Análise Da Proposta Pedagógica

A importância da arte na formação estética da criança

Durante muitos anos a sociedade ficou excluída das possibilidades de enriquecimento pessoal e cultural que a imagem da arte pode promover. Atualmente, no Brasil têm surgido inúmeras propostas visando à tão almejada melhoria da qualidade do ensino. Milhões de alunos vêm sendo beneficiados através de novas abordagens que respeitam a disciplina arte como conhecimento; conhecimento tão merecedor de espaço na educação formal, quanto às outras disciplinas do currículo; conhecimento que possibilita outras maneiras de relacionamento com o mundo, diferentes daquelas proporcionadas pelas outras disciplinas; enfim, conhecimento construtivo do ser humano, que passa a ocupar um lugar de valor na hierarquia das disciplinas escolares.

Uma das finalidades do ensino de arte é a formação estética, além do refinamento da percepção e da sensibilidade, por meio do fomento à criatividade, da autonomia na produção e fruição da arte É um exercício difícil e relevante para a educação, pois a estética está presente em praticas social e cultural como forma de expressão e representação do mundo, contudo, é essencialmente predominante na arte. Por meio da educação estética se pode despertar a sensibilidade, perceber e organizar os estímulos do exterior e as funções globais do corpo. A estética está atrelada a forma dos objetos. No desenho, é através das formas ou figuras que são identificadas às idéias procurando simplificá-las. A forma bidimensional tem apenas duas dimensões: comprimento e altura; desaparece a idéia de profundidade; o desenho fica como na superfície e não sugere volume. Já a forma tridimensional possui volume; as formas tridimensionais existem na escultura, na arquitetura e podem ser representadas em bidimensão dando a ilusão de volume.

Para estudo da vida e obra o autor escolhido foi Amilcar de castro que morou em cidades do interior de Minas Gerais. Filho de desembargador instalou-se com a família em Belo Horizonte, aos 14 anos. Em 1941, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. No terceiro ano da faculdade, freqüentou o curso de desenho e pintura de Guignard (1896 - 1962). Na Escola de Arquitetura e Belas Artes, cursa escultura com o então artista figurativo Franz Weissmann (1911 - 2005), que se tornaria mais tarde seu colega no movimento neoconcreto. Forma-se em direito, assume cargos públicos, que logo abandona. No fim dos anos de 1940, os desenhos de paisagens de Ouro Preto tendem para a abstração assim como a escultura. Em 1952, depois de se casar, mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou como diagramador nas revistas A Cigarra e Manchete.

Amílcar amadurece sua obra, intuindo-lhe de uma linguagem própria e indagadora na significação profunda da forma, que transcende à percepção física, ligada ao neoconcreto do qual foi um dos fundadores a partir de 1959. Suas obras do período eram formadas por uma chapa de metal cortada ao meio e torcida em dois planos, para cima e para baixo, dialeticamente. Era um novo dinamismo do espaço. Por volta de 1960, ampliou o alcance obtido pela orientação dos cortes e dobras. Os ritmos dados pelos levantamentos e torções das placas, pela diferença de planos, pela tensão da superfície, dão à obra grande vitalidade e dinamismo, que parecem detidos dentro de si mesmos, nos convidando para a intimidade do trabalho. Sua obra é não-alusiva ao mundo real. Traz novas reflexões para a arte não-figurativa, que são de natureza transcendental. O artista, ao longo de toda a vida, realizou lentamente estas experiências, como rituais espirituais diários. A obra de Amílcar reflete sobre o espaço e se insere no espaço. Deste modo, possui diversas obras públicas, em jardins e praças.

Obras de Amilcar de Castro