Brinquedoteca

O ato de brincar, principalmente na infância apresenta-se de forma complexa e está presente em todas as culturas, porém cada uma com sua particularidade. Assim, a cultura lúdica é um importante fator na decisão das brincadeiras a serem executadas. O presente trabalho trata-se uma pesquisa sobre a utilização da brinquedoteca no ambiente escolar, levantando histórico, aspectos, regras e os objetivos que esse método de ensino tem apresentado no aprendizado infantil, além de mostrar que a brinquedoteca é um espaço que valoriza um aspecto fundamental no cotidiano das crianças, transformando em um espaço privilegiado para a elaboração de conhecimento sobre a infância e o desenvolvimento infantil.

Toda tarefa que é executada de forma prazerosa torna-se mais assimilável para sua execução. Assim também é para a criança, utilizando brincadeiras, observa-se que torna-se mais fácil realizar suas atividades de forma lúdica e interessante. Para facilitar esse meio de comunicação e execução de tarefas a brinquedoteca inserida na escola torna-se fundamental para a melhoria do aprendizado da criança.

Com isso, pode-se dizer que é brincando que a criança entende melhor a convivência com os adultos, descobre os seus mistérios, constrói suas hipóteses, enfim detém o conhecimento. De acordo Piaget (1969), não há nada que a criança precise aprender que não possa ser instruído brincando. Se algo que é para o aprendizado que não é possível transformar em jogos, ou atividades lúdicas certamente não serão para a criança nesse momento.

Entendendo que a atividade lúdica é o modo mais simplificado para o aprendizado e que uma das experiências essenciais para a criança é brincar e que um dos aspectos que marcam a infância é o brinquedo, surgiu à necessidade de criar um espaço específico para a brincadeira, a brinquedoteca, a qual constrói o conhecimento através de sua interação com os meios físico e social em que vive.

Esse espaço que favorece o desenvolvimento infantil, de acordo com Oliveira et al. (2001), surgiu em Los Angeles, EUA, no ano de 1934, por um diretor, o qual percebeu que crianças roubavam brinquedos para brincar, pois não tinham condições de obter para brincar. Por esse motivo, o diretor promoveu um sistema na qual realizava empréstimos de brinquedos que fosse acessível a toda a comunidade. Mais tarde, esse sistema de empréstimo de brinquedos foi aderido na Suécia, com objetivo de estimular o desenvolvimento de crianças portadoras de necessidades especiais através da brincadeira. Ao perceber a importância desse método no desenvolvimento da criança, surge no Brasil em 1971, a ideia da elaboração de uma brinquedoteca por meio da exposição de brinquedos pedagógicos, organizada pela APAE a qual implantou como um recurso dentro da própria instituição. Posteriormente a idéia foi sendo apresentada em todo país, sendo assim criada em 1981, a brinquedoteca no estado de São Paulo, aberta para todas as crianças. A partir dessa divulgação foram surgindo no país diferentes tipos de brinquedotecas localizadas em diversos espaços como escolas, bairros, hospitais, universidades, clínicas psicológicas, centros culturais, etc.

Assim, a brinquedoteca foi mencionada no meio educacional, pois desenvolve os conhecimentos dos alunos, com aplicação da ciência lúdica e dos elementos facilitadores dos processos de aprendizagem como: os jogos, as brincadeiras e o brinquedo, aperfeiçoamento das habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras dos discentes com enfoque nas multiplicidades de inteligências destes em situações que o direcione ao sucesso escolar. No entanto, esse espaço que promove a criança a expor suas habilidades, sentimentos e potencialidades por meio dos brinquedos e brincadeiras, não se prende apenas ao fato de brincar e sim, assumir regras e comportamentos que facilitam a manutenção desse método de ensino. Dentre eles, enquadram a necessidade de um brinquedista, a qual é responsável para cuidar do ambiente de forma criativa e construtiva, organizar e classificar os jogos e brinquedos, catalogar os materiais existentes na brinquedoteca, além de ser a pessoa que está mediante a criança para estimula-la a realizar as atividades elaboradas.

Além do brinquedista, a brinquedoteca necessita de regras que demonstra que mesmo em um ambiente onde a brincadeira é a base do desenvolvimento, é necessário haver limites para que as crianças saibam o que pode e o que não pode ser feito. Os limites são elaborados de forma clara e sendo sustentado em explicações e não apenas na autoridade de quem os coloca. As regras são acordos preparados pelos integrantes do grupo que beneficiam a todos, ordenando as relações. Esses acordos não são rígidos, estáticos ou preestabelecidos, nem privilegiam alguns em detrimento de outros. As regras condizem com o fato de respeitar uns aos outros, organizar o momento da fala, conservar os jogos e brinquedos, além de resolver os problemas conversando.

Nesse contexto, a presença da brinquedoteca significa trabalhar com ordem, respeito, em um ambiente harmonioso, cooperativo e desafiador, que compreende a criança em seu processo de crescimento, nas características evolutivas do desenvolvimento infantil, respeitando suas curiosidades, necessidades e interesses de cada faixa etária. Apresenta objetivo lúdico e de fácil compreensão, tanto para