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BRINQUEDOTECA

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Por:   •  8/10/2013  •  Tese  •  1.548 Palavras (7 Páginas)  •  496 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Brincar faz parte da história do homem independente do local ou cultura em que viva. Assim, o brincar, as brincadeiras e o brinquedo, principalmente as brincadeiras populares ou tradicionais nos mostra um comportamento de uma determinada cultura. Na sociedade atual, empenhada nos ideais eficiências e qualidade, adultos e crianças estão ficando cada vez mais sem tempo para brincar. Quando muito, passam hora na frente do brinquedo do século XXI: o computador. Cabe refletir um pouco sobre o resgate da brinquedoteca onde a criança tem um lugar para a brincadeira livre e espontânea. Se as brincadeiras de rua estão cada vez mais escassas, se os brinquedos tecnológicos ganham a preferência e se a função da brinquedoteca é estimular o prazer de brincar e a ludicidade, é certo dizer que a composição do acervo de brinquedos e de mediador entre a criança e o objeto da brincadeira é de muita importância.

As brinquedotecas escolares, geralmente montadas em unidades da Educação Infantil, cabe rever o conceito e a finalidade delas para que a brinquedotecas não sirva unicamente, ao propósito de suprir a falta de material pedagógico, pois, assim, o brincar não seria livre , espontâneo e sim, ligado a objetivos propostos, desvirtuando a concepção de brincar nesses espaços.

DESENVOLVIMENTO

Em 1959, a importância do brincar foi reconhecida mundialmente, conforme descrito no Princípio 7º da Declaração Universal dos Direitos da Criança, (1959 s/p.) cujo texto diz, “A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a atividades recreativas, que devem ser orientadas para os mesmos objetivos da educação; a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo destes direitos”. A primeira brinquedoteca surgiu em 1934, em Los Angeles (E.U.A.) durante a crise econômica. Com o objetivo de solucionar problemas causados por roubos em sua loja de brinquedos, o proprietário relatou ao diretor da instituição de ensino municipal os devios de comportamentos dos alunos daquela instituição no seu estabelecimento comercial. O diretor da escola constatou que os roubos ocorriam devido à falta de brinquedos às crianças que lá estudavam. Desta forma, o diretor da instituição criou a primeira intenção de Brinquedoteca, dispondo aos alunos brinquedos variados neste espaço onde eles poderiam brincar. O crescimento desse serviço ocorreu ainda mais na década de 1960 em países como Suécia, Inglaterra e França, mas, com objetivos ligados à orientação e empréstimos de brinquedos aos pais de crianças com deficiências, para estiular a aprendizagem por meio do brincar, evidenciando-se assim, o surgimento de outras funções da brinquedoteca: a educacional e a terapêutica. No Brasil, em 1971, realizou-se no Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em São Paulo, uma exposição de brinquedos pedagógicos, direcionados aos pais de crianças ditas excepcionais, ao proficionais e aos estudantes. A adesão ao projeto tomou proporções tão significativas qua APAE criou um Setor de Recursos Pedagógicos para atender o público, ou seja, instituiu uma ludoteca nesta instituição, que objetivava a circulação de brinquedos entre as crianças.

Na Escola Indianápolis, em São Paulo, foi criada a primeira brinquedoteca brasileira, com propósitos voltados ao ato de brincar, com empréstimos de brinquedos e orientação direcionada à criança, com assistência direta. Em 1984, foi fundada a entidade Associação (ABBri) por Nylce Helena da Silva Cunha, sem fins lucrativos, com o objetivo de auxiliar as pessoas e instituições que visavam implantar brinquedotecas. Após a criação da ABBri, houve expansão de brinquedotecas por todo Brasil, mas, foi em São Bernado do Campo (SP), que implantou-se a primeira Brinquedoteca pública. Desde então, com diferentes propósitos e características, as Brinquedotecas aperfeiçoaram e cresceram, com obtenção do reconhecimento e de sua relevância à educação, que torna um agente provocador de mudança no trato educacional, com inovações no atendimento à população, mais precisamente à criança.

Fazendo uma retrospectiva do tempo e analisando o ato de brincar, podemos verificar que o lúdico está presente em várias épocas. O brincar modifica-se, segmenta-se e passa a fazer parte da vida da criança. No Egito e na Grécia, até mesmo os adultos brincavam, isto é, toda a família fazia parte desse ato de brincar, na educação, no fato de ensinar os ofícios e as artes para as crianças. O primeiro a demonstrar interesse pelo estudo do lúdico foi Platão, que aponta a importância dos jogos no desenvolvimento da aprendizagem das crianças, principalmente nas áreas exatas (matemática). Com o crescimento do Cristianismo durante a Idade Média, a igreja considerava o jogo como algo profano, e por esse motivo na educação aconteceu um retrocesso em relação ao lúdico. Para o professor da escola-tradicional o uso de jogos e brincadeiras era pura perda de tempo, perturbando o silêncio ou a disciplina da classe. A educação que se primava, tinha a finalidade disciplinatória para elevação da alma no mundo das idéias. Com o advento do renascimento, surgem outras concepçõres nas quais a concepção pedagógica é considerada legitima. Assim reabilita-se o brincar e o jogo, que são incorporados ao cotidiano dos jovens, como tendência natural a fim de desenvolver o corpo. Ao atender as necessidades infantis o jogo torna-se uma forma lúdia adequada para a aprendizagem

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