Bagceira Louca
Trabalho Universitário: Bagceira Louca. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Nanny_MDS • 26/9/2014 • 386 Palavras (2 Páginas) • 262 Visualizações
Na semana passada, a revista Nature revelou que as editoras de revistas científicas Springer e IEEE removeram mais de 120 artigos publicados entre 2008 e 2013. Tudo porque descobriram que cada um deles não passava de palavras sem sentido, todos gerados automaticamente por computador.
Este enorme descuido (ou ‘grande barraca’) foi descoberto pelo cientista de computação Cyril Labbé, que passou os últimos dois anos a juntar estes artigos.
Os textos foram elaborados através de um programa do MIT chamado SCIgen; que qualquer pessoa pode fazer o download e usá-lo. Este programa foi criado em 2005 para provar que os académicos aceitam constantemente estudos sem qualquer sentido. Labbé criou um site onde os utilizadores podem testar se os artigos foram criados através do SCIgen; o cientista disse à Nature que esses artigos “são bastante fáceis de se detectar”.
Labbé diz desconhecer porque razão os trabalhos foram enviados, nem mesmo se os autores sabiam da sua existência. Mas, a questão é: como é que artigos sem qualquer sentido podem ser publicados em meios de comunicação sérios? Ora, parte da genialidade do esquema é que, pelo menos para um olhar destreinado, os artigos parecem plausíveis.
Por exemplo, um dos trabalhos publicados, direccionado de uma conferência de engenharia na China, é intitulado “TIC: Uma metodologia para a construção do e-commerce”. Um título vago, mas que parece plausível. Já o resumo causa uma certa estranheza:
“Nos últimos anos, muitos estudos dedicam-se à criação de chaves públicas e privadas de criptografia; por outro lado, poucos sintetizaram a visualização do problema do produtor-consumidor. Dado o estado actual de arquétipos eficientes, importantes analistas notoriamente desejam uma emulação do controlo de congestionamento de rede, que incorpora os princípios fundamentais de hardware e arquitectura. Na nossa pesquisa, concentrámos os nossos esforços a refutar que planilhas (?!?!) podem ser compactas ou feitas com base em conhecimento e empatia”.
Basicamente, é um texto formado com palavras aleatórias. Segundo a Nature, a maior parte dos trabalhos falsos veio de conferências que aconteceram na China, e a maior parte tem autores com filiações chinesas. No entanto, ninguém sabe de verdade quem está por trás desse escândalo.
Dezasseis dos trabalhos foram publicados pela Springer, enquanto mais de 100 vieram da IEEE. O problema é que os estudos, supostamente, são revistos pelos pares: ou seja, passam pelo escrutínio de um ou mais estudiosos com mesmo nível do autor.
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