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Biotecnologia Aplicada à Alimentação De pós-larvas De Tambaqui: Uso De Enzimas Exógenas

Artigo: Biotecnologia Aplicada à Alimentação De pós-larvas De Tambaqui: Uso De Enzimas Exógenas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/12/2014  •  2.163 Palavras (9 Páginas)  •  674 Visualizações

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IDENTIFICAÇÃO: Jeórgia Milena Alves Tavares

Título do Projeto: Biotecnologia aplicada à alimentação de pós-larvas de Tambaqui: uso de enzimas exógenas

Título do Plano de Trabalho: Sobrevivência de pós-larvas de Tambaqui alimentadas com dietas contento complexo enzimático.

RESUMO

O experimento foi conduzido com objetivo de avaliar os seguintes complexos enzimáticos (celulase, amilase e protease) em níveis: 0,0%; 0,025%; 0,050%; 0,075% e 0,1%. Uso de enzimas exógenas em rações para peixes viabiliza benefícios como: a possibilidade de empregar ingredientes que possuem nutrientes pouco disponíveis aos animais por estes não produzirem as enzimas necessárias, redução; auxiliam as enzimas de produção endógena, como a amilase e protease; contribuem para o aumento da digestibilidade das rações; reduzem a viscosidade dos alimentos e atuam em substratos que não são degradados por enzimas endógenas, como a celulose. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado seguindo com cinco tratamentos e cinco repetições. Os resultados das variáveis produtivas, tais como: crescimento zoológico final, peso final, ganho de peso, bem como a taxa de crescimento relativo e taxa de sobrevivência. No entanto, os tratamentos de pós-larvas alimentados com o complexo enzimático em nível de 0,025%, apresentaram melhores resultados para estas variáveis produtivas. Portanto, recomenda-se suplementação de dietas com complexo enzimático, visto que sua inclusão melhorou índices produtivos e, ao nível de 0,025%.

PALAVRAS CHAVE: digestibilidade aparente, suplementação enzimática, larvicultura.

INTRODUÇÃO

A produção mundial de organismos aquáticos ultrapassou, em 2011, 150 milhões de toneladas, das quais 130 milhões foram destinados ao consumo humano. (FAO, 2012).

O Brasil possui notável potencial para a produção de pescado devido às condições climáticas favoráveis e aos recursos hídricos, porém a produção encontra-se bem aquém as potencialidades do setor (CAMARGO; POUEY, 2005). No entanto, as tendências futuras apontam que a aquicultura tende a se tornar o setor mais produtivo do país. Com destaque para uma maior concentração da produção de Tambaqui (Colossoma macropomum, CUVIER, 1816) no Norte e Nordeste (PIZAIA, 2008).

O Tambaqui é um peixe pertencente à família Characidae. Esta espécie é encontrada nas bacias do rio Amazonas em águas ricas em nutrientes, com temperatura entre 25 e 34ºC. São resistentes a baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água e possuem hábito alimentar onívoro. Alimentam-se, em ambiente natural, de zooplâncton na fase larval a frutos, sementes e crustáceos na fase adulta. A espécie pode atingir um metro de comprimento padrão e pesar 30 Kg (BALDISSEROTTO, 2010).

Por ser um peixe de piracema, sua reprodução natural depende do ciclo das cheias nos rios. No qual, a fêmea desova no inicio da enchente próximo às margens do rio e os ovos são carregados para a várzea inundada, onde eclodem e as larvas permanecem em lagoas durante a seca. No próximo período de enchente, os juvenis migram da área de várzea para o rio (RUFFINO, 2004).

Devido a isso, o Tambaqui não se reproduz espontaneamente em cativeiro, necessitando de indução hormonal. Os ovos são incubados e as pós-larvas são geralmente alimentadas com alimento natural. No entanto, neste período pode ocorrer alta mortalidade devido à alimentação inadequada (BALDISSEROTTO, 2010).

A biotecnologia pode contribuir com o desenvolvimento da aquicultura com o desenvolvimento de aditivos, como prebióticos e enzimas que, adicionados às rações, podem melhorar a eficiência alimentar e a produtividade. A alimentação na larvicultura é considerada um dos fatores críticos na produção de peixes tropicais. Diferentes dietas podem promover modificações na morfologia do crescimento muscular dos animais (LEITÃO, 2012).

Quando a larva consome o vitelo e passa a nutrir-se com alimentação exógena, o trato gastrointestinal é curto e pouco desenvolvido. Devido a isso, elas utilizam as enzimas de presas vivas na digestão (BALDISSEROTTO, 2009). Justificando assim a importância da utilização de alimento vivo (micro vermes, náuplios de artêmia) na larvicultura. No entanto, a utilização de ração balanceada e com inclusão de aditivos pode ser uma alternativa viável ao sistema convencional.

A utilização de aditivos, como enzimas, visando aumentar a digestibilidade das dietas é uma alternativa viável para melhorar a qualidade das rações (SIGNOR, 2008).

Enzimas são proteínas globulares, de estrutura terciária ou quaternária, que atuam aumentando a velocidade de reações químicas específicas. Somente atuam na presença de determinados substratos e em condições específicas de pH, temperatura e umidade (NELSON; COX, 2010).

Por isso, esses aditivos têm sido incorporados à dieta de monogástricos com a finalidade de melhorar a absorção de nutrientes ao acelerar a velocidade das reações e degradação de moléculas, aumentando a rentabilidade da ração(COUSIS,1999).

O uso de enzimas exógenas nas dietas dos animais possibilita alguns benefícios como a possibilidade de empregar ingredientes que possuem nutrientes pouco disponíveis aos animais, por estes não produzirem as enzimas necessárias (como o uso de alimentos ricos em fósforo fítico) e redução do nível de alguns nutrientes como fósforo e nitrogênio nas fezes, reduzindo assim a quantidade desses elementos no meio atuando como potenciais meios de contaminação do ambiente (CAMPESTRINI; SILVA; APPELT, 2005).⁠

As enzimas exógenas caracterizam-se por aumentar a disponibilidade de polissacarídeos de reserva, gorduras e proteínas, protegidas da atividade digestória, pelos polissacarídeos da parede celular, além de minimizar os efeitos negativos provocados pelos fatores antinutricionais presentes nos diversos ingredientes e otimizar a atividade enzimática endógena, principalmente em animais jovens que possuem um sistema enzimático imaturo (CAMPESTRINI; SILVA; APPELT, 2005)⁠.

As enzimas reduzem a viscosidade e minimizam a capacidade tamponante da dieta. Essa alta capacidade tamponante aumenta a diluição das enzimas digestivas e reduz a digestibilidade da proteína bruta, aumentando o risco de problemas no trato gastrintestinal. A alta viscosidade em dietas ocasiona má absorção, fermentação bacteriana prejudicial e perda de sais biliares (SILVA JR., 2009).

As enzimas utilizadas em nutrição animal podem

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