são evidentes, e devem ser consideradas na compreensão global do problema (BRASIL, 2003).
Desta forma, faz-se necessário o aperfeiçoamento de estudos sobre a dependência química, haja vista que o uso de drogas lícitas e ilícitas já é considerado um problema de saúde pública mundial e vem mobilizando várias nações, inclusive o Brasil que reconhece as necessidades de ações conjuntas e compartilhamento de responsabilidades, incluindo esforços das esferas de governo Federal, estadual, municipal, além das comunidades, famílias, grupos de cidadania, organizações da sociedade civil e setor produtivo (CARLINI et al., 2002).
Na esfera do trabalho, as instituições tem despertado seu interesse para a criação de artifícios e estabelecimento de programas preventivos ao uso abusivo do álcool. O resultado negativo trazido à saúde do trabalhador e à sua produção são os pontos principais que motivam estas ações. O absenteísmo, especialmente por atestados médicos, acidentes de trabalho, baixa produtividade e superlotação do sistema de saúde, possuem uma relação imediata com o alcoolismo. O etilismo é o terceiro motivo para absenteísmo no trabalho, a razão mais constante de aposentadorias precoces e acidentes no trabalho e a oitava causa para concessão de auxílio doença pela Previdência Social (SANTOS, 2005).
Dentre as drogas psicotrópicas, o álcool aparece como a substância mais consumida no Brasil. Grande parte dos estudos de prevalência foi realizada em populações trabalhadoras que buscam assistência médica, onde as taxas de prevalência de abuso de álcool nesses trabalhadores variam de 20 a 50% (CARLINI et al., 2002).
De acordo com Noto e Carlini (2005), o alcoolismo é responsável por 50% das internações psiquiátricas masculinas, 10% em unidade de gastrenterologia e 90% das internações por dependência de crack, em clínicas para dependentes. Trabalhadores com problemas relacionados ao álcool são internados quatro vezes mais que a população em geral.
Neste contexto, percebe-se a necessidade de intervenção das organizações no intuito de incluir ações de capacitação, prevenção, tratamento e reintegração social deste trabalhador e seus familiares na esfera do trabalho. O enfermeiro do trabalho pode intervir positivamente na relação entre o alcoolista e âmbito do trabalho, identificando indivíduos com particularidades sociais e comportamentais que apontam para o alcoolismo e traçando estratégias para o atendimento desses colaboradores, haja vista que estes requerem atenção qualificada para seu tratamento e recuperação.
DIAGNÓSTICO
Os profissionais de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, chefes e supervisores da organização, depois de capacitados, devem assumir o papel de identificadores e mediadores de possíveis alcoolistas. A identificação do trabalhador usuário precisa ser baseada em problemas de desempenho, de relacionamento interpessoal, de saúde e de segurança, que incluem: absenteísmo, ausências durante a jornada de trabalho, comprometimento da produtividade e qualidade do trabalho, mudanças no estilo de vida, problemas financeiros, problemas familiares, problemas de ordem educacional, problemas pessoais e judiciais.
INTERVENÇÃO
Depois de identificado, o trabalhador com características que apontam para o alcoolismo deve ser encaminhado para o Serviço de Saúde Ocupacional, onde o profissional irá realizar a abordagem deste colaborador, fazendo com que neste primeiro atendimento ele se sinta acolhido. Na sequência, o profissional, com o auxílio de um roteiro previamente elaborado, deve, em conjunto com o trabalhador, mapear a vida dele em cinco aspectos fundamentais: vida pessoal e familiar, vida funcional, vida econômico-financeira, vida social e vida espiritual.
É de fundamental importância a abordagem dos familiares para que o profissional tenha a oportunidade de conhecer a versão e a impressão dos familiares sobre os padrões de consumo de álcool e outras drogas do trabalhador, assim como outros fatores familiares que possam estar contribuindo para o consumo.
De posse da avaliação da situação familiar e funcional do trabalhador, compete ao profissional decidir em conjunto com ele e com os familiares qual modalidade de tratamento e qual recurso é mais adequado à situação. O conhecimento dos recursos da comunidade (profissionais, instituições públicas e privadas) é o maior aliado do profissional.
Cabe ao profissional médico avaliar a condição clínica e, em conjunto com outros profissionais, decidir a melhor modalidade de tratamento: hospitalar (tratamento médico farmacológico que inclui hospitalização para desintoxicação e tratamento de doenças clínicas e psiquiátricas relacionadas à dependência) ou ambulatorial (tratamento médico, diversos tipos de psicoterapias como a psicoterapia psicanalítica, de apoio, orientação familiar sistêmica, terapia comportamental, psicoterapia de grupo), que podem ser aplicados separadamente ou em conjunto, conforme cada caso. A indicação do tratamento é feita com base no grau de comprometimento da saúde e nas características pessoais e familiares do trabalhador.
Também é prática corrente o encaminhamento de dependentes de álcool e outras drogas para Comunidades Terapêuticas e grupos de ajuda-mútua como Alcoólicos Anônimos (AA).
MONITORAMENTO
O acompanhamento do colaborador em tratamento poderá ser feito de forma interna, onde as ações são realizadas no âmbito da empresa, por meio de entrevistas individuais e, quando necessário, com a chefia, atendimento ambulatorial, ou grupo de apoio que se constitui em reuniões realizadas na própria empresa, durante a jornada de trabalho. O acompanhamento
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