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Augusto Comte

Por:   •  19/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.794 Palavras (8 Páginas)  •  382 Visualizações

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Auguste Comte

  1. Histórico do Autor

Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, nasceu na cidade de Montpellier, França, no dia 19 de janeiro de 1798 e morreu na cidade de Paris (França) em 5 de setembro de 1857.

Aos dezesseis anos, em 1814, Comte ingressa na Escola Politécnica de Paris em 1814 aos dezesseis anos, onde recebe a influência do trabalho realizado pelos cientistas como o físico Sadi Carnot (1796-1832), o astrônomo Pierre Simon de Laplace (1749-1827) e do matemático Lagrange (1736-1813).

Um fator decisivo para sua formação foi o estudo do Esboço de um Quadro Histórico dos Progressos do Espírito Humano, de Condorcet (1743-1794), que idealiza um quadro de desenvolvimento da humanidade, onde a ciência e a tecnologia permitem ao homem caminhar para uma era em que a organização social e política seria produto da razão.

Em 1817, Comte tornou-se secretário de Saint-Simon (1760-1825), como possuíam temperamentos diversos, iniciou-se um conflito após a publicação do Plano de Trabalhos Científicos Necessários à Reorganização da Sociedade, escrito por Comte e do qual Saint-Simon discordava. Esta, por sua vez, resulta na separação entre os dois, que ocorreu em 1824. Neste mesmo ano, Comte casa-se com Caroline Massin e passa a ministrar aulas particulares de matemática. Após dois anos, inicia em sua casa um curso, do qual resultou a obra Curso de Filosofia Positiva, em seis volumes. A relação com sua esposa piora até a sua separação que ocorre em 1842. Dois anos depois, Comte publica a obra Discurso sobre o Espírito Positivo.

Em 1844, conhece e se apaixona por Clotilde de Vaux, após sua morte um, Comte transforma-se no gênio inspirador de uma nova religião, na qual suas ideias se encontram em Política Positiva ou no Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade. Além dessa obra, Comte publica, em 1852, o Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da Religião Universal.

Seus últimos anos decorreram em uma grande decepção, por ter sido abandonado pelo discípulo Émile Littré, que discordava da ideia de uma nova religião.

  1. A visão evolucionista do autor

Comte adota uma visão evolucionista, que determina qual o ponto de menor desenvolvimento e qual o ponto de maior desenvolvimento (negativo para o positivo), onde o ponto de menor desenvolvimento é todo e qualquer sociedade que não apresenta as mesmas características da sociedade industrial europeia, logo o ponto de maior desenvolvimento seria toda e qualquer sociedade que apresenta características da sociedade industrial europeia.

              Abordando o cientificismo, analisa a transformação da visão teológica para um mundo racional, um mundo científico, industrial.

                    Comte estabelece algumas etapas de desenvolvimento da sociedade:

  • Etapa Teológica;

O estado teológico ou "fictício" explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos). Este estado evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.

  • Etapa Metafísica;

O estado metafísico substitui os deuses por princípios abstratos como "o horror ao vazio", por longo tempo atribuído à natureza. A tempestade, por exemplo, será explicada pela "virtude dinâmica “do ar. Este estado é no fundo tão antropomórfico quanto o primeiro (a natureza tem "horror" do vazio exatamente como a senhora Baronesa tem horror de chá). O homem projeta espontaneamente sua própria psicologia sobre a natureza. A explicação dita teológica ou metafísica é uma explicação ingenuamente psicológica. A explicação metafísica tem para Comte uma importância sobretudo histórica como crítica e negação da explicação teológica precedente. Desse modo, os revolucionários de 1789 são "metafísicos" quando evocam os "direitos" do homem - reivindicação crítica contra os deveres teológicos anteriores, mas sem conteúdo real.

  • Etapa Positivista.

O estado positivo é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e a responder aos últimos "por quês". A noção de causa (transposição abusiva de nossa experiência interior do querer para a natureza) é por ele substituída pela noção de lei. Contentar-nos-emos em descrever como os fatos se passam, em descobrir as leis (exprimíveis em linguagem matemática) segundo as quais os fenômenos se encadeiam uns nos outros. Tal concepção do saber desemboca diretamente na técnica: o conhecimento das leis positivas da natureza nos permite, com efeito, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que se seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo. ("Ciência donde previsão, previsão donde ação").

  1. A Lei dos três estados ou estágios de transformação da sociedade;

A ideia-chave do positivismo comtiano é a Lei dos Três Estados, de acordo com a qual o entendimento humano passou e passa por três estágios em suas concepções, isto é, na forma de conceber as suas ideias e a realidade:

  1. Teológico: o ser humano explica a realidade por meio de entidades supranaturais (os "deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?"; além disso, busca-se o absoluto;

  1. Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o Mercado financeiro", etc. Continua-se a procurar responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?" e procurando o absoluto. É a busca da razão e destino das coisas, é o meio termo entre teológico e positivo.

  1. Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", por meio da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas pelo observável e concreto.

É importante notar que cada um desses estágios representa fases necessárias da evolução humana, em que a forma de compreender a realidade conjuga-se com a estrutura social de cada sociedade e contribuindo para o desenvolvimento do ser humano e de cada sociedade.

Portanto, ocorre uma profunda discussão sociológica, filosófica e epistemológica implícito à lei dos três estados.

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