Aproveitamento E Mercado De Couro Bovino
Ensaios: Aproveitamento E Mercado De Couro Bovino. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fghj • 3/6/2013 • 4.451 Palavras (18 Páginas) • 662 Visualizações
Resumo
Ao longo dos últimos 40 anos a pecuária bovina foi gradualmente migrando para
as regiões Centro-Oeste e Norte do País, transformando a primeira no principal
produtor nacional de carne e couro. Fruto dessa expansão, o País tornou-se o
segundo maior produtor mundial de couro, atrás apenas dos Estados Unidos,
que é o principal produtor. No entanto, a baixa qualidade do couro brasileiro e a
falta de infra-estrutura para mudar esse quadro, mormente na região Centro-
Oeste, impedem que o País torne-se mais competitivo no mercado internacional.
Diante desses antecedentes, justifica-se plenamente a implantação, no Centro-
Oeste, de um centro de tecnologia voltado para o couro, como forma de impulsionar
a melhoria da qualidade dos couros produzidos na região. Com isso, poder-
se-á agregar mais valor ao produto local, ampliando a renda, a oferta de empregos
e a geração de divisas para o País.
Palavras-chave: aspecto econômico, Brasil, couro, História, Mato Grosso do Sul,
pesquisa, qualidade, tecnologia.
1-INTRODUÇAO
O rebanho bovino conquistando oCerrado.
A conquista do Cerrado brasileiro, por parte da agricultura, foi estimulada nas
décadas de 60 e 70, pelo governo federal, propiciando também o desenvolvimento
da pecuária bovina, com a introdução de pastagens cultivadas.
Com maior concentração nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais e Goiás, o Cerrado possuía, até a década de 60, 204 milhões de
hectares, correspondendo a 25% da extensão territorial do Brasil. Segundo
informações da Embrapa Cerrados, nos últimos 40 anos foram ocupados 67
milhões de hectares, restando atualmente, 137 milhões de hectares.
Na década de 70, o rebanho nacional cresceu 5% ao ano, sendo bem mais
expressivo nas áreas de pastagens cultivadas e, de certa forma, mais marcante
nas regiões Norte e Centro-Oeste, que na época se constituíam a fronteira
agrícola que apresentava melhor oportunidade de investimentos.
Essa tendência se manteve na década de 80. Porém, no início dos anos 90, com
a exploração da floresta amazônica e a introdução de pastagens cultivadas na
região Norte, esta passou a sofrer também o incremento da pecuária bovina e,
conseqüentemente, ocorreu a diminuição da intensidade na região Centro-Oeste.
Taxa anual de crescimento (%) do rebanho bovino e efetivo atual (em
1.000 cabeças) nas cinco grandes Regiões geográficas e no Brasil.
Regiões Taxa anual de crescimento efetivo do rebanho ( %)
1970/1980 1980/1990 1990/2000
Norte 13,3% a 12,5% 9,3% a 19,529% 12,3%
Nordeste 5,6% a 2,2% 3,1% a 22.142% 13,9%
Sudeste 3,0% a 4,3% 0,0% a 36.289% 22,8%
Sul 2,9% a 0,3% 1,1% a 26.692% 16,7%
Centro-Oeste 9,3% a 5,1% 4,2% a 54.609% 34,3%
Brasil 5,0% a 2,5% 1,6% a 159.261% 100%
Fonte: Censo agropecuário, 1998.
O crescimento do rebanho acompanhou o crescimento das áreas de pastagens
cultivadas, como pode ser visto na comparação dos dados das Tabelas 1 e 2. A
tendência atual do rebanho é a estabilização, sendo também essa a expectativa
para a área de pastagens, que pode, no máximo, apresentar taxas pequenas de
crescimento.
Área de pastagens cultivadas e total (cultivada + nativa) em 1970 e
1985, e cultivadas em 2000, nas diferentes Regiões do Brasil (em 1.000
hectares).
Regiões Cultivada CultivadaTotal Total, 1970, 1985, 2000
Norte 600 4.000 9.100 20.900 20.000 30.000
Nordeste 5.800 28.000 11.900 35.100 14.000 25.000
Sudeste 10.700 45.000 16.700 42.500 20.000 37.000
Sul 3.600 21.500 6.100 21.400 8.000 14.000
Centro-Oeste 9.000 55.500 30.300 59.300 43.000 74.000
Brasil 29.700 154.000 74.100 179.200 105.000 180.000
Fonte: Comunicação pessoal do pesquisador Ademir Hugo Zimmer, da Embrapa Gado de Corte, em 2002.
Segundo Zimmer & Euclides Filho (1977), essa estabilização pode ser explicada
por alguns fatores, como, por exemplo, a redução da capacidade de suporte das
pastagens implantadas nas décadas de 70 e 80 enquanto conseqüência da
degradação das mesmas, principalmente pela não reposição de nutrientes no
solo.
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