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AÇÃO GEOLÓGICA DO GELO

Por:   •  3/10/2018  •  Monografia  •  2.091 Palavras (9 Páginas)  •  268 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ESCOLA DO MAR, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CURSO DE OCEANOGRAFIA

ALEXANDRE RAMOS LEITE BERGAMO

ANTONY FELIPE SOUZA NASCIMENTO

ANDRÉ FAISAL KORNFELD

GABRIEL ARTURO SAVI

RICARDO UTZIG NARDI

VICTOR LUIZ DELFINO

AÇÃO GEOLÓGICA DO GELO

ONDE INCIDE, COMO AGE E OS RESULTADOS SEDIMENTARES

ITAJAÍ - SC

2018

ALEXANDRE RAMOS LEITE BERGAMO

ANTONY FELIPE SOUZA NASCIMENTO

ANDRÉ FAISAL KORNFELD

GABRIEL ARTURO SAVI

RICARDO UTZIG NARDI

VICTOR LUIZ DELFINO

AÇÃO GEOLÓGICA DO GELO

ONDE INCIDE, COMO AGE E OS RESULTADOS SEDIMENTARES

Síntese apresentada ao Curso de Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí, a ser utilizada como resumo para o Simpósio sobre Processos de Transformação da Terra, referente à disciplina de Geologia.

Profa Ma. Maria Inês Freitas dos Santos.

ITAJAÍ – SC

2018

SUMÁRIO

1.        INTRODUÇÃO        7

2.        ONDE INCIDE        8

3.        COMO AGE: COMO SE MOVEM E MECANISMOS DE FLUXO        8

3.1        Mecanismos de Fluxo Glacial        8

3.2        Padrões de Fluxo e Velocidade        9

4.        RESULTADOS SEDIMENTARES        10

4.1        Erosão Glacial        10

4.2        Definição e Classificação dos Depósitos        11

4.3        Permafrost        12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        13

  1. INTRODUÇÃO

        Aproximadamente 10% da superfície emersa da Terra é coberta por gelo glacial, que se move de maneira lenta e radial a partir dos picos dos mantos de gelo e em direção às cadeias montanhosas e encostas. Há 20 mil anos, a camada de gelo que cobria a superfície do planeta era quase 3 vezes maior que a atual. Por outro lado, nas últimas décadas foi observada uma retração dos lençóis de gelo provavelmente ligados aos efeitos do aquecimento global, uma vez que o derretimento vem sendo mais rápido que a acumulação e o movimento dos mesmos. Geleiras são indicadores de mudanças climáticas e agentes modeladores de paisagens, como por exemplo as áreas de cinturões montanhosos. Essas enormes massas de gelo raspam as superfícies do substrato rochoso e arrancam imensos blocos de seus assoalhos rochosos. Os efeitos causados pela movimentação das geleiras são massivos, ao ponto de estas terem esculpido muito mais o relevo, em comparação com os rios e o vento, no intervalo de tempo entre as recentes eras glaciais.

O gelo transporta gigantescas quantidades de sedimentos através das bordas das geleiras, e a erosão e sedimentação glacial afetam a carga sedimentar dos principais sistemas fluviais, como também a descarga de água e a quantidade de sedimentos lançadas nos oceanos.

Na visão de um geólogo, um bloco de gelo é uma rocha formada por grãos cristalinos de gelo mineral, que se assemelha às rochas metamórficas por sua transformação a partir de recristalização sob pressão. Já o gelo glacial se forma pelo soterramento de neve, que se compacta e se recristaliza como massa sólida.

  1. ONDE INCIDE

As geleiras constituem grandes massas de gelo na superfície e são classificadas em geleiras de vale, as quais formam-se em cadeias montanhosas soterrando o substrato rochoso, e geleiras continentais que se caracterizam como espessos lençóis de gelo cobrindo grande parte de um continente, como ilustram a Antártica e a Groenlândia. As geleiras iniciam com uma abundante precipitação de neve no inverno que não derrete no verão seguinte. Essa neve lentamente se converte em gelo. São fatores importantes as baixas temperaturas para manter a neve sobre o terreno durante todo o ano, como ocorre nas regiões polares e subpolares, assim como altas altitudes (montanhas), e também a quantidade adequada de neve e a incidência de barlaventos (ventos carregados de umidade).

