BRINQUEDOTECA: UM Espaço Lúdico
Casos: BRINQUEDOTECA: UM Espaço Lúdico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AnaTMenezes • 9/5/2013 • 3.266 Palavras (14 Páginas) • 1.353 Visualizações
BRINQUEDOTECAS: Um Espaço Lúdico
INTRODUÇÃO
Na atualidade, a criança está frente a uma sociedade multicultural geradora de contradições e conflitos, frente a uma sociedade industrial informatizada e eletrônica, onde o mundo do brinquedo se torna cada vez mais sofisticado e caro, enfim uma sociedade individualista, emergencial e materialista, orientada pela competência. Criar novos espaços lúdicos para que a criança brinque, em uma época em que a urbanização crescente coloca o ser humano em um universo espacial pequeno e restrito, é um grande desafio para todos! Esta problemática torna-se mais grave para as crianças, jovens e adultos que têm dificuldade de encontrar espaços, meios, profissionais, companheiros com iguais interesses para cumprir seus objetivos lúdicos. Como resposta a esta realidade, vem se desenvolvendo em distintos países do mundo, espaços para brincar de enriquecimento educativo, terapêutico e de lazer chamado: BRINQUEDOTECA.
A presença da brinquedoteca na vida das crianças hoje tem um papel fundamental uma vez que vem proporcionar as crianças à aprendizagem, a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades de forma natural e agradável, onde se brinca e aprende fazendo. Como afirma Santos (1997),
...a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
A brinquedoteca é um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente apropriado e especialmente lúdico. É um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar e a fantasiar.
Através dos jogos, das brincadeiras e brinquedos a criança satisfaz suas necessidades e aprende a se comunicar, libera suas emoções (desejos e sentimentos), desenvolve sua criatividade, adquire conhecimentos, desenvolve sua autoestima e se socializa.
O brincar, mais do que o próprio brinquedo, é importante para o desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social da criança. Entretanto este não é um espaço exclusivo para crianças especiais, pelo contrário, toda criança precisa ter um espaço só dela, inclusive os bebês.
A discussão sobre a importância do brincar para a criança tem uma longa história descrita por muitos estudiosos e pensadores do meio educacional. O brincar sofreu transformações no processo histórico desde o seu reconhecimento como elemento importante para a formação do ser humano.
Cabe então, uma reflexão dos educadores na atualidade, sobre o resgate da Brinquedoteca enquanto lugar da criança para a brincadeira, exercida com liberdade e espontaneidade essencial e inerente ao ser humano. Complementa-se que, na sociedade atual as pessoas precisam exercer sua capacidade para o lúdico, e a Brinquedoteca poderia ser o ambiente ideal para estimular o prazer de brincar e a ludicidade.
Brinquedotecas: Um Espaço lúdico
Mas o que é Brinquedoteca? De acordo com Nylse Helena Silva Cunha, criadora da primeira Brinquedoteca do Brasil:
“É um espaço onde as crianças... vão para brincar livremente, com todo o estímulo à manifestação de potencialidades e necessidades lúdicas. Muitos brinquedos, jogos variados e diversos materiais que permitem expressão da criatividade...”. (CUNHA, 2001, 15).
É um espaço que dá a criança oportunidade de experimentar e conhecer, explorar e manipular objetos, vivendo assim experiências diferentes, construindo seu conhecimento, desenvolvendo sua autonomia, criatividade e iniciativa. É fazer com que a criança desenvolva sua criatividade, tão ameaçada pela tecnologia.
Em 1959, a importância do brincar foi reconhecida mundialmente, conforme descrito no Princípio 7º da Declaração Universal dos Direitos da Criança, (1959 s/p.) cujo texto diz, "A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a atividades recreativas, que devem ser orientadas para os mesmos objetivos da educação; a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo destes direitos".
Mas, a primeira intenção de Brinquedoteca surgiu em 1934, em Los Angeles, Estados Unidos da América (E.U.A.) num momento de crise econômica. Com o objetivo de solucionar problemas causados por frequêntes roubos em sua loja de brinquedos, o proprietário relatou ao diretor da instituição de ensino municipal sobre os desvios de comportamentos dos alunos daquela instituição no seu estabelecimento comercial. Foi então que o diretor da escola, partindo de um problema constatou que os acontecimentos desta natureza (roubos) eram decorrentes devido à escassez de brinquedos às crianças que lá estudavam. Desta forma, o diretor da instituição criou a primeira intenção de Brinquedoteca, dispondo aos alunos, neste espaço, brinquedos variados onde as mesmas poderiam explorá-los in loco.
A expansão e o reconhecimento da importância do brincar e do brinquedo para o desenvolvimento na infância foram tão profundos, que em 1976, realizou-se em Londres o primeiro Congresso sobre o trabalho iniciado com o empréstimo de brinquedos.
Anos depois, 1981, ocorreu o II Congresso de Brinquedotecas em Estocolmo, na Suécia; em 1987 - Congresso Internacional de Toy Libraries no Canadá; em 1990, V Congresso Internacional de Brinquedotecas em Turim, Itália e por fim, 1993, Encontro Mundial sobre o brincar na Austrália.
No Brasil, este espaço lúdico originou-se nos anos 80, com a adoção do brincar em muitas instituições educacionais nas atividades de docência.
No ano de 1971, realizou-se no Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em São Paulo, uma exposição de brinquedos pedagógicos, direcionados aos pais de crianças ditas excepcionais, aos profissionais e aos estudantes. A adesão ao projeto tomou proporções tão significativas que a APAE criou um Setor de Recursos Pedagógicos para atender o
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