Aula 5 - Planejamento E Controle Da Produção

Resumo

Aula-tema 05: Planejamento da Produção: Elaboração do Plano de Produção

A primeira forma de produção conhecida foi o artesanato, que teve sua origem na Idade Média. O artesão era independente, contando muitas vezes apenas com os membros da própria família para ajudá-lo na produção. Era administrador absoluto das instalações, ferramenta e matérias-primas e realizava todas as etapas da produção.

Com o aumento do consumo, novas necessidades surgiram e o mercado começou a se segmentar com a abertura de fábricas, com funcionários assalariados e com processos mais complexos que exigiam mais planejamento e controle.

Para melhor organizar as etapas do processo de produzir e planejar corretamente a produção, foram criadas novas técnicas de planejamento, de programação, de controle e de melhoria dos processos.

Nas aulas anteriores, estudamos o conceito, a finalidade e as fases de um planejamento da produção, assim como os fatores determinantes do plano de produção. Refletimos sobre a previsão de vendas que gera a demanda, a qual permite adequar a capacidade de produção.

Nesta aula, entenderemos como se elabora um plano de produção e como o Just in Time (JIT) auxilia a eliminar ou reduzir desperdícios.

Elaboração do Plano de Produção

Chiavenato (2008, p.58) diz que o plano de produção, também chamado plano mestre de produção (PMP), representa aquilo que a empresa pretende produzir num determinado período e, portanto, é o mapa de navegação do gestor que, a partir de ambientes e fatos conflitantes (por exemplo: sazonalidades, ciclicidades, lead time não cumprido, estoques baixos ou com altos volumes, mudança de layout entre outros), traça a rota a ser seguida, prevendo ameaças.

Tubino (2009) afirma nessa mesma linha que o plano de produção tem por meta direcionar os recursos produtivos para a estratégia escolhida. O que ocorre é que o plano de produção trabalha em consonância com informações agregadas dos departamentos de vendas, produção, finanças e marketing, sempre com vistas ao mercado consumidor.

Nesse cenário de variáveis de diferentes fontes, o gestor de PCP deve definir seu programa de produção com políticas de estoques eficientes, prazos e quantidades eficazes a produzir, visando à sua capacidade produtiva e aos recursos financeiros da empresa.

O plano da produção, segundo Russomano (1979), é uma determinação do programa de produção dos vários produtos que a empresa fabrica. O plano é traçado com base em informações da demanda presente e futura, da capacidade produtiva, da disponibilidade de mão-de-obra, materiais e recursos; assim, é planejada uma quantidade a produzir, e o momento em que deve ser produzido, desde que não exceda a capacidade da empresa mediante as informações referidas.

Corrêa (1996), ao definir plano de produção, diz que sua principal função é balancear e coordenar o suprimento e a demanda dos produtos acabados, período a período, definindo programas detalhados de produção, de forma a suportar os planos agregados desenvolvidos. Acrescenta também que, por meio do plano de produção, é possível a tomada de decisões estratégicas ou não, como: redução de estoques, planejamento de horas-extras, contratações ou subcontratações e gerenciamento de demanda. Pode-se prever a variação dos tempos, a combinação de suprimentos – demanda – e análise para recusa de pedidos que não podem ser entregues na data solicitada.

O plano de produção deve ser adequado à realidade da empresa e depende do sistema de produção utilizado. Segundo Russomano (1979), o tipo de sistema de produção define o sistema de PCP a ser utilizado, da seguinte forma: na produção contínua, o planejamento e o controle é por fluxo; para a produção por encomenda, o PCP utilizado é por projetos especiais, e na produção por lote utiliza-se o planejamento e controle por ordem.

Analisaremos cada um dos sistemas de produção identificando as diferenças de plano de produção entre eles.

Plano de Produção nos Sistemas de Produção

Para iniciar o Plano de Produção, após entender a importância de todas as informações para o sistema tratadas nas aulas anteriores, é necessário elaborar o roteiro de produção, que nada mais é do que uma fotografia do ciclo produtivo do produto: como será montado e os componentes necessários para fabricá-lo. Terminado o roteiro, passa-se para o planejamento global da produção, que consiste na conciliação da previsão de vendas com a capacidade que a fábrica tem para produzir.

Com todos esses dados em mãos, o gestor de PCP emite as ordens, gerencia a programação e a movimentação das ordens/fluxos, acompanha a produção e gerencia os estoques.

a. Sistema de Produção sob Encomenda: Já vimos que neste sistema de produção a especificação do produto depende exclusivamente do cliente e a elaboração depende da mão-de-obra especializada na transformação do produto. Os produtos são entregues logo após a fabricação ser concluída, não existindo estoque de produto semiacabado e acabado. A preocupação com os estoques tem foco na matéria-prima (MP), existindo a possibilidade de que esta nem possa ser estocada. Neste caso, segundo Chiavenato (2008, p. 59 e 60), a cada encomenda, pedido ou contrato, o PCP deve verificar a produção em andamento e confrontar com a capacidade de produção, para determinar se existe capacidade disponível para executar o pedido. Feito isso, calcula-se o prazo de entrega da mercadoria. Na produção sob encomenda, o cálculo da carga de produção é em função da data de entrega da encomenda e da capacidade de produção disponível, estabelecendo-se datas de início e de término da encomenda das fases mais importantes;

b. Sistemas de Produção em Lotes: O sistema de produção em lote produz determinada quantidade de produto de uma série, que será produzida num futuro próximo, mais uma série do mesmo produto e assim sucessivamente até o produto sair de linha. O plano de produção deve ser específico para cada lote, que é integrado ao plano de produção (CHIAVENATO, 2008, p. 60). Para Tubino (2009), em função da diversidade de produção e da baixa sincronização entre as operações, quando comparada ao sistema produtivo por encomenda, a produção em lotes difere na lógica de manter os estoques como forma de garantir o atendimento da etapa seguinte. O gestor de PCP deve analisar os lotes que estão sendo produzidos fazendo um comparativo da produção em andamento com a capacidade de produção disponível. A previsão de vendas