Apostolo Paulo
Pesquisas Acadêmicas: Apostolo Paulo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mejia • 26/2/2015 • 1.116 Palavras (5 Páginas) • 369 Visualizações
O APÓSTOLO PAULO E SUAS CARTAS1
1. Paulo de Tarso
O Apóstolo Paulo nasceu entre os anos 5 e 10 dC, na cidade de Tarso da Cilícia (At 9,11; 21,39; 22,3). Era filho de judeus, da tribo de Benjamin e como era o costume foi circuncidado ao oitavo dia (Fl 3,5). São Jerônimo informa que seus pais eram de Giscala, na Galiléia. Paulo cresceu seguindo a mais perfeita tradição judaica (Fl 3,3-6). Tinha uma irmã e um sobrinho que moravam em Jerusalém (At 23,16). Sua profissão era artesão, fabricante de tendas (cf. At 18,3). O seu estado civil também é um tanto incerto, ainda que na maioria das vezes se afirme que era solteiro. De fato, em 1Cor 7,8 ele escreve “Aos solteiros e ás viúvas, digo que seria melhor que ficassem como eu”. Mas em 1Cor 9,5 ele escreve “Não temos o direito de levar conosco nas viagens uma mulher cristã, como fazem os outros Apóstolos e os irmãos do Senhor e Pedro?”.
Ainda jovem foi para Jerusalém e, na escola de Gamaliel, se especializou no conhecimento da sua religião. Tornou-se fariseu, ou seja, especialista rigoroso e irrepreensível no cumprimento de toda a Lei e seus pormenores (At 22,3).
Cheio de zelo pela religião, começou a perseguir os cristãos (Fl 3,6; At 22,4s; 26,9-12; Gl 1,13). Esteve presente no martírio de Estevão, cujas vestes foram depositadas aos seus pés (At 7,58). Continuou perseguindo a Igreja (At 8,1-4; 9,1-2) até que se encontrou com o Senhor na estrada de Damasco (At 9,3-19). A experiência de Jesus mudou completamente a sua vida. De perseguidor passou a ser o anunciador até a sua morte, provavelmente em 68 dC.
Na sua primeira missão apostólica, entre os anos 45 e 49, anunciando o Evangelho em Chipre, Panfilia, Pisidia e Lacaônia (At 13-14), passou a usar o nome grego de Paulo de preferência a Saulo, seu nome judaico (At 13,9) (Talvez seu verdadeiro nome hebraico fosse Saul, em homenagem ao primeiro rei de Israel e que também era da tribo de Benjamin).
Era um homem bem preparado, além de conhecer bem a sua religião (o que pode ser comprovado pelas muitas citações do Antigo Testamento), possuía boas noções de filosofia e das religiões gregas do seu tempo. Em Tarso, sua cidade natal, havia escolas filosóficas (dos estóicos e cínicos) e também escolas de educadores. Ali nasceu Atenodoro, professor e amigo do imperador Augusto. Paulo algumas vezes utiliza frases desse educador: “Para toda criatura, a sua consciência é Deus” (Cf. Rm 14,22a); “Guarde para você, diante de Deus, a consciência que você tem”; “Comporte-se com o próximo como se Deus visse você, e fale com Deus como se os outros ouvissem você” (Cf. 1Ts 2,3-7). Paulo conhecia bem o grego e o método da retórica. Esforçava-se para compreender o modo grego de viver. Além disso era cidadão romano (At 16,37s; 22,25-28; 23,27). Embora não mencione isso em suas Cartas, como se o desprezasse, pois para ele a verdadeira cidadania é outra (Fl 3,20). Porém, ele soube tirar proveito desse título, bem como de toda a bagagem cultural adquirida, para conduzir todos a Jesus (1Cor 9,19-22).
Lendo as Cartas percebemos o caráter do Apóstolo: às vezes muito meigo e carinhoso; às vezes, severo. Não abria mão das suas idéias e ameaçava com castigos. Escrevendo às comunidades comparava-se à mãe que acaricia os filhinhos e era capaz de dar a vida por eles (1Ts 2,7-8). Sentia pelos fiéis as dores do parto (Gl 4,19). Amava-os, e por isso se sacrificava ao máximo por eles (2Cor 12,15). Mas era também pai que educava (1Ts 2,11), que gerava as pessoas, por meio do Evangelho, à vida nova (1Cor 4,15). Sentia o ciúme de Deus (2Cor 11,2) pelas comunidades que fundou, temendo que elas perdessem a fé. Quando se fazia necessário, exigia obediência (1Cor 4,21).
Muitas vezes Paulo é apresentado como alguém distante do povo e das suas comunidades; ou é acusado de ser incapaz de manifestar sentimentos, indiferente ao drama das pessoas, anti-feminista, moralista e assim por diante. Os que vêem Paulo com esses olhos esquecem-se de suas viagens, cadeias, sofrimentos, perigos e, sobretudo, sua paixão por Jesus
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