  1. COMO AGE: COMO SE MOVEM E MECANISMOS DE FLUXO

        Quando a espessura do gelo torna-se suficiente (várias dezenas de metros) para que sua resistência ao movimento seja superada pela força da gravidade, este começa a se deslocar e assim torna-se uma geleira. O gelo deforma-se e flui lentamente declive abaixo da mesma maneira que o fluxo laminar de uma corrente de água delgada e lenta. O movimento das geleiras é responsável pela imensa quantidade do trabalho geológico feito pelo gelo. De fato foi a observação dos resultados do movimento glacial que levou os cientistas a perceberem o que o gelo faz quando se move. A taxa de movimento do gelo cresce à medida que aumenta a declividade ou espessura da geleira.

  1. Mecanismos de Fluxo Glacial

As geleiras fluem devido a dois mecanismos principais, o fluxo plástico e o deslizamento basal. 

  • Fluxo plástico: movimento que ocorre dentro do gelo; dada a grande pressão dentro de uma geleira, os cristais individuais de gelo deslizam por distâncias na ordem de 10 milionésimos de milímetros, durante curto intervalo de tempo. Este mecanismo recebe esse nome pois funciona como a deformação plástica que ocorre em rochas enterradas a grandes profundidades. O fluxo plástico predomina em regiões extremamente frias, onde a temperatura do gelo em toda a geleira está abaixo do ponto de congelamento.
  • Deslizamento basal: o gelo desliza declive abaixo, como se fosse uma única peça, ao longo da base da geleira, como um tijolo deslizando numa tábua inclinada. A quantidade e o tipo de deslizamento basal variam dependendo da diferença entre a temperatura do limite entre o gelo e o solo e a temperatura do ponto de fusão do gelo.

  1. Padrões de Fluxo e Velocidade

  • Fluxo em geleiras de vale: as velocidades nas quais as diferentes partes de uma geleira de vale se movem variam com a profundidade do gelo e com a posição da geleira em relação às paredes do vale. As geleiras de vale fluem parcialmente por deslizamento basal e parcialmente por fluxo plástico. Um período repentino de movimento rápido de uma geleira de vale, chamado de “pulso”, ocorre, às vezes, depois de um longo período de pouco deslocamento. Os pulsos podem durar anos e o gelo pode se deslocar com velocidades maiores que 6 km/ano.
  • A Antártida em movimento: as geleiras avançam do centro do continente para o mar. Geleiras da Antártida fluem rapidamente em correntes de gelo com 25 a 80km de largura e 300 a 500km de comprimento. Essas correntes chegam a se locomover com velocidade de 0,3 a 2,3 m/dia, em contraposição a uma taxa de fluxo de 0,02 m/dia do manto de gelo adjacente.
  • À medida que as geleiras arrastam blocos rochosos ao longo de sua base este processo arranha e cria sulcos no pavimento. Tais feições de abrasão glacial são denominadas de estrias e fornecem mais evidências do movimento glacial. Pelo mapeamento das estrias de uma extensa área inicialmente coberta por geleiras continentais, podemos reconstruir os padrões de fluxo das geleiras. Com o avanço das geleiras, o gelo esculpe pequenas elevações assimétricas no substrato com o lado montante mais suave e polido e com o lado jusante arrancado, resultando num declive abrupto e irregular. Esses declives assimétricos indicam o sentido do movimento do gelo.
  1. RESULTADOS SEDIMENTARES

        Da mesma forma que você não pode observar sua pegada na areia enquanto seu pé ainda a está cobrindo, você não pode ver os efeitos geológicos de erosão e sedimentação de uma geleira ativa em seu assoalho e suas paredes laterais enquanto a mesma não derreter.

As geleiras erodem e transportam para jusante materiais rochosos de todos os tipos e tamanhos, depositando-os, por fim, onde o gelo se derrete. Neste local é depositado uma carga heterogênea de matacões, seixos, areia e argila. Este material intrigou os geólogos antigos, que não estavam cientes da origem glacial do mesmo. Eles o chamaram de drift, porque parecia que tinha sido, de algum modo, transportado de outras áreas. O termo drift é utilizado atualmente para todo material de origem glacial. Certos drifts são depositados diretamente pelo derretimento do gelo. Este depósito sedimentar sem estratificação e pobremente selecionado, é conhecido como till e pode conter fragmentos de todos os tamanhos – argila, areia ou matacão.

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